Após anunciar sua renúncia dia 11 de fevereiro, hoje Papa Bento XVI deixa o potificado e segue para resdência provisória. Em mais de 400 anos não tinhamos a renúncia de um Papa, tendo sido a renúncia de Bento XVI provocada por uma série de intrigas, denúncias de corrupção, disputas pelo poder e escândalos sexuais no Vaticano.
O conteúdo do relatório sobre o escândalo conhecido como Vatileaks, entregue ao Papa Bento XVI em dezembro passado, teria sido devastador, a ponto de levar à renúncia do Pontífice, segundo o “La Repubblica”. De acordo com o jornal italiano, ao abandonar o cargo, o Papa pretendia possibilitar a entrada de um líder mais jovem e forte para fazer uma limpeza no Vaticano.
O dossiê de 300 páginas, contendo a investigação completa sobre o vazamento de documentos secretos da Santa Sé, revelaria disputas de poder, relações homossexuais e mau uso de dinheiro.
“La Repubblica” afirma que Bento XVI teria decidido neste dia que deveria se demitir. “O dossiê será entregue ao próximo Papa, que deverá ser mais forte, jovem e santo para poder enfrentar o trabalho que espera”, diz o jornal.
- Tudo gira em torno da observação do sexto e sétimo mandamento – afirmou o jornal, citando uma pessoa muito próxima a um dos autores do relatório. “Não cometerás atos impuros”, proclama o sexto mandamento, “Não furtarás”, diz o sétimo.
O jornal lembra que já em 2010 teria vindo à tona um escândalo que mostrou a existência de seminaristas que se prostituíam, de um membro do coro do Vaticano que atuava como cafetão. A história tinha como protagonista Angelo Balducci, o presidente do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, que teve seu telefone interceptado por suspeita de corrupção.
Durante a investigação, foi descoberto que Balducci conversava com frequência com um membro do coro da Reverenda Capela Musical da Sacrosanta Basílica Papal de São Pedro no Vaticano -um nigeriano chamado Chinedu Thiomas Eheim – que oferecia serviços sexuais com jovens.
“Só te falo que tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”, disse o membro do coro vaticano a Balducci em uma das conversas interceptadas.
Os encontros sexuais, segundo assegura “La Repubblica” citando a investigação judicial, aconteceram em uma vila fora de Roma, em uma sauna, em um centro estético, no próprio Vaticano e em uma residência universitária que seria a casa de Marco Simeon em Roma, um jovem de 33 anos que acumulou um enorme poder à sombra da cúpula de São Pedro.
O jornal “La Repubblica” fala da possível existência de um “lobby gay” dentro do Vaticano, “uma rede transversal unida pela orientação sexual”. Segundo a publicação, pela primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada, lida em voz alta no apartamento do Papa. E pela primeira vez se falou, ainda que em latim, da palavra “influentiam” (chantagem), lembra a reportagem, fazendo referência às conclusões finais do documento exposto ao Papa.
Após ter criticado a “hipocrisia religiosa” e as “divisões no corpo eclesial”, o papa Bento XVI usou na quinta-feira seu último encontro com o clero da Diocese de Roma para pedir uma “verdadeira renovação” da Igreja Católica. Em uma espécie de conselho não só aos sacerdotes presentes, mas a todos aqueles que conduzirão a Igreja após sua renúncia, até mesmo ao novo papa, Bento XVI procurou retomar o espírito de mudança proposto pelo Concílio Vaticano 2.º (1962-1965).
O pontífice disse que é preciso valorizar “a comunhão na Igreja” e 50 anos após o Concílio, “ainda há muito o que fazer”.
Um dos principais desafios do próximo conclave será escolher um papa com vigor para renovar a Igreja e superar as divisões que marcam a Santa Sé. Bento XVI, segundo a revista italiana Panorama, teria acelerado sua ideia de renúncia depois de ver os resultados de uma investigação por ele encomendada que mostrou uma “resistência generalizada” na Cúria Romana por mudanças e mais transparência. O documento teria sido entregue a ele no dia 17 de dezembro.
Na quinta-feira Bento XVI usou novamente uma aparição pública para alertar que, sem uma renovação e sem superar resistências, a Igreja estaria sob ameaça. Para muitos presentes, isso foi uma espécie de alerta ao conclave – e também ao próximo papa – sobre a tarefa que terá pela frente diante de um dos principais problemas: a perda de fiéis.
Com relativo vigor, bom humor e serenidade, o papa dedicou a reflexão improvisada à sua própria experiência pessoal como um jovem perito no Concílio Vaticano 2.º, iniciado por João XXIII em 1962 e concluído sob Paulo VI em 1965. Referindo-se àquela ocasião, Bento XVI recordou: “Todos acreditavam que se devia prosseguir com a renovação.” Havia, segundo ele, “uma esperança incrível, um novo Pentecostes”, observou, numa analogia ao relato bíblico em que os apóstolos são enviados pelo Espírito Santo para pregar no mundo inteiro. Alguns teólogos definem Pentecostes como o verdadeiro início da Igreja.
Num esforço para mostrar que o entusiasmo por uma reforma também faz parte da história da Igreja, Bento XVI lembrou a batalha entusiástica que havia sido aquele Concílio, transformando rituais arcaicos, como a missa em latim, para um modelo mais moderno. “Mas muito daquilo ainda não foi implementado”, lamentou. “Precisamos trabalhar para a realização de um Concílio real e para a real renovação da Igreja”, insistiu. “A Igreja é um organismo, é uma realidade vital. Não é uma estrutura. Nós somos a Igreja”,
O cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, vai enviar formalmente nesta sexta-feira a convocação para que os cardeais compareçam a Roma para o Conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI.
A informação foi dada pelo próprio Sodano aos cardeais nesta quinta=feira, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, pouco antes da cerimônia em que eles se despediram do atual papa.
O perfil do papa no Twitter foi inaugurado em 12 de dezembro passado, e está disponível em nove línguas: latim, português, inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, polonês e árabe, segundo a Rádio Vaticano.
Haverá transmissão ao vivo do fechamento das portas de Castel Gandolfo e da saída da guarda suíça nesta quinta. A porta do apartamento do papa será selada às 20 horas no horário local (16h no horário de Brasília).
Fonte: GeoPolítica Brasil com Agências de Notícias
isso é gelpolitica?
ResponderExcluirSim, isto é parte da Geopolítica meu caro, observe os fatos, tudo que envolve a questão, o Vaticano é um Estado,religião á parte é um fato que diz respeito a geopolitica sim
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