segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Taxa de câmbio desfavorável atrasa venda de Rafale ao EAU



A resistência aos preços do caça Rafale pelos Emirados Árabes Unidos decorre de uma taxa de câmbio euro-dólar desfavorável, mas as negociações continuam, segundo afirmou o presidente executivo da Dassault Aviation, Charles Edelstenne.

Conversas dos Emirados Árabes Unidos com a Lockheed Martin sobre uma possível compra de novos caças F-16 "não são um sinal negativo", disse Edelstenne em conferência de imprensa sobre os resultados da companhia no primeiro semestre do ano.

Mas com o euro batendo a casa de $1,40 dólares, o preço do Rafale foi impulsionado pela taxa de câmbio, disse Edelstenne. A Dassault não conseguiu reduzir os preços em 40% para compensar o dólar mais fraco.

"Eu faço Mirages, não milagres", disse ele.

O euro era negociado a 1,43 dólares no início da tarde, com o dólar sob forte pressão pelo impasse sobre o aumento do limite do teto da dívida americana até 2 de agosto quando se espera um definição americana.

Edelstenne se recusou a revelar o preço unitário do Rafale, mas disse que a exportação geralmente envolve uma decisão política e um "preço premium" que concedeu a "independência de ação". Como o Rafale é construído na França, reflete uma decisão estratégica de soberania, seus custos são em euros, tornando-o mais caro do que um avião de caça americano vendido em dólares.

O governo francês anunciou em 20 de julho a decisão de iniciar negociações com a Dassault para desenvolver o VANT "Heron", segundo Edelstenne isso significava manter uma capacidade de design francês em aviões militares ao invés de pagar para o escritório de projetos Messerschmitt da EADS.

Perguntado sobre o significado da seleção da Dassault como fornecedor de um VANT, Edelstenne disse que a escolha mostrou a determinação de manter uma capacidade nacional francesa na construção de aviões de combate, enquanto o caça de próxima geração não entrar em serviço nos próximos 30 ou 40 anos.

As negociações determinaram que os sensores e comunicações serão de origem israelense. "O VANT se destina a fornecer uma solução provisória até que o projeto da nova geração de VANTs anglo-franceses entre em serviço, previsto para 2020.

A IAI concordou em divulgar informações técnicas sobre o "Heron", que serão adaptadas às exigências francesas, incluindo a capacidade de carregar armas, disse Edelstenne.

O VANT poderia ter uma vida útil de cerca de 10 anos e pode sobrepor-se ao novo sistema anglo-francês.

Em negociação uma troca de ativos entre a Safran e Thales, Edelstenne disse que o motor do avião e fabricante de equipamentos estava segurando um acordo, dizendo "não" a cada nova proposta da empresa de eletrônicos. Isso forçou a Thales a recuar, disse ele.

"Os níveis de avaliação são um pouco extraordinários", disse Edelstenne.

A Dassault assinou um acordo com o governo sobre uma permuta de ativos, ao assumir sua participação de 26% na Thales, cobrindo as areas de navegação inercial, geração de eletricidade a bordo e Optronicos, disse Edelstenne.

As vendas da Safran em Optronicos valem cerca de 600 milhões de euros, e se o negócio com a Thales for confirmado, isso faria a empresa de eletrônicos ocupar o segundo ou terceiro lugar no mercado mundial de eletro-óptica.

No Paris Air Show, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse que o governo vai impor uma solução se a indústria não conseguir chegar a um acordo voluntário.

Edelstenne disse que estava "muito satisfeito" com o primeiro semestre de resultados da Thales, que foram divulgados em 27 de julho. Os resultados exibem os primeiros efeitos do plano de reestruturação e uma melhor gestão dos grandes programas e negociações de contratos, disse ele.

A Dassault informou uma queda de 35% no lucro líquido, caindo de 197 milhões do ano passado para 129 milhões de euros.

A queda no lucro resultou do menor volume de entregas do jato executivo Falcon, com um atraso no Falcon 7X para o segundo semestre.

Encomendas caíram de 99 milhões para 95 milhões de euros.

Com uma taxa de produção de uma unidade por mês, a Dassault entregou seis caças Rafale até agora de um total de 180 encomendados até à data.

Privada, os executivos da empresa esperam que o governo francês amplie as compras futuras do Rafale por causa dos cortes no orçamento previsto para defesa, especialmente se conquistar contratos de exportação.

Além dos Emirados Árabes Unidos, a Dassault espera vender o Rafale para a Índia, Brasil e Suíça. A Índia está segurando o seu calendário para comprar 126 aviões de combate de alcance médio, e o governo suíço mostrou interesse renovado em substituição de seus caças F-5.

