A presidenta Dilma Rousseff inicia na segunda-feira sua primeira visita à África desde sua chegada ao Palácio do Planalto. O roteiro da presidenta inclui passagens pela África do Sul, Moçambique e Angola, e segue os passos de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente, que dedicou à África boa parte da agenda diplomática de seus oito anos de mandato, costumava repetir que seu sucessor teria que fazer mais que fazer mais pelo continente do que fez seu governo.
Dilma terá seus primeiros compromissos oficiais na terça-feira em Pretória, capital administrativa da África do Sul. A presidenta será recebida pelo colega Jacob Zuma e tem presença confirmada no fórum IBSA, que reúne representantes da Índia, Brasil e do país anfitrião. Na pauta da reunião estão temas como a crise financeira global e as soluções propostas pelos três países para a próxima cúpula do G-20, que ocorrerá em Cannes, na França, em novembro.
No encontro, serão revistos também projetos de cooperação em setores como defesa, energia, ciência e tecnologia, segundo fontes diplomáticas brasileiras. Especula-se que possa ser discutida a retomada de conversas para colocar em órbita dois satélites com fins científicos.
Estratégia
Após o encontro, Dilma segue para Moçambique e Angola. Os dois países de língua portuguesa lideram a lista de parceiros comerciais do Brasil no continente e estiveram entre as prioridades da política de Lula.
Durante seus oito anos de mandato, Lula realizou pelo menos uma dúzia de viagens à África, com direito a visitas a aproximadamente 30 países. O ex-presidente, tradicionalmente, investia em discursos sobre a cooperação sul-sul e em reflexões sobre a dívida que vê no Brasil em relação à África em decorrência da escravidão.
Moçambique foi o último país africano que Lula visitou como presidente, em novembro do ano passado. Dilma irá a Maputo na quarta-feira, onde se encontra com autoridades locais e participa da cerimônia do 25º aniversário de morte do primeiro presidente moçambicano, Samora Machel. Em Moçambique, o Brasil tem interesses nos setores de mineração, logística e energia, e desenvolve diversos projetos de cooperação nas áreas da saúde e educação.
Na quinta-feira Dilma chega a Angola, onde almoça com o presidente, José Eduardo dos Santos, e se encontra com empresários brasileiros instalados no país. A Angola é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África, com um fluxo comercial que chegou a US$ 1,441 milhões em 2010. Grupos brasileiros hoje possuem operações em áreas como petróleo, mineração e principalmente construção civil.
De acordo com o Planalto, Angola e Brasil também negociam uma cooperação no combate ao tráfico de drogas. O Brasil e a África se transformaram nos últimos anos em importantes rotas da cocaína que vai para o mercado europeu.
Fonte: EFE
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