Os Estados Unidos advertiram o Irã, nesta quarta-feira, que o país enfrentará
maior isolamento internacional se não conseguir responder às preocupações da
agência nuclear da ONU a respeito de suas atividades nucleares, que o Ocidente
suspeita terem fins militares.
A União Europeia também usou uma reunião do conselho da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA) para aumentar a pressão sobre o Irã para deixar de
obstruir uma investigação da agência sobre a suposta pesquisa de Teerã por um
bomba atômica, algo que o Irã nega.
Os EUA e seus aliados ocidentais vêm sinalizando sua determinação de que o
Estado islâmico deve dar à AIEA acesso a locais e documentos, independentemente
de negociações mais amplas entre o Irã e as potências mundiais que foram
retomadas na semana passada.
O enviado do Irã à agência da ONU reagiu, dizendo que as acusações sobre o
programa nuclear de seu país eram "infundadas" e sugeriu que a AIEA, não Teerã,
era a culpada pelo fracasso até agora em retomar o inquérito parado.
Alguns diplomatas dizem que o Irã está usando suas reuniões com a AIEA apenas
para alavancar as negociações com as potências mundiais, que, ao contrário da
agência da ONU, têm o poder de aliviar as sanções que recentemente apertaram
sobre o importante produtor de petróleo.
O enviado dos EUA Joseph Macmanus acusou o Irã de "ações provocativas",
particularmente a instalação de centrífugas avançadas que lhe permitem acelerar
seu programa de enriquecimento de urânio.
"Estamos profundamente preocupados com o que parece ser o inabalável
compromisso do Irã em enganar, desafiar e adiar", disse Macmanus ao conselho da
AIEA.
Os países ocidentais temem que o Irã esteja enriquecendo urânio para
desenvolver a capacidade de construir armas nucleares e impuseram várias rodadas
de sanções. O Irã diz que o programa é legítimo e se destina a fins puramente
pacíficos.
Israel argumenta que o Irã está secretamente tentando desenvolver uma arma
nuclear e ameaçou com ataques preventivos se considerar que a diplomacia não
teve resultado.
A AIEA, com sede em Viena, vem tentando há mais de um ano convencer o Irã a
dar-lhe o acesso que precisa para a sua investigação, até agora sem progresso.
O Irã rejeitou pedidos da AIEA para visitar a instalação militar Parchin,
onde os inspetores suspeitam que testes explosivos relevantes para o
desenvolvimento de armas nucleares ocorreram, possivelmente, uma década atrás.
Fonte: Reuters
0 comentários:
Postar um comentário