O presidente russo, Dmitri Medvedev, alertou que mísseis poderiam ser posicionados nas fronteiras da União Europeia se os EUA mantiverem seu plano de um escudo antimísseis. Em uma declaração televisionada, ele afirmou que os "sistemas de armas modernas" poderiam ser instalados em Kaliningrado se a Rússia, os EUA e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) fracassarem em chegar a um acordo.
Além disso, ele afirmou que Moscou poderia sair do novo Start (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) que alcançou com Washington no ano passado. Os dois assinaram o tratado, que tem o objetivo de reduzir os arsenais nucleares - em abril de 2010, e o acordo foi ratificado em dezembro pelo Senado americano. A Rússia, por sua vez, o aprovou no Parlamento em janeiro.
O acordo foi descrito por Obama como o mais significativo em quase duas décadas, por isso, se a Rússia seguir sua ameaça de optar por não cumprir o acordo seria um grande golpe para as relações entre os dois países.
Os EUA querem um escudo antimísseis pronto até 2010, mas o governo russo considera a ideia uma ameaça a suas forças nucleares. Para a administração americana, o escudo tem objetivo de fornecer proteção contra a possível ameaça de mísseis de países como o Irã.
Inicialmente, sob os planos da era Bush (2001-2009), a intenção inicial dos EUA era posicionar grandes seções de sua defesa na Polônia e na República Checa. Mas, em meio à vigorosa objeção russa, o presidente Barack Obama mudou o planejamento. Apesar disso, Moscou ainda não está satisfeito de que os planos revistos não representem uma ameaça a seus interesses.
O alerta de Medvedev foi feito um dia depois de os EUA anunciarem que não compartilharão mais informações com a Rússia sobre as forças militares não nucleares na Europa. A informação vinha sendo fornecida ao governo russo sob o CFE, sigla em inglês para tratado sobre forças convencionais na Europa.
A Rússia suspendeu seu respeito ao tratado em 2007, mas Washington permaneceu fornecendo dados enquanto continuaram as negociações sobre uma defesa de mísseis. Analistas dizem que a medida dos EUA é amplamente simbólica, embora o Departamento de Estado americano tenha afirmado que seu objetivo era trazer a Rússia de volta à mesa de negociações.
Fonte: Último Segundo
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