segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Iraque poderá se defender totalmente após 2020, diz relatório



O chefe de Defesa do Iraque disse que as Forças Armadas do país não estarão totalmente preparadas para defender o Iraque contra ameaças externas até entre 2020 e 2024, segundo um relatório dos EUA divulgado neste domingo.

O tenente-general Babakir Zebari vem alertando repetidamente que as forças de segurança do Iraque, restauradas após a invasão de 2003 que derrubou o ditador Saddam Hussein, não estariam prontas por anos.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou em 21 de outubro que as tropas americanas se retirariam completamente do Iraque até o final do ano, como programado sob um pacto de segurança de 2008 entre os dois países.

Tanto os líderes militares iraquianos quanto os norte-americanos disseram que o exército e a polícia são capazes de conter as ameaças internas de rebeldes sunitas e milícias xiitas que atacam continuamente, mas a defesa externa fica a desejar.

"O general Zebari sugeriu que o Ministério da Defesa não será capaz de executar todo o espectro de missões de defesa externa até em algum momento entre 2020 e 2024, citando (...) deficiências de financiamento como a principal razão para o atraso," disse o relatório da Inspeção Geral Especial da Reconstrução do Iraque (Sigir, na sigla em inglês).

Zebari disse que a força aérea não seria capaz de defender o espaço aéreo iraquiano até 2020 e não é capaz de sustentar operações de combate terrestre, segundo o relatório.

"Um exército sem uma força aérea fica exposto," Zebari disse, segundo o relatório.

O Iraque adiou a sua compra de caças F-16 no início deste ano para canalizar o dinheiro para programas sociais.

Autoridades disseram, no final de setembro, que o Iraque tinha assinado um acordo para a compra de 18 dos jatos de combate. A primeira entrega deve ocorrer daqui a vários anos.

Washington tem cerca de 39 mil soldados ainda no Iraque. No auge, teve cerca de 170 mil, durante a guerra. A violência caiu drasticamente depois do banho de sangue sectário de 2006-07, quando dezenas de milhares morreram.

À medida que tenta se reintegrar à região depois de anos como um pária, o Iraque está cautelosamente observando vizinhos como Irã, Arábia Saudita, Turquia e Síria.

Líderes iraquianos acusam os vizinhos de intromissão, e as autoridades militares dos EUA dizem que o Irã apoia as milícias xiitas no Iraque.

"Não temos inimigos, mas também não temos amigos de verdade," disse Zebari no relatório do Sigir sobre as relações do governo iraquiano com seus vizinhos.

Tropas americanas transferem-se para Kuwait

A administração de Barack Obama planeja aumentar presença militar dos EUA no golfo Pérsico depois de ter retirado as tropas americanas do Iraque em dezembro do ano corrente. No âmbito do projeto novas tropas dos EUA, prontas a reagir no caso de insegurança no Iraque ou confrontação militar com o Irã, vão reagrupar-se e podem instalar-se no Kuwait.

Junto com a transferência de tropas para o Kuwait, os Estados Unidos estão prevendo a possibilidade de enviar um número maior de navios militares para a região, através das águas internacionais. Ao mesmo tempo, tendo em conta a ameaça por parte do inimigo Irã, a administração do presidente americano tenta ampliar as relações militares com seis países-membros do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo (a Arábia Saudita, o Kuwait, o Bahrein, o Qatar, os EAU e Omã).

Os efetivos que os EUA vão instalar no Kuwait ainda estão em discussão. As negociações sobre o assunto vão terminar em breve.

Fonte: Reuters / Voz da Rússia
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