Os Estados Unidos negaram nesta quinta-feira que o movimento de protesto na Síria conduza a uma guerra civil, rejeitando assim os comentários do ministro russo de Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, e responsabilizando o regime sírio pela violência nesse país.
Os "métodos" empregados pela oposição síria contra o regime do presidente Bashar al Assad correm o risco de afundar o país na "guerra civil", considerou nesta quinta-feira Lavrov.
Mas os Estados Unidos declararam que esta "é uma impressão errônea", segundo disse os jornalistas Mark Toner, porta-voz adjunto do Departamento de Estado.
Para Washington, "é o regime de Assad que está realizando uma campanha de violência, intimidação e repressão contra manifestantes inocentes", afirmou Toner. "Nós não consideramos isso como uma guerra civil", completou.
As declarações de Lavrov ocorrem um dia depois de o 'Exército Livre Sírio', uma força armada de oposição, realizar um ataque contra um centro dos serviços secretos sírios, perto de Damasco.
Segundo um alto funcionário do Departamento de Estado, que falou sem se idenficar, os comentários da Rússia vão ao encontro da propaganda do regime de Assad que afirma que as revoltas são lideradas por terroristas.
Alemanha, Reino Unido e França buscam resolução contra Síria
França, Alemanha e Grã-Bretanha, com o apoio de países árabes, apresentarão uma resolução à Assembleia Geral das Nações Unidas para condenar a sangrenta repressão aos protestos na Síria, informaram fontes diplomáticas.
Os países europeus entregarão a resolução à comissão de direitos humanos da Assembleia Geral da ONU para uma votação prevista para a próxima terça-feira, informaram funcionários alemães.
O sucesso da iniciativa poderá pressionar ainda mais o Conselho de Segurança para que adote medidas sobre a crise síria, após Rússia e China vetarem, no mês passado, uma resolução condenando a repressão movida pelo regime do presidente Bashar al Assad, que segundo as Nações Unidas já causou 3.500 mortos.
Os embaixadores na ONU de Grã-Bretanha, França e Alemanha se reuniram com seus colegas árabes na quarta-feira, após os líderes da Liga Árabe darem um prazo de três dias a Assad para deter a repressão.
"Há um forte apoio para seguir adiante com o projeto de resolução: algumas delegações árabes, inclusive, manifestaram sua intenção de patrocinar a medida", disse o porta-voz alemão.
Jordânia, Marrocos, Qatar e Arábia Saudita estão de acordo em patrocinar a resolução, e outros Estados árabes poderão se unir à iniciativa, revelou o embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant.
"O projeto de resolução colocado sobre a mesa hoje é resultado de longas consultas com os membros da Liga Árabe em resposta aos críticos acontecimentos no território sírio".
"O mundo árabe enviou uma mensagem muito clara: as violações dos direitos humanos e o sofrimento do povo sírio devem parar", disse o embaixador alemão, Peter Witting.
"Apreciamos o fato de que há um forte apoio à resolução da Assembleia Geral: esperamos que isto mostre a Assad até que ponto está isolado".
Rússia e China vetaram em 4 de outubro a resolução contra a Síria, enquanto Brasil, Índia, África do Sul e Líbano se abstiveram.
Após os ataques aéreos da Otan contra a Líbia, vários governos expressaram seu temor de que os países ocidentais promovam uma intervenção do Conselho de Segurança na Síria.
Europa e Otan têm afirmado que não realizarão qualquer intervenção militar na Síria.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que o Ocidente e a Liga Árabe deveriam ampliar suas ações contra a violência também à oposição síria.
A China se disse "profundamente preocupada" com os acontecimentos no território sírio.
Fonte: AFP
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