Há algumas décadas se nos
referíssemos á China como sendo forte candidata á se tornar uma super potência,
muitos iriam rir ou nos julgar loucos. Mas a verdade deste novo século é bem
diferente, enquanto as grandes potências européias e a super potência americana
estagnaram na última década do século XX e mergulharam em uma grande crise
econômica no principio do século XXI, os chineses deram largos passos para se
tornar uma potencia econômica e preparando-se para se tornar uma potencia
militar e espacial.
Na última década assistimos ao
despontar da potencia econômica chinesa, que saiu da produção de baixo custo de
produtos simples de preço irrisório que inundaram as lojas de vários países,
como por exemplo, no Brasil ficou conhecido como a febre do R$1,99, onde
produtos extremamente abaixo dos preços de mercado, embora com qualidade
inferior, tomaram os mercados mundiais. A partir daí a China conseguiu se
capitalizar e entrar no jogo das exportações, acumulando um enorme superávit
com seus produtos de baixo custo e tecnologia, passou a estabelecer políticas
internas que atraíram empresas de setores de tecnologia de várias nações
desenvolvidas, principalmente pela numerosa mão de obra disponível e os
baixíssimos custos desta em relação aos países de origem destas empresas.
Com este cenário, passamos a
ver com mais freqüência produtos de renomadas marcas com a descrição “Made in
China”, desde simples peças de carro á Iphones e outros produtos de alta
tecnologia, criando assim uma importante capacitação daquela indústria que
antes era fraca e muito atrasada, vimos a China das bicicletas experimentar o
avanço em todos os campos, desde a mudança em seus centros urbanos, como na
qualidade de vida das populações de suas metrópoles.
Porém, o passo mais importante
foi dado ao não se contentarem em se tornar simples montadores, foram criados
grandes centros de pesquisa e desenvolvimento, onde em grande parte foi adotada
a engenharia reversa, o que rendeu a China o título de maior produtora de
produtos piratas, ou como alguns chamam “genéricos”, rendendo não só muitos
processos contra as empresas que faziam uso desta pratica, mas também
levantando dúvidas quanto a qualidade dos seus produtos.
Nada escapou da sede chinesa
por absorver conhecimento e capacidade tecnológica, até mesmo a indústria
aeronáutica russa sofreu a clonagem de um de seus principais caças modernos de
exportação da família Sukhoy.
Em paralelo a todo esse
desenvolvimento, assistimos uma China dinâmica muito mais próxima do mundo,
distante da política econômica isolada típica do comunismo, cada dia se mostrou
mais próxima ao capitalismo do ponto de vista econômico, investindo não só em
seu parque industrial e mercado imobiliário, mas ousando na compra de títulos
estrangeiros de alta liquides, passando a ser um dos mais importantes credores
do ocidente.
A China passou a fazer parte
do grupo denominado BRICs, termos desenvolvido para denominar as quatro maiores
economias emergentes, grupo do qual fazem parte Brasil, Rússia, Índia e a
China. Onde encontrou um papel de maior importância na agenda internacional,
atingindo um novo patamar no cenário internacional que passou a migrar da
hegemonia norte americana que vinha desde a queda da União Soviética na década
de 90, pondo fim á bipolaridade, e hoje mais uma vez passando por uma mudança
radical, onde o mundo tem se tornado multipolar, sendo inseridos novos players
ao tabuleiro geopolítico, dentre os membros do BRICs, a China e o Brasil se
tornaram as economias mais robustas e estáveis, sendo um importante fator na
economia mundial, embora a mesma ainda gire ao redor da cambaleante economia
americana e européia.
No campo militar a China ainda
esta longe de ser uma super potência á curto prazo,mas diante do aumento
contínuo do orçamento de defesa daquele país, é previsível que dentro de no
máximo duas décadas tenhamos uma China capaz de ser comparada militarmente aos
EUA.
Ao analisarmos os saltos
apresentados no campo militar nas duas últimas décadas, vemos uma China
galopando de maneira consistente e continua em busca de possuir um arsenal
moderno e capaz de prover não só a defesa de sua vasta extensão territorial,
mas de projetar poder em áreas cada vez mais distantes de sua zona de
influência na Ásia. Dentre os importantes
passos podemos citar o desenvolvimento de seu próprio caça de quinta geração, a
aquisição de seu primeiro Navio Aeródromo e o adestramento de sua marinha no
uso daquela arma, estreitando laços com outros países para adquirir
conhecimento sobre o mesmo, incluindo aí um estreitamento de relações militares
com o Brasil no intuito de adestrar seus marinheiros na utilização do navio
aeródromo.
Há poucos dias foi anunciado
um ousado programa de lançamentos de satélites e sondas, que se bem sucedidos
irá superar as super potências espaciais EUA e Rússia, sendo um importante
marco na mudança do status chinês no cenário geopolítico mundial.
Os olhos do mundo inteiro
acompanham de perto o crescimento chinês e criam várias vias de estudo para a
futura posição mundial em relação a nova China e seus interesses, apesar de
alguns especialistas em política e economia não acreditarem que o dragão chinês
possa sustentar essa enorme taxa de crescimento e desenvolvimento por muito
tempo. A nós resta esperar pelos próximos capítulos da história.
Autor: Angelo D. Nicolaci –
Editor do site GeoPolítica Brasil, estudante de Relações Internacionais e
pesquisador sobre o tema geopolítica mundial.
Fonte: GeoPolítica Brasil
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