Diplomata vê "momento de ouro" na relação Brasil-EUA

A relação entre Brasil e Estados Unidos vive um momento favorável, com avanços expressivos em áreas como educação, ciência e tecnologia, inovação e energia, disse ontem Todd Chapman, ministro-conselheiro da embaixada americana em Brasília. Ele vê um "momento de ouro" no relacionamento entre os dois países, discordando da avaliação de que a relação é morna.

 

Em entrevista a jornalistas brasileiros em Washington, Chapman afirmou que a aprovação, pelo Senado brasileiro, do Acordo de Troca de Informações Tributárias entre Brasil e Estados Unidos, no começo do mês, é "encorajadora", e pode abrir espaço para a negociação de um tratado de bitributação.

 

Chapman destacou a intensificação dos negócios entre os dois países. Citou a compra da Amil pela American Health, definida em outubro do ano passado, e a da Drogaria Onofre pela CVS, em fevereiro. São investimentos em novas áreas, ressaltou ele,que vão além dos realizados por empresas americanas que há muito tempo têm presença no Brasil. Chapman disse ainda que empresas brasileiras também investem mais nos EUA.

 

Outro ponto importante, segundo o diplomata americano, é a presença da Embraer nos EUA, que venceu licitação para fornecer aviões para a Força Aérea americana. A parceria entre Embraer e EUA está muito bem estabelecida", disse Chapman, segundo quem não é possível entrar num aeroporto no país em que não haja um avião fabricado pela empresa brasileira.

 

Sobre as medidas protecionistas adotadas pelo governo brasileiro no ano passado, com a elevação de tarifas de importação de cerca de cem produtos industriais, o que desagradou ao governo americano, Chapman disse que "isso pertence mais ao USTR (a secretaria de Comércio dos EUA). Acho que o mais importante é continuar ampliando o comércio entre EUA e Brasil, e trabalhar nos temas que vão facilitar essa expansão", afirmou o conselheiro.

 

"Há medidas tarifárias sobre as quais talvez não estejamos 100% de acordo, mas há maneiras de conversar sobre isso. O importante é ter os mecanismos para discuti-los. Eles existem e estão sendo utilizados", disse Chapman. "Nós acabamos de ter o diálogo comercial em Washington, no fim de fevereiro, que foi muito construtivo. Vamos continuar conversando sobre esses temas."

 

Fonte: Valor Econômico

 

Nota do GBN: É importante frisar aqui também o crescimento econômico e a estabilidade oferecida pelo mercado brasileiro como ponto importante no aumento dos investimentos de grupos americanos por aqui, principalmente se analisarmos a crise economica que enfrenta o mercado norte americano nos últimos anos. Não se trata de simples mudança política dos EUA em relação ao Brasil por conveniência, mas por necessidade de criar uma válvula de alívio para sua crise, buscando saídas em outros mercados afim de com essas medidas estabilizar seu mercado e atrair investimentos em reciprocidade.

 

A escolha do Super Tucano pela USAF se deu não apenas pelos quesitos técnicos e econômicos, mas por interesses políticos e de mercado envolvidos no negócio, uma vez que a gigante americana Boeing esta participando de uma disputa acirrada pelo bilionário contrato para reequipar a Força Aérea Brasileira, algo que pode garantir fôlego para a empresa atravessar a crise do mercado americano.

 

É realmente um momento importante na relação entre os dois países, isso não podemos negar, mas temos de deixar claro que também é momento de agir com sabedoria e buscar com essa nova fase trazer mais benefícios ao Brasil, temos de investir com consciência para futuramente mantermos uma relação de igualdade entre as duas economias, buscando agregar valor á nossos produtos, deixando de fornecer apenas insumos e partir para disputa por posições no mercado internacional como fornecedor de produtos de valor agregado e tecnologia, uma vez que historicamente sempre saimos em desvantagens quando o assunto é relação EUA-Brasil, chegou a hora de aproveitar a oportunidade e virar a mesa a nosso favor.