A Rússia e a China vetaram esta terça-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU ameaçando a Síria com "medidas dirigidas", caso o líder Bashar al-Assad não ponha fim à repressão mortal a um movimento que pede sua saída do poder.
Os países europeus, que esboçaram a resolução, até utilizaram o termo "medidas dirigidas" em vez de "sanções" para tentar evitar o veto da medida, mas fracassaram.
Nove países votaram a favor, enquanto a Rússia e a China se manifestaram contrárias, neutralizando a resolução, devido ao seu poder de veto, uma vez que são membros permanentes do Conselho. Brasil, África do Sul, Índia e Líbano se abstiveram.
"Todos os esforços foram feitos para produzir uma resposta unânime", declarou o embaixador da França na ONU, Gerard Araud. "Numerosas concessões foram feitas à Rússia, à China e aos países que se abstiveram", acrescentou.
Araud destacou que o veto demonstrou um "desprezo pelos interesses legítimos pelos quais se tem lutado na Síria", desde que os protestos contra o presidente começaram, em meados de março.
O embaixador russo da ONU, Vitaly Churkin, disse ao Conselho após seu voto que a Rússia não apoia o regime Assad ou a violência, mas é contra à resolução, porque ela está "baseada em uma filosofia de confrontação", e ia de encontro a uma saída pacífica da crise.
O representante chinês, Li Bandoug afirmou que seu país estava preocupado com a violência que toma conta da Síria, mas se opôs à proposta, porque "sanções, ou ameaças de sanções, não ajudam a Síria, apenas complicam a sua situação".
De acordo com a ONU, a repressão ao regime de Assad, cuja família está há 41 anos no poder, já deixou 2,7 mil mortos. Esse é o primeiro veto sino-russo desde que os dois países bloquearam sanções contra o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, em julho de 2008.
Fonte: Último Segundo
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