terça-feira, 5 de junho de 2012

Presidente russo chega a China para reforçar aliança estratégica



O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a Pequim nesta terça-feira, em sua primeira visita de Estado após assumir a Presidência, para participar da reunião de chefes de Estado dos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, em inglês), informou nesta terça-feira a agência oficial de notícias "Xinhua".

Putin também se reunirá com seu colega chinês, Hu Jintao, para analisar a expansão da cooperação bilateral em vários campos, acrescentou a fonte oficial.

Na semana passada, o vice-primeiro-ministro chinês encarregado de assuntos comerciais, Wang Qishan, e seu colega russo, Arkady Dvorkovich, dialogaram em Pequim sobre o aumento da cooperação em gás natural, petróleo, e energia.

As negociações entre China e Rússia sobre a compra e venda de recursos energéticos se prolongam há três anos, embora Putin tenha assegurado em outubro que estavam "em sua fase final".

As duas partes seguem sem entrar em acordo com relação ao valor dos 68 bilhões de metros cúbicos que serão vendidos à China pela Rússia.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Putin escolheu a China como um dos primeiros países a visitar durante seu mandato como demonstração de que as relações entre as duas nações alcançaram "níveis sem precedentes".

A cúpula da SCO, fundada em 2001 por China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão para colaborar em matéria de segurança, acontecerá em Pequim nos dias 6 e 7 e pode ser concluída com o acordo do primeiro plano estratégico para impulsionar a cooperação econômica aceitando o Afeganistão como "observador" e a Turquia como "parceira para o diálogo".

A SCO também tentará desenvolver novos vínculos em matéria de transportes, como a construção de uma rota terrestre que ligue São Petersburgo (Rússia) a Lianyungang, na província chinesa de Jiangsu, assim como o estabelecimento de um banco de desenvolvimento.

O presidente russo Vladimir Putin busca reforçar a crucial aliança entre os dois vizinhos, com o objetivo de bloquear mais ações diplomáticas e econômicas contra a Síria. A questão energética e a cooperação política externa estão no topo da agenda.

Putin, que viajou para a China apenas algumas semanas depois de cancelar uma visita aos EUA, deve ter uma longa conversa ainda hoje com o presidente chinês Hu Jintao. Ele também irá participar de uma cúpula regional, na quarta e na quinta-feira, quando irá conversar separadamente com os presidentes do Irã e do Afeganistão.
 
A viagem de Putin à China, a primeira do mandatário russo para a Ásia desde o início de seu terceiro mandato no mês passado, ocorre depois de tentativas frustradas por parte de líderes da União Europeia (UE) para influenciá-lo na questão da Síria - uma aliada da era soviética que Moscou ainda abastece com armas.
 
Pequim e Moscou têm andado no mesmo passo em relação à Síria para conter as pressões crescentes das nações árabes e ocidentais. O presidente da UE, Herman Van Rompuy, disse a Putin, na segunda-feira, que as potências mundiais precisavam "encontrar mensagens comuns sobre os quais estamos de acordo."
 
Conhecido por enfrentar repetidamente o Ocidente durante a sua presidência (2000-08), Putin contornou a questão síria durante a coletiva com os líderes da UE, notando apenas que "as nossas posições não coincidem em todas as questões." As informações são da Dow Jones.

Fonte:  EFE / Estadão
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