O comando da Força Aérea da Rússia considera necessário reiniciar o desenvolvimento do avião A-90, uma das mais modernas aeronaves de reconhecimento e guerra eletrônica.
Segundo especialistas em engenharia aeronáutica, o projeto, cuja realização fora suspensa há um ano, tem sido aperfeiçoado, o que permitiu ultrapassar os defeitos detetados antes.
A guerra eletrônica tem por objetivo enfraquecer o comando das tropas do oponente, bem como assegurar um funcionamento sustentável dos sistemas de comunicação próprios. Os aviões dotados de sistemas de condução de guerra eletrônica existem desde a Segunda Guerra Mundial, mas atualmente, numa época de informatização cada vez maior das Forças Armadas, as aeronaves de guerra eletrônica adquirem um novo significado. Na Rússia, estão sendo efetuados trabalhos neste sentido, mas torna-se imprescindível um sistema mais poderoso.
O elemento básico do A-90 é uma plataforma de reconhecimento e supressão radioeletrônica Disconfort, desenvolvida pela empresa Sozvezdie ("Constelação") sediada na cidade russa de Voronezh. O projeto, batizado de Yastreb ("Falcão"), foi considerado bastante promissor, mas, em janeiro do ano passado, seu financiamento foi suspenso por causa de incumprimento dos prazos de entrega de certos componentes da aeronave. Entretanto, os engenheiros projetistas continuaram trabalhando à custa da própria empresa. Finalmente, os resultados dos últimos testes do sistema foram reconhecidos por peritos como bastante bem-sucedidos. O desenvolvimento de meios de guerra eletrônica merece todo o apoio, assevera Alexander Konovalov, presidente do Instituto de Prognósticos Estratégicos.
"Nas atuais operações militares, vence aquele que possui informação e é capaz de destruir as redes e os meios informáticos do oponente. Se repararmos em operações como a tomada de Bagdá durante a guerra iraquiana de duas semanas, veremos que os norte-americanos cumpriram a missão praticamente sem baixas militares. Eles utilizaram da maneira mais abrangente possível distintos sistemas eletrônicos. Portanto, hoje em dia é contraproducente poupar dinheiro cortando os orçamentos nas áreas de telecomunicações, apoio informático e guerra radioeletrônica."
Caso o Ministério da Defesa aprove o relançamento do projeto A-90, a Força Aérea da Rússia poderá retomar o desenvolvimento e ensaio da aeronave de reconhecimento e guerra radioeletrônica. Neste caso, como apontam os especialistas, serão apresentadas as mais altas exigências ao projeto.
Fonte: Voz da Rússia
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