O emir do Kuwait ordenou nesta quinta-feira às forças de segurança que adotem "todas as medidas necessárias" para manter a ordem, um dia após milhares de manifestantes ocuparem o Parlamento.
O emir, xeque Sabah Al Ahmad Al Sabah, presidiu hoje uma reunião extraordinária do governo dedicada à manifestação da noite de quarta-feira, quando milhares de pessoas invadiram o Parlamento para exigir a renúncia do primeiro-ministro, xeque Nasser Mohamad al Ahmad al Sabah, sobrinho do emir.
"O emir ordenou ao ministério do Interior e à Guarda Nacional que adote todas as medidas necessárias" para enfrentar "tudo o que possa atentar contra a segurança e a estabilidade do país".
O dirigente também concedeu às forças de segurança "todas as prerrogativas necessárias para garantir a firme aplicação da lei com a finalidade de sufocar estes atos de provocação".
O emir qualificou a manifestação de "ato irresponsável" e afirmou que trata-se de um passo "para o caos e a instabilidade do país".
Segundo o ministério do Interior, cinco membros das forças de segurança e um guarda nacional ficaram feridos nos confrontos.
A oposição acusou hoje o governo de querer "instaurar um Estado policial" no Kuwait e convocou novas manifestações.
Para o deputado da oposição Mubarak al Waalan, "os jovens militantes utilizaram seu direito legítimo de protestar contra a corrupção generalizada e os ataques à Constituição".
Milhares de manifestantes invadiram na quarta-feira o prédio do Parlamento, após as forças da ordem reprimirem um protesto exigindo a demissão do primeiro-ministro.
Os manifestantes forçaram as portas e entraram na sala principal do prédio, onde cantaram o hino nacional, antes de sair do local. O grupo, reunido diante do Parlamento, pretendia inicialmente seguir para a residência do primeiro-ministro, mas foi dissuadido pela polícia, que agiu com violência.
Segundo testemunhas, cinco pessoas ficaram feridas e tiveram que receber atenção médica.
O Kuwait é sacudido há várias semanas por um escândalo de corrupção, no qual vários deputados ligados ao governo receberam subornos milionários.
A revelação do escândalo provocou uma forte mobilização da oposição contra o governo do xeque Nasser Mohamad, acusado de ser responsável pela corrupção generalizada e pela deterioração dos serviços públicos.
Fonte: AFP
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