A Dassault realizou evento junto a FIRJAN, onde o grupo Rafale apresentou as oportunidades que o Brasil poderá contemplar com a escolha do caça Dassault Rafale para equipar a Força Aérea Brasileira dentro do programa FX-2. O GeoPolítica Brasil esteve presente a convite do Consórcio Rafale, representado pelo seu editor, Angelo D. Nicolaci, que acompanhou este interessante seminário e assina esta matéria exclusiva.
A apresentação expôs as vantagens técnicas do Rafale frente aos concorrentes, apontando suas capacidades Omnirole e principalmente o pleno domínio de toda a tecnologia envolvida no projeto francês.
Jean Marc Merialdo, representante da Dassault no Brasil, apresentou durante o painel: “Grupo RAFALE e suas oportunidades”, uma visão ampla sobre toda a tecnologia envolvida no projeto do Rafale, destacando seus sistemas de última geração, capacidades operacionais, sua logística simplificada, com destaque em sua simplicidade e economia na operação do Rafale.
Ainda durante o painel, destacou-se a participação bem sucedida dos Rafales durante as operações no Afeganistão e Líbia, salientando que a aeronave substitui um leque de aeronaves, o que permite uma logística simplificada sem a perda da capacidade estratégica ou capacidade de cumprir sua missão, sendo o único dos finalistas capaz de operar abordo do NAe São Paulo, algo de grande relevância se levarmos em conta a necessidade da Marinha do Brasil de dispor de um vetor moderno e capaz para complementar as capacidades do seu NAe.
O Rafale apresenta à capacidade de defender todo o território nacional posicionado em pontos estratégicos, oferecendo uma cobertura adequada às necessidades brasileiras em defender seu território, em especial a Amazônia e o Pré-Sal.
Na segunda parte do painel, Michel Paskoff, Vice-Presidente de cooperações Internacionais da Dassault Aviation, expôs toda a capacidade da empresa francesa de cumprir os acordos propostos no programa FX-2, citando a presença no Brasil de empresas que fazem parte do Consórcio Rafale, o que tornará a futura nacionalização do caça Rafale uma realidade.
Michel Paskoff reforçou a parceria França-Brasil, onde estas não se limitam ao Rafale, citando a oferta de participação no programa KC-390, onde o governo francês já se comprometeu com a intenção de compra de 10 unidades da nova aeronave brasileira.
No plano político foi abordado um dos pontos fortes da proposta francesa, que trata do acordo político de transferência de tecnologias sensíveis de forma abrangente, ofertando ao Brasil a oportunidade de absorver tecnologias estratégicas e no estado da arte, sendo esta garantida não só pela indústria francesa, que possui um excelente histórico junto em seus contratos com o Brasil, mas tendo a garantia política do governo francês, algo muito superior ao que pôde ser ofertado por seus concorrentes no âmbito do programa FX-2.
A parceria Franco-Brasileira no programa FX-2, propõe ao Brasil a oportunidade de se tornar autônomo no campo tecnológico, tornando o Brasil não apenas um cliente da Dassault, mas um parceiro estratégico, onde a indústria nacional poderá produzir e desenvolver sua tecnologia, somando a tudo isso a oportunidade da indústria brasileira se tornar fornecedora de componentes importantes ao Rafale, não só aos exemplares produzidos para Força Aérea Brasileira, mas para todos os Rafales produzidos.
A tecnologia de materiais compostos figura dentro das capacitações envolvidas no programa de off-set do FX-2, onde a tecnologia poderá ser aplicada não só na indústria aeroespacial, mas em toda a vasta gama de setores industriais brasileiros.
Michel Paskoff sublinhou o fato de que o Consórcio Rafale não esta centrado só na venda de uma aeronave, mas em uma vasta gama de tecnologias, é um compromisso de longo prazo, uma oferta ampla e aberta de acesso á tecnologia, sendo uma oportunidade real de capacitar o Brasil no setor da pesquisa e desenvolvimento, além da capacitação acadêmica e industrial.
Abordando a terceira parte do painel, Gérard Poirier, Vice-presidente de cooperação em P&D da Dassault Aviation, apresentou a política de incentivo e criação de pólos de projetos e pesquisas, sua organização e seu foco no desenvolvimento de tecnologias e competências, além da geração de empregos. Abordando a intenção de estabelecer estreitos laços com centros de tecnologia nas principais instituições.
Um fato importante é salienta que tais investimentos efetuados pelo governo francês e a Dassault não se limitam ao setor aeronáutico, mas á uma variada gama de setores, desde o setor aeronáutico e alcançando inclusive o campo tecnológico nuclear.
No Brasil já foram iniciadas conversas para o desenvolvimentos de centros de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos previsto na proposta da Dassault Aviation ao Brasil. Em um primeiro passo, estão sendo realizados contatos com o SENAI e os pares franceses afim de capacitar o Brasil para o domínio das tecnologias envolvidas e seu desenvolvimento, capacitando também o setor acadêmico, onde durante o evento foram assinados acordos de cooperação com a COPPE/UFRJ e PUC-RJ, criando uma capacidade real de absorção das tecnologias, colocando assim o Brasil não como o cliente de um produto, mas sim como parceiro estratégico, onde serão criados pólos tecnológicos, incluindo o Rio de Janeiro entre uma das sedes destes pólos tecnológicos.
A posse total das tecnologias que são presentes no Rafale, dá a Dassault e seus parceiros uma ampla capacidade de implementação dos projetos propostos, algo garantido pelo governo francês e os fortes laços políticos existentes entre ambos os Estados.
Fechando o painel, Laurent Mourre, Diretor da Thales no Brasil, demonstrou os números da Thales em sua participação no mercado brasileiro e o investimento global da empresa em inovação e desenvolvimento tecnológico.
No Brasil, a Thales esta presente desde os anos 70, onde participou da criação do sistema de controle de tráfego aéreo, nas décadas seguintes ganhou importantes contratos para modernização do SINDACTA, equipamentos para a PF, equipamentos voltados á Marinha do Brasil, inclusive como fornecedor de sistemas para o programa de submarinos brasileiros em parceria com a DCNS.
No Brasil a Thales possui a Omnisys, uma empresa de destaque em inovação, atuando de forma marcante em programas da Marinha do Brasil e nas demais forças, sendo vencedora de diversos prêmios concedidos pela FINEP e atuando em diversos setores do mercado nacional, não se limitando ao setor aéreo.
O seminário ainda contou com a presença de Sami Hassuani, que apresentou o fruto da cooperação da Avibrás e a MBDA na remotorização dos mísseis EXOCET MK.39 da Marinha do Brasil. Programa que elevou a industria nacional à única capacitada para realizar a modernização destes mísseis, sendo a única empresa na América Latina a dominar a tecnologia de propulsão para mísseis. Algo que iremos abordar em uma matéria especial, onde iremos falar sobre este desenvolvimento nacional e as futuras pretensões nacionais no campo de mísseis em parceria com a MBDA que é hoje o principal fornecedor dos sistemas de armas do Rafale.
Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
Cobertura Especial GeoPolítica Brasil
Oi Angelo, parabéns pelo seu blog, muito bom mesmo, entrei aqui por acaso buscando informações sobre o seminario do rafale e me deparei com seu trabalho.
ResponderExcluirFalando no seu artigo, olha eu vejo que não temos mais o que pensar, a proposta francesa é a única opção lógica.
O que esta faltando para a Dilma anunciar o vencedor? pode explicar?
abraço
Bruno Almeida