Sete grandes grupos de fabricantes
internacionais estão participando do processo de seleção do fornecedor
do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas.
Realizada pelo governo brasileiro, essa concorrência é considerada hoje a
principal na área espacial da América do Sul, com investimento já
aprovado de R$ 720 milhões. O valor inclui o lançamento do satélite,
previsto para o fim de 2014.
A Agência Espacial contratou a Visiona
Tecnologia Espacial, joint venture entre a Embraer e a Telebras, para
fazer o gerenciamento dos contratos com os futuros fornecedores do
equipamento. A Visiona encerrou a fase de recebimento das informações
solicitadas aos fabricantes no fim do ano passado, e nas próximas duas
semanas poderá liberar as linhas gerais de sua solicitação de propostas
(RFP, na sigla em inglês) para os interessados.
A lista de empresas participantes da
licitação, segundo fontes que acompanham o processo, inclui as europeias
Astrium e Thales Alenia Space, as americanas Boeing, Lockheed Martin e
Space Systems Loral (essa última adquirida pelo grupo canadense MDA, em
2012), a japonesa Mitsubishi e a russa Reshetnev.
Procurada pelo Valor, a Boeing disse que
seria prematuro comentar a concorrência, pois o pedido de proposta ainda
não foi divulgado. "A Boeing está a par do processo da Visiona, mas
seguimos nossa política de não comentar os requisitos relativos aos
nossos clientes", disse em nota.
Haverá uma única licitação para a compra
do satélite, do sistema de controle de solo e do lançamento, disse o
diretor de planejamento e investimentos estratégicos da Agência
Espacial, Petrônio Noronha de Souza. Apenas a parte de instalação de
antenas de recepção e emissão de sinais de internet ficará sob a
responsabilidade da Telebras, segundo o diretor.
Os requisitos do satélite foram
elaborados pelo Ministério das Comunicações, Telebras e Ministério da
Defesa, consolidados depois pelos grupos de trabalho criados pelo
decreto presidencial que estabeleceu a governança para o desenvolvimento
do equipamento geoestacionário. A canadense Telesat, segundo o diretor da agência, deu apoio ao projeto na fase que antecedeu a RFP.
O prazo para o lançamento, no entanto,
segundo o Valor apurou, poderá atrasar e se estender até 2015, pois o
período para a contratação dos fornecedores e a fabricação do satélite é
considerado curto. A agência também já programou a aquisição do segundo
satélite, com previsão de lançamento para 2019.
O satélite geoestacionário vai
atender à demanda de comunicações militares e de defesa do governo
federal, assim como o Programa Nacional de Banda Larga, levando internet
às populações de cerca de 1,2 mil municípios localizados em regiões
remotas do país. Atualmente, o governo contrata tecnologia de satélites estrangeiros.
O satélite brasileiro vai operar em banda
X (faixa de frequência de transmissão dos dados), para as comunicações
estratégicas do governo, com cobertura regional (Brasil), América Latina
e Oceano Atlântico, usando cinco transponders (sistema que converte o
sinal recebido do satélite para outra frequência determinada). Para as
comunicações em banda larga usará a banda Ka.
O contrato de construção do satélite vai
envolver transferência de tecnologia nas áreas de sistemas de
comunicação, controle de atitude e órbita, controle de solo, software de
controle e propulsão, afirmou o diretor da Agência Espacial.
O satélite geoestacionário foi incluído
na lista de projetos que o Programa Nacional de Atividades Espaciais
(Pnae) considera como estruturantes e mobilizadores. "São projetos que
colocam desafios tecnológicos à pesquisa e à indústria e que organizam a
cadeia produtiva nacional, e ampliam o mercado de bens e serviços
espaciais", descreve o documento.
Entre os resultados esperados, descritos
no relatório do Pnae, está o incremento da capacitação tecnológica da
indústria nacional no segmento de satélites de telecomunicação e
elevação do índice de participação das empresas no desenvolvimento e
fabricação do segundo satélite.
Fonte: Valor Econômico
Ja estava na hora de o Brasil possuir um satélite geoestacionario.Espero que tudo corra bem e seja concretizado ja em 2014.
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