terça-feira, 1 de novembro de 2011

Presidente eleito do Quirguistão quer fechar base dos EUA



O presidente eleito do Quirguistão, Almazbek Atambayev, disse nesta terça-feira que os EUA terão de deixar sua base aérea no país quando o contrato de arrendamento expirar, em 2014 - mesmo ano em que as forças de combate da Otan devem se retirar do quase vizinho Afeganistão.

Atambayev, primeiro-ministro pró-Rússia que se declarou vitorioso nas eleições presidenciais de domingo, disse que o Quirguistão vai respeitar o contrato em vigor, mas não pretende renová-lo.

"Quando fui nomeado primeiro-ministro no ano passado, e novamente neste ano, alertei aos funcionários e líderes da embaixada dos EUA e a representantes em visita que, em 2014, e em conformidade com as nossas obrigações, os EUA deveriam deixar a base", afirmou.

A base aérea de Manas serve como entreposto para o abastecimento das forças envolvidas na guerra do Afeganistão. Ela é vizinha ao principal aeroporto internacional do país, também chamado Manas, nos arredores de Bíshkek, a capital.

O Quirguistão, uma ex-república soviética na Ásia Central, com 5,5 milhões de habitantes, também abriga uma base aérea russa. Moscou e Washington têm em comum a preocupação com a difusão da militância islâmica quando as tropas ocidentais deixarem o Afeganistão.

Por outro lado, a desativação da base deve agradar ao Kremlin, que vê as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central como sua esfera natural de influência.

O ex-presidente quirguiz Kurmanbek Bakiyev, deposto numa revolução em abril de 2010, prometeu em 2009 que fecharia a base, depois de receber um pacote de assistência financeira de Moscou. Ele reverteu a decisão após acertar com Washington um aumento no preço do aluguel.

Atambayev, cuja vitória corre o risco de ser contestada por candidatos que apontaram irregularidades, disse a jornalistas que não vê a base norte-americana como algo favorável para a segurança quirguiz.

"Sabemos que os Estados Unidos com muita frequência participam de vários conflitos militares. Aconteceu no Iraque, no Afeganistão, e agora há uma situação tensa com o Irã. Eu não gostaria que nenhum desses países um dia fizesse um contra-ataque contra a base militar. Um aeroporto civil deve ser um aeroporto civil", declarou.

Fonte: Reuters
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