A Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) previu que a zona do euro não deverá voltar a crescer até 2014, em relatório publicado nesta sexta-feira. A estimativa revisa as previsões de crescimento após a forte recessão no quarto trimestre.
Nos últimos dois meses, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, disse que o conjunto dos 17 países da moeda única deveria se recuperar no segundo semestre deste ano. No entanto, os últimos dados sobre o crescimento e os cortes fiscais nos integrantes da euro deixaram a desejar.
O grupo prevê que a economia da zona do euro irá encolher 0,3%, menos que a alta de 0,1% estimada no final de 2012, em mais um ano de recessão. No ano passado, o PIB da região se contraiu 0,6%, puxado pelas dificuldades na França e na Alemanha, as maiores economias do bloco.
A alta do PIB só deverá voltar em 2014, quando está previsto um crescimento de 1,4%. O principal motivo é o pouco crescimento do crédito pessoal e a fraqueza no curto prazo para a melhora na atividade econômica dos países.
No conjunto da União Europeia, que inclui os outros 11 países que não usam o euro, o crescimento deverá ser de 0,1% em 2013, enquanto em 2014 a alta prevista é de 1,6%. Apesar dos maus resultados, a Comissão Europeia diz que o pior da crise já passou, devido ao aumento das exportações e à recuperação do consumo.
DESEMPREGO
A preocupação com as taxas de desemprego e inflação continuam na agenda da Comissão Europeia. Devido à crise, o percentual de pessoas sem trabalho deverá subir na União Europeia e na zona do euro, atingindo novos recordes históricos.
A previsão para 2013 nos 17 países da moeda única é de 12,2%, atingindo 19 milhões de pessoas. O cenário ruim nos países mais afetados pelas dificuldades financeiras, como Espanha e Grécia, influenciarão o novo recorde. No bloco de 27 países, a previsão é de taxa de 11,1%.
Já a inflação deverá se manter abaixo de 2%, a meta considerada saudável pelo BCE. A previsão para 2013 é de alta de 1,8% nos preços na zona do euro e em 2014 chegará a 1,7%. Na UE, os índices devem se manter em torno de 1,5% nos dois anos.
A baixa inflação pode incentivar o BCE a diminuir as taxas de juros, que estão há dois anos em 0,75%, como forma de pressionar um aumento do crescimento na região.
Fonte: Folha
Nota do GPB: É muito importante observar que a Europa passa por uma grave crise que tem gerado um grande êxodo de insdústrias e investimentos para outros países periféricos e especialmente para os membros do BRICs.
Recentemente na França grandes empresas fecharam plantas industriais alegando o alto custo da mão de obra naquele país e escudando esta medida na crise economica que assola o mercado europeu nos últimos anos e vem a agravar a crise nestes países.
Portugal um dos países mais atingidos pela recessão européia e medidas de austeridade, viu-se obrigado a abrir mão de boa parte do seu arsenal, inclusive privatizando grande parte das estatais, como a estatal de energia, aeroportos e recentemente vem tentando encontrar investidores para assumir alguns de seus estaleiros.
A crise é muito mais grave do que podemos supor, e seus efeitos ainda vão perdurar por um longo período, sendo o anuncio de que a economia voltará a crescer em 2014 uma previsão no minimo muito otimista e duvidosa, pois o fator que tende a agravar ainda mais a crise européia vem a ser a redução severa na capacidade do mercado de trabalho em absorver o enorme número de desempregados, fator esse que influênciará demasiadamente no potencial da economia interna, tendo a União Européia mais um grande desafio que será recuperar o potencial de seu mercado consumidor que reduz a cada dia seu poder de compra e a capacidade de movimentar a economia.
Por: Angelo D. Nicolaci - Editor GeoPolítica Brasil
0 comentários:
Postar um comentário