A Coreia do Norte intensificou a guerra de palavras contra os Estados Unidos nesta terça-feira, prometendo fortalecer a intimidação nuclear depois de ter recebido um alerta de novas sanções se não abandonar o programa atômico.
Na semana passada, líderes mundiais reunidos nos Estados Unidos disseram que a Coreia do Norte precisava aderir às normas internacionais sobre questões nucleares e que teria de enfrentar mais isolamento se "continuasse no caminho da provocação".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano enviou uma notificação por meio da agência oficial de notícias KCNA nesta terça-feira de que iria "reforçar sua intimidação nuclear, enquanto os Estados Unidos continuassem com suas políticas hostis" e que planejava "medidas defensivas" após pressões de Washington.
Sob o comando do novo líder Kim Jong-un, a Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance em abril, quebrando um acordo com os Estados Unidos, no qual teria trocado ajuda alimentar por acesso a suas instalações nucleares, entre outras coisas.
Muitos especialistas acreditam agora que o recluso Norte está se preparando para um terceiro teste nuclear, e poderia até usar urânio altamente enriquecido -ou no nível de fabricação de armas- pela primeira vez.
Especialistas dizem que a Coreia do Norte já possui material suficiente de plutônio para pelo menos seis bombas nucleares.
O representante especial dos EUA para a Coreia do Norte, Glyn Davies, disse a repórteres em Seul na segunda-feira que Pyongyang poderia esperar uma "rápida e certa" reação da comunidade internacional caso realizasse outras ações hostis.
Falando a jornalistas em Pequim nesta terça-feira após se reunir com autoridades chinesas, Davies disse que ainda tinha que estudar a declaração norte-coreana.
"Eu acho que eu iria resumir dizendo que me parece mais do mesmo. Eu não sei se isso adiciona ou diminui o que já sabemos sobre o ponto de vista norte-coreano sobre o que está acontecendo no momento", afirmou ele.
A China é o único aliado econômico e diplomático significativo da Coreia do Norte e já chegou a colocar pressão sobre o país para recuar nos planos para um teste nuclear.
Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos da Coreia do Norte em Seul, estava cético de que a mais recente retórica de Pyongyang sinalizava um teste nuclear iminente. "A Coreia do Norte está simplesmente dizendo: 'Não agite nem nos provoque'", disse.
Imagens de satélite recentes publicadas pela Defence Weekly, da IHS Jane, uma publicação especializada de defesa, mostraram que houve mais trabalho no local de testes nucleares anteriores que poderiam indicar que o Norte estava se preparando para seu terceiro teste nuclear.
A publicação mostrou carrinhos de mineração e equipamentos de escavação bem como detritos de dentro de um túnel que poderiam ser usados para outro teste.
"Um terceiro teste nuclear pela Coreia do Norte seria a última jogada para reiniciar o seu programa de armas nucleares, que o país concordou em aposentar em um acordo em 29 de fevereiro com os EUA", disse o analista da Janes, James Hardy.
Desde a morte de Kim Jong-il em dezembro, Kim Jong-un, que se acredita estar perto dos 30 anos de idade, já mostrou que vai continuar com a política linha-dura militar de seu pai.
Fonte: Reuters
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