segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Para se fortalecer, Astrium cria subsidiária



A Astrium, divisão espacial da gigante europeia EADS, está fortalecendo a sua presença no Brasil para tentar participar de forma mais efetiva do programa espacial brasileiro. O Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae) indica a necessidade de um investimento de R$ 9,1 bilhões nos próximos dez anos no setor.

"O Brasil, embora ocupe um lugar importante no cenário econômico mundial, ainda não integra o grupo de países que dominam a tecnologia espacial", disse o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Astrium na América Latina, Jean Noel Hardy.

Segundo o executivo, mesmo assim a Astrium acredita no potencial espacial do Brasil e, por isso, acaba de criar a subsidiária Astrium Brasil. A companhia está presente no país desde 2006 com a Equatorial Sistemas, de São José dos Campos, e a Astrium Services, antiga Spot Image. Em 2012, a Astrium registrou uma receita de € 5,8 bilhões, 7% maior que em 2011.

Fornecedora do programa espacial brasileiro desde 1996, a Equatorial atuou no programa do satélite CBERS-3, feito em parceria com a China e para o qual desenvolveu uma câmera WFI (sigla em inglês para câmera de grande campo de visada) e um gravador digital de dados para o satélite brasileiro Amazônia-1, em fase de desenvolvimento. O CBERS-3 tem lançamento previsto para maio.

A Equatorial foi contratada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o fornecimento dos sistemas aos satélites CBERS-3 e Amazônia. Segundo o presidente da Equatorial, César Ghizoni, os dois contratos estão avaliados em cerca de R$ 60 milhões.

Em 2012, de acordo com o executivo, a Equatorial gerou receitas de R$ 9,5 milhões, ante os R$ 6,8 milhões do ano anterior. Entre os novos contratos previstos para este ano, Ghizoni cita o fornecimento de cabos do sistema elétrico do satélite Amazônia-1 e um contrato com a GMV, empresa europeia que fornece sistemas de navegação de satélites.

A GMV está desenvolvendo seu sistema em parceria com o Instituto Tecnológico de aeronáutica (ITA) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), disse o presidente da Equatorial. (VS)

Fonte: Valor Econômico
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