Foto: Angelo D. Nicolaci - GeoPolítica Brasil |
Voar nos céus brasileiros é seguro, mesmo diante dos números apresentados em reportagem publicada pela Folha de São Paulo, onde relatam o grande números de incidentes aéreos que ocorreram nos últimos anos.
De acordo com dados divulgados pela Boeing, entre 2002 e 2011, a taxa no mundo foi de 0,34 acidentes fatais para um total de 174,2 milhões de decolagens. Algo que mostra a imensa segurança de voar hoje.
A indústria aeronáutica deu um grande salto na segurança, apartir do uso de sistemas computadorizados e automatizados que reduzem a carga de trabalho dos pilotos e evitam a ocorrência de muitos erros em sua operação, quer seja no gerenciamento dos sistemas de voo, quer seja na própria navegação, onde vários sensores e sistemas auxiliam nos momentos críticos do pouso e da decolagem.
No Brasil, o risco está na aviação privada que vem crescendo muito no país, registrando um aumento preocupante no indice de acidentes aéreos com vítimas envolvendo aeronaves particulares e de pequeno porte. Os acidentes nessa categoria tiveram um aumento de 15% no último ano de acordo com relatórios da ANAC.
Esse fato deixa clara a necessidade de uma maior fiscalização por parte da ANAC, apertando o cerco contra posturas e atividades que desrespeitam as normas de segurança do voo. Para citar a gravidade, no último ano houveram acidentes em que pessoas não brevetadas ou com brevet vencido no comando de aeronaves. Outro fator que tem resultado neste aumento é a falta de fiscalização relativa á manutenção das aeronaves.
Diante destes casos, a ANAC em conjunto com a INFRAERO promoveu no inicio deste ano uma operação conjunta de fiscalização que envolveu diversos agentes durante uma operação deflagrada simultâneamente nos aeroportos Santos Dumont, Jacarepaguá e Tom Jobim do Rio de Janeiro, tendo sido a primeira de uma série programada para fiscalizar a aviação geral no Brasil.
A reportagem citou o ocorrido em um voo da Avianca em 21 de janeiro de 2012, quando o voo que partia de Brasília rumo a João Pessoa teve de retornar ao aeroporto "por problemas técnicos", a mesma reportagem tratou de maneira critica a ação dos comissários na ocorrência devido a postura de informar apenas que o retorno se dava por questões técnicas sem dar mais explicações, algo que para qualquer profissional da aviação civil esteve mais do que correto, pois a atitude da tripulação evitou pânico á bordo, e mais transtornos aos passageiros.
O fato é que a aeronave foi conduzida ao aeroporto em segurança por seus tripulantes, que pousaram o Fokker 100, que tão logo cortou os motores já possuía uma brigada de bombeiros no aguardo, medida de segurança padrão nestes casos, mesmo o foco do incêndio tendo sido controlado pela tripulação.
Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2012, foram registrados 801 incidentes aéreos, porém nenhum resultando em vítimas fatais, sendo apenas 23 destes considerados graves, como o caso do Fokker 100 da Avianca, e os demais de baixa gravidade.
As equipes de manutenção das companhias aéreas tem feito um excelente trabalho, apesar do grande número de voo e os períodos curtos de solo das aeronaves entre um voo e outro, o que demonstra o alto grau de profissionalismo destes mecãnicos e técnicos.
No ano de 2012 eu atuei na rampa do aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, e pude observar de perto o trabalho destes profissionais. Diversas vezes assisti ao pouso de aeronaves da Azul, Avianca, Gol e a extinta WebJet avariadas pelo impacto de aves, sendo rápidamente consertadas e recolocadas em condições de voo por suas respectivas equipes técnicas, além de ter presenciado outras panes em turbinas, sistemas hidráulicos e diversos outros, como pequenas avarias, que são rapidamente consertadas. Ressalto também o alto grau de treinamento e capacitação das tripulações que muitas vezes detectam essas falhas antes mesmo do embarque dos passageiros, o que contribui muito para o alto índice de segurança nos céus brasileiros.
Em breve iremos publicar uma materia especial de nossa amiga e colaboradora "Bida", que é uma experiente comissária de bordo, e irá nos falar um pouco da carreira dos comissários e os desafios diários que enfrentam nos céus para manter a segurança do voo e oferecer ao mesmo tempo o conforto dos passageiros que viajam pelos céus brasileiros
Por: Angelo D. Nicolaci - GeoPolítica Brasil
Fonte: GeoPolítica Brasil
0 comentários:
Postar um comentário