quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Líbia abriu "novo ciclo de guerras colonialistas", diz Chávez na ONU





O presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou nesta terça-feira, na 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a "ameaça" de um "novo ciclo de guerras colonialistas" iniciado com o conflito na Líbia, em carta lida por seu chanceler, Nicolas Maduro.

"De imediato existe uma grave ameaça à paz mundial: um novo ciclo de guerras coloniais, que começou na Líbia, com o sinistro objetivo de dar um segundo fôlego ao sistema mundo-capitalista", disse Maduro na sessão da ONU.

Chávez não viajou a Nova York para a Assembleia Geral por estar sob tratamento contra um câncer.

"Desde o 11 de setembro de 2001, começou uma nova guerra imperialista que não tem precedentes históricos: uma guerra permanente, perpétua".

"Por que motivo os Estados Unidos são o único país que semeiam bases militares por todo o planeta? Por que motivo a ONU não faz nada para deter Washington?"--perguntou Maduro em nome de Chávez.

"Washington sabe que o mundo multipolar já é uma realidade irreversível. Sua estratégia consiste em deter, a todo custo, o ascenso firme de um conjunto de países emergentes, negociando grandes interesses com seus sócios para dar multipolaridade ao rumo que o Império deseja".

CRÍTICAS

Chávez citou a intervenção militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia contra o regime do ex-ditador Muammar Gaddafi como exemplo de uma guerra para "recolonizar" e "se apoderar das riquezas" do país africano.

O presidente venezuelano perguntou "por que se concede uma cadeira na ONU ao chamado 'Conselho Nacional de Transição' líbio enquanto é negado o ingresso da Palestina, ignorando não apenas uma aspiração legítima, mas a vontade majoritária da Assembleia Geral?".

Chávez disparou ainda contra a ONU: "Já não tem tempo para reformas. Não aceita reforma alguma; a doença que carrega é fatal".

"Se não assumirmos, de uma vez, o compromisso de refundar as Nações Unidas, esta organização perderá definitivamente a pouca credibilidade que ainda lhe resta (...) até a implosão final (...)".

Fonte: France Presse
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