quinta-feira, 28 de março de 2013

Boeing treina pernambucanos


A americana Boeing - uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo - vai investir US$ 10 milhões em um programa de transferência tecnológica em Pernambuco. A proposta é oferecer treinamento em soldagem avançada e fusão de materiais, com técnicas voltadas para os setores de petróleo e gás, naval e offshore. Ontem, a presidente da Boeing Brasil e ex-embaixadora americana no País, Donna Hrinak, assinou memorando de entendimento com o governador Eduardo Campos, durante solenidade na sede provisória do governo do Estado, no Centro de Convenções.A parceria com Pernambuco inaugura a transferência de tecnologia na área de soldagem pela Boeing no Brasil. "Escolhemos Pernambuco porque é um Estado dinâmico, que está crescendo na construção de navios (com a implantação de estaleiros) e na indústria de petróleo. O mercado não precisa só de engenheiros, mas de técnicos bem qualificados", diz Donna.
 
O programa no Estado terá duração de 3 anos e será desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a líder global em tecnologia de engenharia, a inglesa TWI.
 
A transferência tecnológica da Boeing está alinhada com o projeto da UFPE de abrigar o Centro Nacional de Tecnologia de União de Materiais (CNTM), uma estrutura focada na capacitação de recursos humanos, desenvolvimento de pesquisa e prestação de serviços nas áreas de petróleo, gás, naval e offshore. O investimento no projeto será de R$ 25 milhões, bancado pelo Fundo Setorial do Petróleo (CTPetro), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
 
DISPUTA
 
O interesse da Boeing em fomentar a qualificação e a pesquisa no Brasil não é gratuito. O apoio a indústrias e instituições de ensino é parte da proposta apresentada pela empresa na licitação do programa F-X2 do governo brasileiro, que vai comprar 36 caças para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB). Três gigantes estão na disputa: a Boeing, com o caça F/A-18E/F, a francesa Dassault, com o Rafale, e a sueca Saab, com o Gripen NG.
 
A concorrência começou em 2008. "Essa licitação é uma novela interminável", comenta Donna, em tom de brincadeira. A expectativa é que o governo se decida sobre a compra até o final de setembro.
Enquanto a decisão não sai, a Boeing vai fechando parcerias tecnológicas no País e incrementando as vendas no mercado de aviação comercial. Os maiores clientes da companhia nesse setor são a Gol e a TAM. A empresa também estuda trazer para Petrolina o Boeing 747-8. A Boeing está no Brasil há 80 anos.
 
Fonte: Jornal de Commercio
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