Nesta última sexta (22)
acompanhamos cenas violentas perpetradas pelos agentes do estado ao remover
indígenas que ocupavam o casarão que um dia abrigou o museu do índio.
Manifestantes se recusaram a sair do casarão e enfrentaram a tropa de Choque da
polícia militar, que revidou com bombas de efeito moral e pimenta. A Avenida
Radial Oeste se tornou um campo de batalha, onde de um lado estavam os
populares defendendo a permanência de um museu de cultura dos povos indígenas,
do outro o Estado defendendo os interesses corporativistas e da indústria de
turismo.
Localizado no entorno do
Estádio do Maracanã, as ruínas do casarão serão demolidas para abrigar um museu
olímpico e um estacionamento para atender aos eventos esportivos que a cidade
do Rio de Janeiro irá receber nos anos de 2014 e 2016. Tendo sido este o
principal motivo das manifestações e recusa da desocupação do local pelos
indígenas que ali estavam desde 2006. Houve diversas negociações entre o estado
e os indígenas, onde a única exigência para que houvesse a saída dos ocupantes
seria a garantia do estado de que ali no lugar das ruínas fosse erguido um novo
museu para preservar a culturas dos povos indígenas, algo que não foi garantido
pelos representantes do governo.
Após o confronto na Avenida
Radial Oeste, manifestantes iniciaram protestos enfrente á assembléia
legislativa, onde foram reprimidos de maneira violenta por parte da guarda
municipal, que agiu de forma extremamente violenta, gerando grande tumulto e
desordem.
Diante dos fatos ocorridos,
fica uma pergunta que trago aos nossos leitores para que façamos uma reflexão
que é muito importante para nossa sociedade como um todo: Para quem trabalha o
Governo, o povo que credita sua confiança através do voto ou para grupos
corporativistas e estrangeiros?
O eleitor tem de parar e refletir,
afinal somos nós quem colocamos estes representantes no poder, com intuito de
que façam o melhor na gestão pública para beneficiar a sociedade como um todo.
Porém, o que vemos não só em nosso município e estado, mas em nosso país como
um todo é uma péssima gestão pública, muita improbidade administrativa,
decisões e medidas contrárias a vontade da grande maioria do contribuinte, o
que por si contrária a democracia.
Vemos o investimento de nossos
impostos sendo direcionados para programas e obras que não são a prioridade de
nossa sociedade, pois vivemos em um país que carece de um sistema de saúde
digno, de uma educação com qualidade que realmente capacite o cidadão para sua
vida, temos um sistema de segurança incapaz de atuar adequadamente na prevenção
do crime e narcotráfico, faltam obras na infraestrutura econômica do estado,
faltam estradas, faltam linhas de metro e trem, faltam portos modernos para
escoar nossa produção e principalmente uma política de qualificação da mão de
obra brasileira para se gerar um mercado consumidor interno e uma condição
sócio econômico que garanta dignidade ao nosso povo.
O que temos assistido é uma
série de anúncios de falsas melhorias para nossa população, apenas palavras e
assistencialismo barato, onde todos os anos assistimos tragédias como as que
ocorrem na região serrana do Rio de Janeiro, onde milhões são direcionados para
obras que nunca saem do papel, ou pior, quando assistimos milhões desperdiçados
em obras para fornecer moradias ás vítimas do deslizamento no Bumba ocorrido em
Niterói, com prédios construídos sem qualquer qualidade e em terreno impróprio,
onde após uma intensa chuva assistimos a condenação de dois dos prédios que
ainda nem foram concluídos, custando mais de 22 milhões ao contribuinte.
Se a intenção do governo é
investir em obras que tragam retorno aos cofres públicos, por que construir
estádios de futebol para um único evento, quando estamos perdendo milhões todos
os anos com os gargalos logísticos nas estradas e portos brasileiros, que todos
os anos desperdiçam milhões com atrasos e cancelamentos de contratos por não
conseguirmos escoar nossa produção de grãos?
É preciso que o povo
brasileiro acorde e rápido, pois estamos em uma fase econômica muito favorável,
o mercado internacional esta aberto como nunca nos esteve antes, o Brasil
jamais experimentou um crescimento desta magnitude, mas é preciso que se
aproveite essa onda antes que ela passe e voltemos a ficar para trás, e diante
disto temos que nos perguntar: para quem governa nossos políticos?
Temos de cobrar e reivindicar
investimentos que tragam conforto e benefícios a sociedade como um todo, temos
de cobrar que se cumpra a nossa constituição, que a lei se aplique a todos de
forma igualitária e justa. Temos que fiscalizar o governo e impor a nossa
vontade, pois esses políticos que governam o estado brasileiro são nossos
representantes, foram eleitos para nos servir e não o contrário, é hora de
despertar para o que realmente é importante, é hora de deixarmos de viver das
esmolas oferecidas pelo governo através de programas assistenciais como bolsa
família, bolsa isso ou bolsa aquilo, nós precisamos não é do peixe, mas sim do
anzol para aprendermos a pescar de forma independente e atender a nossas
necessidades.
Como disse Gabriel Pensador em
uma de suas músicas: “Não adianta olhar
pro céu, com muita fé e pouca luta, levanta ai que você tem muito protesto pra
fazer e muita greve você pode você deve, não adianta olhar pro chão virar a
cara pra não ver, se liga ai te colocaram numa cruz não é porque Jesus sofreu
que você tenha que sofrer ....
Ate quando você vai ficar usando rédeas rindo da própria tragédia, ate
quando você vai ficar usando rédeas, pobre, rico, classe média, até quando você
vai levar cascudo mudo, muda, muda essa postura, ate quando você vai ficando
mudo, muda que o medo é um modo de fazer censura...”
Como diz a música, até quando
você vai levando porrada? Acorda Brasil!!!!!!
A prioridade do governo deve
ser o povo em primeiro lugar, o principal beneficiário do estado deve ser o brasileiro,
a nossa cultura, nosso povo e não os turistas e os interesses corporativistas.
Por: Angelo D. Nicolaci –
Editor do GBN-GeoPolítica Brasil
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