A Embraer anunciou nesta quarta-feira (27) que venderá 20 unidades do avião A-29 Super Tucano à Força Aérea dos Estados Unidos por um valor total de US$ 427 milhões.
A brasileira foi selecionada em um novo processo de seleção da Força Aérea dos EUA para a aquisição de aviões de ataque leve, que deu maior peso para a experiência de combate e não pedia demonstração de voo. O primeiro havia sido "posto de lado" devido a supostos problemas com documentos.
As aeronaves serão fornecidas por uma sociedade da Embraer com a empresa americana Sierra Nevada Corporation e serão incorporadas ao programa Apoio Aéreo Ligeiro (LAS, na sigla em inglês), informou a companhia brasileira.
O avião foi selecionado para o programa LAS (Light Air Support) ou Apoio Aéreo Leve, diz a Embraer em nota. A aeronave será utilizada para missões de treinamento avançado em voo, reconhecimento aéreo e apoio aéreo tático.
"Após um rigoroso processo licitatório, a USAF considerou que a Embraer Defesa e Segurança e a SNC apresentaram a melhor proposta para cumprir a missão LAS", diz a Embraer. “Nosso compromisso é avançar com a estratégia de investimentos nos Estados Unidos e entregar o Super Tucano no prazo esperado e conforme o orçamento contratado”, disse Luiz Carlos Aguiar, Presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança.
O contrato, no valor de US$ 427 milhões, inclui 20 aeronaves de apoio aéreo tático, equipamentos para treinamento de pilotos no solo, peças de reposição e apoio logístico. A aeronave selecionada para o programa LAS será construída em Jacksonville, Flórida.
Super Tucano
O Super Tucano é um avião turboélice capaz de executar missões como ataque aéreo leve, vigilância, interceptação aérea e contra-insurgência. Segundo a Embraer, a aeronave está em operação em nove forças aéreas ao redor do mundo.
Com mais de 190 encomendas e mais de 170 unidades entregues, o Super Tucano tem mais de 180 mil horas de voo e 28 mil horas de combate.
A aeronave tem sistemas eletrônicos, eletroópticos, infravermelho e laser e sistemas de rádios seguros com enlace de dados e capacidade de armamentos.
Contrato cancelado
Há cerca de um ano, a Embraer havia sido selecionada como fornecedora de aviões de ataque leve, mas o contrato foi "posto de lado", devido a supostos problemas com documentos. A vitória da Embraer no contrato, de US$ 355 milhões, foi contestada na Justiça dos EUA pela norte-americana Hawker Beechcraft.
Em 30 de dezembro de 2011, a Força Aérea dos Estados Unidos definiu que a Embraer, junto com sua parceira norte-americana Sierra Nevada Corp, tinha obtido o contrato para venda de 20 aviões Super Tucano, assim como fornecimento de treinamento e suporte.
Entretanto, a licitação foi paralisada em janeiro, quando a Hawker Beechcraft entrou na Justiça questionando a decisão.
No ocasião, a Força Aérea disse que acreditava que a competição e a avaliação para seleção do fornecedor tinham sido justas, abertas e transparentes. O Super Tucano foi desenvolvido para missões de contra-insurgência e está em uso em seis nações, incluindo a Colômbia, o Equador e Burkina Fasso, na África.
Opinião do Pentágono
O Pentágono manifestou nesta quarta-feira que o contrato militar de US$ 427 milhões formalizado com a brasileira Embraer é "crítico" para apoiar a Força Aérea no Afeganistão.
Em comunicado, o Pentágono indicou que o subsecretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, ligou hoje para o ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, para informá-lo da concessão do contrato à Embraer, que apresentou sua proposta em uma sociedade com a empresa americana Sierra Nevada Corporation.
"Essa plataforma é crítica para apoiar a Força de Segurança Nacional Afegã, como parte do apoio durável dos EUA no Afeganistão após concluída a missão da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança, da Otan) no final de 2014", disse o secretário de imprensa do Pentágono, George Little.
O contrato envolve a venda de 20 unidades do avião de ataque A-29 Super Tucano à Força Aérea americana "para fornecer apoio aéreo rápido e manutenção e capacitação para a Força Aérea afegã", explicou.
Sob esse contrato, 20 aeronaves serão enviadas às bases aéreas no Afeganistão no meio de 2014 para realizar "treinamentos avançados em voo, vigilância, apoio aéreo e missões de interdição aérea", acrescentou Little.
O porta-voz disse que durante a ligação tanto Carter como Amorim demonstraram a intenção de programar o próximo Diálogo de Cooperação em Defesa de EUA e Brasil, além de "continuar a cooperação de defesa" entre ambos os países.
Fonte: G1 / Exame
Muito bom, tão reconhecendo que a aeronave é boa.
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