Fonte: Defense News
Tradução e Adaptação: GeoPolítica Brasil
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3 comentários:

  1. Negociação com o Emirados Arabes Unidos (EAU) para a venda do Rafale :
    O radar RBE2 AESA do Rafale não tem detecção e rastreamento de alvos móveis em terra nem integração entre modos ar/ar e ar/terra, bem como tem 10% menos de alcance que o radar do F-16 Block 60 (AN/APG80 de 2003), o que estaria entravando as negociações com os Emirados Árabes, sendo o radar AESA do Rafale inferior ao do F-16 e F18. O Rafale tem tecnologia americana no seu novo radar AESA, sistema de mira, HMD e software de integração de sistemas, sendo necessaria autorização americana, a DASSAULT NÃO PODE TRANSFERIR 100% DA TECNOLOGIA DO RAFALE SEM AUTORIZAÇÃO AMERICANA, seu motor tem tecnologia da Rolls-Royce.
    O radar, ainda em desenvolvimento, apresenta limitações em relação aos radares já operacionais em outras aeronaves. Superar essas limitações exigirá muito mais tempo e investimento.
    O Rafale tem problemas de projeto SERÍSSIMOS, a ponto de, por exemplo, a parte elétrica inviabilizar o aumento de seu radar e a utlizaçao de um motor mais potente.
    O aumento de potência exigido pelos EAU para o RBE2 demandará uma total revisão da parte elétrica do Rafale, por absoluta falta de potência, além de interferir com a suíte SPECTRA, gerando interferências eletro-magnéticas que afetam seus sensores.
    A SPECTRA aparentemente não impressionou os peritos dos EAU, que exigem melhorias
    A França teria que fazer a reengenharia de TODA A PARTE ELÉTRICA DO VETOR, A UM CUSTO DE 2,90 BILHÕES de Euros. Bem como das tomadas de ar do motor, e nariz do avião, para acomodar um radar AESA mais potente do que aquele que sera instalado no avião.
    Em mais de 10 anos O RAFALE PERDEU TODAS AS CONCORRÊNCIAS DAS QUAIS PARTICIPOU. UM AVIÃO QUE NINGUEM QUER COMPRAR, COM TECNOLOGIA INFERIOR, CUSTOS DE AQUISIÇÃO E MANUTENÇÃO CARISSIMOS.
    Fica muito clara que a proposta de construção do Rafale no Brasil é somente conversa de vendedor. A França está lutando para conseguir exportar o aparelho para manter a linha de produção aberta para a fabricação de 11 unidades por ano. Não faz sentido pensar em montar uma linha no Brasil para 36 unidades. A menos que sejam modelos CKD, para serem “aparafusados” no Brasil. Aí não tem transferência de tecnologia nenhuma.

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  2. Em 2002 a Dassault prometeu a Coreia do Sul que o seu Caça Rafale teria Spectra melhorado, motor mais potente, radar AESA e HMD. Caso o seu caça fosse vencedor do FX Coreano. Passaram-se 10 anos, e a Dassault faz a mesma promessa a Arabia Saudita para que o Rafale seja vencedor da concorrência do novo caça desse país. E até agora o Rafale não tem nada do prometido.Tanto que a Coreia do Sul nem colocou o Rafale, na sua nova concorrência. . A Coreia do Sul fez o fx1, fx2, nesses dois fx caças vencedores foram comprados, e agora parte para o fx3, tendo como participantes aceitos: o F-35 Lightning II, PAK -fa T-50 Russo e Typhoon. O Shake Saudita disse: não vou comprar o Rafale, pois tem um preço absurdo e custo de manutenção estrastoferico, para um caça que tem tecnologia igual a m F16 de 10 anos atras.
    O Rafale é o terceiro caça mais caro do mundo, o primeiro é o Raptor F22 americano. E um custo de manutençao superior ao F35 Ligthing americano. Quanto a transferencia de tecnologia, o futuro radar AESA do Rafale tem tecnologia americana, bem como o sistema de mira e software. Ou seja a Dassaulta não pode transferir 100% da tecnologia sem autorizaçao americana. Além de que os Franceses não cumprem nem oque é posto no papel e assinado, veja o caso da Helibras, que ate hoje só recebeu 30% da tecnologia dos helicopteros dos 100% prometidos. Como disse o Brigadeiro Quiça que por 30 anos foi piloto de caça da FAB ( tendo voado Mirarage III, F-5 e AMX A-1): OS FRANCESES, PROMETEM TUDO, MAS ATÉ MESMO O QUE ESTA NO PAPEL NAO CUMPREM. JÁ OS AMERICANOS POUCO PROMETEM, MAS CUMPREM TUDO O QUE ESTA NO PAPEL.
    A Força Aerea Brasileira mal tem dinheiro para voar seus F5 ao custo de 4 mil dolares a hora de voo, o que dira de um Rafaele que tem um custo da a hora de voo que chega a 35 mil dolares a hora de voo.

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  3. Um aspecto que chama atenção é que os Coreanos esperam adquirir 60 caças modernos de quinta geração com um orçamento de 7,86 bilhões, enquanto nosso FX-2 prevê apenas 36 caças de quarta geração por valores bem mais altos, chegam a 10 bilhões de dolares, mesmo considerando a transferência de tecnogia. Percebe-se que corrupção do governo federal chegou ao FX. Empresas americanas não participam de nossas licitações federais porque são proibidas por lei de pagarem propina .

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