quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Itamaraty analisa relatório da AIEA sobre Irã



O governo brasileiro reagiu com cautela à divulgação dos dados do relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, um órgão da ONU) sobre o programa nuclear iraniano. O Itamaraty ainda está analisando o documento, que revela ter identificado no Irã "atividade específica para desenvolver armas nucleares", e disse que só se pronunciará sobre o seu conteúdo após declaração oficial da agência sobre o texto.

O novo relatório, de 25 páginas, foi entregue aos países-membros da agência nesta terça-feira, e vazou à imprensa internacional logo depois.

Segundo o porta-voz do chanceler Antonio Patriota, Tovar Nunes, no entanto, o Brasil estaria "pronto para contribuir, como esteve no passado, em um diálogo sobre a utilização pacífica de energia nuclear pelo Irã".

"Achamos necessário criar um ambiente em que o Irã se sinta também apoiado pela comunidade internacional", disse Nunes.

Em maio de 2010, Brasil e a Turquia negociaram com o Irã a Declaração de Teerã, que previa o enriquecimento do material nuclear iraniano no exterior em troca de combustível para um reator nuclear de pesquisa no país. O acordo foi ignorado pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que acabou por adotar mais uma rodada de sanções contra Teerã.

SANÇÕES DOS EUA

Em reação à divulgação do relatório, os Estados Unidos anunciaram que podem aumentar o escopo das sanções contra o país, atualmente focadas nos setores de gás e petróleo.

"Eu acho que veremos um aumento das sanções bilaterais", disse uma autoridade americana sob condição de anonimato.

"Do nosso lado, queremos realmente fechar qualquer lacuna que possa existir", acrescentou, deixando claro que Washington pode fazer mais para realmente estrangular as atividades de exportação de gás e petróleo iranianos.

No entanto, punições ao Banco Central iraniano não estão sendo discutidas, informou a fonte.

O aguardado relatório indica que o Irã trabalhou de forma estruturada para a produção de tecnologia nuclear, possivelmente com o intuito "específico" de fabricar armas atômicas e que ainda pode estar desenvolvendo este tipo de armamento.

Fonte: Folha
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