Irã pode posicionar navios perto da costa dos EUA, diz agência

O Irã aumentou nesta terça-feira a possibilidade de enviar navios militares para perto da costa Atlântica dos Estados Unidos, segundo informou a agência de notícias iraniana Irna. O envio de embarcações representaria uma escalada de tensões entre os dois países, que são adversários de longa data.

"Como as potências arrogantes que estão presentes perto de nossas fronteiras marítimas, também teremos uma presença poderosa perto das fronteiras marítimas norte-americanas", disse o chefe da Marinha, almirante Habibollah Sayyari, segundo a agência oficial.

Falando em uma cerimônia para marcar o 31º aniversário do início da guerra com o Iraque, que durou de 1980 a 1988, Sayyari não forneceu detalhes de quando seria o envio dos navios nem o número ou tipo de embarcações que seriam usadas.

A declaração foi feita semanas depois de a Turquia anunciar que vai abrigar um sistema de radar da Otan que ajudará a detectar ameaças de mísseis de fora da Europa, incluindo do Irã.

A decisão enfureceu Teerã, que desfrutava de relações próximas com Ancara, e é feita poucos meses depois de o Irã enviar navios de guerra através do canal de Suez depois da queda do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. Foi a primeira vez que o país enviou embarcações marítimas ao Mediterrâneo.

ARMAS NUCLEARES

Os Estados Unidos e Israel não descartam a ação militar contra o Irã se a diplomacia não conseguir evitar que o país obtenha armas nucleares.

Teerã nega que esteja desenvolvendo as armas, dizendo que seu programa atômico é apenas para propósitos pacíficos.

O Irã rejeita as ameaças, alertando que vai responder atingindo interesses norte-americanos no Golfo e Israel se tal ataque acontecer.

Analistas dizem que o Irã pode retaliar lançando ataques rápidos no Golfo e fechando o estreito de Hormuz, por onde passam cerca de 40% de todo o petróleo da região.

O país islâmico costuma lançar treinos militares em seu território para exibir suas capacidades em meio a persistentes especulações sobre um possível ataque israelense ou norte-americano contra as instalações nucleares iranianas. 

Fonte: Reuters