domingo, 6 de novembro de 2011

França descarta intervenção militar no Irã e diz preferir sanções



Ataques militares ao programa nuclear iraniano poderão desestabilizar completamente a situação na região, disse neste domingo o ministro de relações exteriores da França, Alain Juppé, acrescentando que como alternativa poderá endurecer as sanções.

"Nós podemos reforçar as sanções para pressionar o Irã e nós vamos continuar neste caminho porque uma intervenção militar pode desestabilizar completamente a região", disse o ministro a uma rádio local.

"Nós devemos fazer tudo para evitar o irreparável", acrescentou.

Na semana passada, o presidente Nicolas Sarkozy criticou o que ele chamou de desejo obsessivo do Irã de desenvolver armas nucleares.

Teerã acusa AIEA de Inventar mentiras sobre seu programa nuclear

O Irã acusou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de inventar mentiras contra o país em um relatório sobre o programa nuclear da República Islâmica que deve ser divulgado nos próximos dias, informa neste domingo o jornal "Tehran Times".

Conforme disse no sábado em Teerã o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, o relatório "carece de autenticidade e credibilidade técnica".

O chefe da diplomacia iraniana afirmou que o documento indica que o Irã realiza estudos sobre mísseis com capacidade para transportar armas nucleares, mas destacou que esses dados "não são válidos".

Salehi lembrou que a AIEA já divulgou anteriormente informações similares e que o Irã respondeu amplamente a essas acusações e negou que seu programa nuclear tenha fins militares.

O chanceler comparou as acusações da AIEA com o pretexto alegado pelos Estados Unidos para invadir o Iraque em 2003, quando Washington acusou o regime de Saddam Hussein de manter armas de destruição em massa. "[A invasão] levou ao massacre de milhares de inocentes, mas depois foi provado que todas as informações eram falsas".

Em referência aos EUA, que acusam o Irã de pretender fabricar armas nucleares, o ministro ressaltou que "a AIEA não deve trabalhar sob a influência das grandes potências, mas se manter independente".  

Ameaças

Na semana passada, vieram à tona ameaças das autoridades de Israel de realizar um ataque militar contra instalações nucleares do Irã. Até o presidente israelense, Shimon Peres, deu seu recado à República Islâmica.

Para Salehi, tanto as últimas acusações quanto as ameaças de ataques militares contra o Irã são infundadas e pretendem aumentar a pressão contra o regime islâmico, além de ter motivações políticas.

O Irã anunciou o desenvolvimento de 50 mísseis de fabricação nacional, alguns deles de médio alcance com até 2.000 quilômetros. Além disso, o país também desenvolve um programa espacial que usa foguetes cuja tecnologia, segundo especialistas, pode ser empregada em mísseis balísticos com capacidade para transportar armas nucleares.

A ONU submeteu o Irã a quatro pacotes de sanções devido ao programa nuclear, que parte da comunidade internacional acusa ter objetivos militares. Teerã o nega e garante que tudo se destina exclusivamente a fins civis, além de estar submetido à supervisão da AIEA.

Fonte: Reuters / EFE
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