quarta-feira, 30 de maio de 2012

Itamaraty diz que Brasil não vai expulsar diplomatas sírios



O ministro de Relações Exteriores Antônio Patriota afirmou nesta terça-feira que o Brasil não pretende, pelo menos por enquanto expulsar diplomatas sírios, a exemplo de países ocidentais como EUA, Alemanha e Reino Unido.

Patriota afirmou que o país se "associa integralmente" à declaração dada pelo Conselho de Segurança da ONU no domingo à noite, repudiando os ataques. Ele manifestou "preocupação com esses desenvolvimentos que são obviamente inaceitáveis".

O ministro afirmou que pretende aguardar as declarações do enviado especial do conselho a Damasco, Kofi Annan para saber quais serão as estratégias adotadas. "O Brasil sempre se pauta pelas decisões adotadas em âmbito multilateral pelo Conselho de Segurança, estando nele ou não", afirmou.

De acordo com o porta-voz da chancelaria brasileira, Tovar Nunes, o "diálogo com a Síria tem que ser mantido". "Se expulsarmos os diplomatas sírios do país, não vai ter mais diálogo", afirmou.

Patriota se encontrou hoje com Uri Rosenthal, ministro dos negócios estrangeiros da Holanda. Rosenthal afirmou que os Países Baixos seguem a posição da União Europeia, que está mandando os diplomatas de volta para a Síria. Como o país não pode expulsar o embaixador sírio em Haia (que tem residência no território), declarou-o como "persona non grata".

O ministro holandês disse ainda que "a época [do ditador sírio Bashar al] Assad já foi" e que os europeus esperam que agora ele tenha "entendido a mensagem". "A responsabilidade básica do que aconteceu e do que está acontecendo na Síria é desse regime", afirmou.

EXPULSÃO

Nove países ocidentais --EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Alemanha, Itália, Espanha e Bulgária-- anunciaram a expulsão de representantes diplomáticos sírios, como manifestação de repúdio pelo massacre deste final de semana na cidade de Houla.

A Holanda, a Béligica e a Suécia não expulsaram diplomatas, mas os declararam 'persona non grata'.
Israel, que não tem relações diplomáticas com a Síria, comemorou a decisão dos países ocidentais.

"A expulsão dos embaixadores da Síria é um novo passo no caminho para derrotar o regime da família
Assad. Outros governos do mundo deveriam agir de maneira similar", disse o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, em um discurso em seu Ministério.
Assad, acrescentou Barak, "não pode continuar fazendo parte da comunidade das nações".

O grupo oposicionista CNS (Conselho Nacional Sírio) também congratulou a comunidade internacional pela expulsão dos representantes diplomáticos.

"O CNS dá apoio total a essas medidas" e "convoca a comunidade internacional a romper todos os laços diplomáticos com o regime sírio", declarou o grupo oposicionista, em comunicado oficial.

MASSACRE

Antes do massacre em Houla e após o acordo de cessar-fogo, quase 2.000 já morreram por conta da repressão do regime sírio e de confrontos com os movimentos insurgentes.

No episódio, mais 87 pessoas morreram somente no domingo, além de outras 41 nesta segunda. Relatos iniciais da oposição apontam outras dezenas nesta terça-feira.

A sucessão de episódios violentos parece ter afetado até mesmo os poucos aliados que Assad ainda tinha junto à comunidade internacional.

Ontem, até mesmo a Rússia, uma das vozes isoladas em defesa de Assad, apontou a culpa (parcial) do regime sírio no massacre de Houla.

Fonte: Folha
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