Os serviços de inteligência dos Estados Unidos estão investigando possíveis entregas de armas químicas do Irã ao antigo regime líbio de Muammar Gaddafi, segundo informações do jornal americano "The Washington Post" desta segunda-feira.
O veículo afirmou que s armas foram descobertas nas últimas semanas em dois locais do centro da Líbia, citando fontes americanas e líbias que pediram anonimato. As regiões estavam sob proteção de forças de segurança fortemente armadas e rodeadas por aviões militares sem pilotos, os drones.
"Temos quase certeza de que os armamentos foram produzidos pelo Irã", declarou ao jornal um alto funcionário americano. Outro funcionário dos EUA disse que havia preocupações sérias de que os iranianos haviam fornecido as armas químicas alguns anos atrás.
A notícia vem dias depois de um relatório de inspetores da ONU apontar que o Irã tinha a capacidade de desenvolver bombas nucleares em seu programa no setor, acusação que as autoridades do país rejeitam.
Da mesma forma, o conselheiro Mohammed Javad Larijani negou as informações de que teriam fornecido armas à Líbia.
"Acredito que tais comentários estão sendo fabricados pelos EUA para completar o projeto de gerar uma 'iranofobia' na região e ao redor do mundo. Com certeza, essa é outra história sem argumentos para demonizar o Irã", afirmou, citado pelo "Washington Post".
De acordo com o jornal, as novas suspeitas por parte dos EUA poderiam aumentar as tensões em relação à República Islâmica.
Se confirmada, a presença das armas no território líbio viola a promessa que Gaddafi fez em 2004 aos EUA, Reino Unido e ONU de que começaria a destruição de todas as armas químicas líbias, além de levantar questionamentos sobre a capacidade dos americanos em inspecionar os acordos no setor.
RELATÓRIO
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) revelou em seu relatório que há indícios claros de que o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares, afirmando que tem "sérias preocupações a respeito das dimensões militares do programa nuclear iraniano".
Citando informações "confiáveis" de inteligência estrangeira e investigações próprias, a entidade indicou que o Irã "praticou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo nuclear explosivo".
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear e qualificou como "absurdas" as acusações contidas no relatório.
Ahmadinejad acusou a AIEA de "perder seu prestígio" ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear, segundo informou o site da rede de televisão oficial iraniana.
Fonte: Folha
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