sábado, 19 de novembro de 2011

Especialistas ressaltam importância de fortalecer indústria e fomentar pesquisas no setor de Defesa

foto: GeoPolítica Brasil

Autoridades institucionais e especialistas em defesa nacional concordam que é preciso fortalecer a indústria e investir em pesquisas para que o setor ganhe a dimensão que o Brasil necessita.

O entendimento foi expresso durante o primeiro dia do XI Encontro Nacional de Estudos Estratégicos (XI ENEE), que acontece na Escola Naval, sob a organização da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) e do Ministério da Defesa (MD).

O evento foi aberto ontem (16/11) pelo ministro-chefe de Assuntos Estratégicos, Wellington Moreira Franco, que destacou, em seu discurso, a necessidade de o país continuar a se empenhar no fortalecimento desse setor, vital para o desenvolvimento do país.

Segundo o ministro da SAE, houve melhorias nos últimos anos. Depois de um período em que pouco foi feito, na década de 1990, verificou-se um salto nos investimentos na área de Defesa. “Saímos de R$ 660 milhões para R$ 2,5 bilhões”, disse Moreira Franco. Contudo, ponderou, “já existem condições para se ampliar os investimentos na indústria de defesa.”

Indústria estruturada

De acordo com o titular de Assuntos Estratégicos, muitos avanços podem ser obtidos a partir de uma política industrial voltada para o setor. “A presidenta Dilma Rousseff quer levar o país à posição de 5ª maior potência econômica. Obviamente, necessitaremos de Forças Armadas fortes, o que só é possível com uma indústria de defesa estruturada”, explicou Moreira Franco. “A Medida Provisória 422, que cria incentivos para esse segmento, foi um primeiro passo nesse sentido.”

Momentos depois, o diretor do Departamento de Produtos de Defesa do MD, general-de-divisão Aderico Mattioli, reforçou esse discurso. E disse que a MP 422 será o primeiro passo rumo à criação de uma base industrial de defesa. “Uma política apoiada pelo BNDES permitirá um levantamento completo das empresas que trabalham na área de Defesa. Hoje, há indústrias que não sabem que pertencem ao setor. A Associação Brasileira de Indústrias de Defesa e Segurança (Abimde) tem 137 associados. Com a regulamentação da medida provisória, acredito que esse total saltará para umas 600”, afirmou.

Investimento em pesquisas

Diferentes autoridades do Ministério da Defesa participaram, como palestrantes, do primeiro dia do XI ENEE, entre as quais o chefe de Logística do órgão, almirante-de-esquadra Gilberto Max Hirschfeld, e o secretário de Coordenação, Ari Matos Cardoso, que descreveu como será a nova estrutura do Ministério, atualmente em processo de exame no Congresso Nacional.

Na sequência, o general-de-divisão Júlio de Amo Júnior, chefe da Assessoria de Planejamento Institucional do Ministério, descreveu o papel do Primeiro Livro Branco de Defesa, que será apresentado ao Parlamento, em 2012, para ser transformado em lei. “É um compromisso que se firma entre a sociedade e a Defesa, para que se garantam investimentos adequados que permitam a execução dos programas das Forças Armadas”, ressaltou.

Em sua intervenção, o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do MD, major-brigadeiro Álvaro Knupp, ressaltou a necessidade de criação de um sistema integrado de pesquisas científicas aplicadas à Defesa e de um modelo de obtenção de inteligência capaz de definir as melhores opções de cooperação tecnológica no exterior. “Precisamos saber exatamente o que queremos e como obter”, afirmou.

Em seguida, Knupp destacou a necessidade de uma maior participação das universidades no processo de desenvolvimento de novos produtos para a área de Defesa. “Nos Estados Unidos, o volume de pesquisas realizadas para as Forças Armadas em instituições civis é seis vezes maior que o executado em instituições do governo”, exemplificou.

Fonte: Ministério da Defesa
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