O último dirigente soviético Mikhail Gorbachev demonstrou "descontentamento" com a evolução da Rússia, 20 anos após o putsch frustrado contra sua perestroika, a política de reconstrução, em 19 de agosto de 1991, criticando, principalmente, o monopólio do partido no poder e a ausência de eleições livres.
Lançada em 1985 por Gorbachev, as políticas de perestroika e de glasnost (transparência) abriram as portas a um anseio de liberdade que tumultuou o papel dirigente do Partido Comunista, além de despertar desejos de independência nas repúblicas da então União Soviética
"Não estou contente (...) houve um retrocesso", declarou o pai da perestroika e prêmio Nobel da Paz, durante uma entrevista à imprensa sobre a situação política na Rússia, 20 anos após o golpe de misericórdia na União Soviética.
"Em relação à expectativa de vida e mortalidade, nós, russos, estamos bem abaixo da lista, ao lado dos países africanos; há 96% de pobres no país, se utilizarmos para essa contagem os critérios aplicados num país como a Áustria. Além disso, possuímos duas vezes menos jovens com diplomas de ensino superior do que o registrado após a Segunda Guerra", enumerou.
Gorbachev também disse que "apoiava" o ex-presidente, o poderoso primeiro-ministro Vladimir Putin, apesar de algumas "tendências autoritárias". E criticou seu partido, o Rússia Unida, considerando que se parece ao que foi o Partido Comunista, na época soviética.
"É preciso renunciar ao monopólio, não se deve repetir a URSS em sua pior variante", destacou.
"Não devem nos contar histórias, inventando estruturas inúteis, em todos os fronts", prosseguiu, em referência à Frente Popular, uma ampla coalizão em torno do Rússia Unida de Vladimir Putin. "Apoio Putin, mas a Frente, não", disse.
"Precisamos de eleições honestas. Hoje, é (Vladislav) Sourkov [subchefe do Kremlin, considerado o principal ideólogo do regime] que diz às regiões qual percentual devem fornecer" ao partido no poder, durante as eleições, disse ainda Gorbatchev, deixando a entender claramente que o pleito na Rússia é viciado.
Nem Vladimir Putin, nem o presidente Dmitri Medvedev anunciaram suas intenções para as presidenciais de 2012.
Vladimir Putin, presidente de 2000 a 2008, chegou a designar Dmitri Medvedev como seu sucessor, por não poder se apresentar para um terceiro mandato consecutivo. Mas ele pode, a partir de agora, retornar ao Kremlin.
GOLPE
Há 20 anos, meses após o putsch conservador, na então União Soviética, lituanos e georgianos declararam independência, conflitos étnicos explodiram no Cáucaso e na Ásia Central, as arcas do Estado ficaram vazias e a população fazia filas intermináveis para comprar produtos de primeira necessidade.
Os conservadores tentaram tomar o poder quando Gorbachev estava de férias na Crimeia.
O golpe fracassou e seus autores foram detidos três dias depois, mas os fatos precipitaram o fim de uma União Soviética já fragilizada por tendências autonomistas das repúblicas e que foi dissolvida em definitivo em dezembro de 1991 e Mikhail Gorbachev demitiu-se.
Então, as repúblicas soviéticas proclamaram, umas após as outras, sua independência.
Detidos (com exceção de Boris Pougo que se suicidou em 22 de agosto daquele ano), os golpistas acabaram agraciados por Boris Yeltsin.
Fonte: France Presse
Lançada em 1985 por Gorbachev, as políticas de perestroika e de glasnost (transparência) abriram as portas a um anseio de liberdade que tumultuou o papel dirigente do Partido Comunista, além de despertar desejos de independência nas repúblicas da então União Soviética
"Não estou contente (...) houve um retrocesso", declarou o pai da perestroika e prêmio Nobel da Paz, durante uma entrevista à imprensa sobre a situação política na Rússia, 20 anos após o golpe de misericórdia na União Soviética.
"Em relação à expectativa de vida e mortalidade, nós, russos, estamos bem abaixo da lista, ao lado dos países africanos; há 96% de pobres no país, se utilizarmos para essa contagem os critérios aplicados num país como a Áustria. Além disso, possuímos duas vezes menos jovens com diplomas de ensino superior do que o registrado após a Segunda Guerra", enumerou.
Gorbachev também disse que "apoiava" o ex-presidente, o poderoso primeiro-ministro Vladimir Putin, apesar de algumas "tendências autoritárias". E criticou seu partido, o Rússia Unida, considerando que se parece ao que foi o Partido Comunista, na época soviética.
"É preciso renunciar ao monopólio, não se deve repetir a URSS em sua pior variante", destacou.
"Não devem nos contar histórias, inventando estruturas inúteis, em todos os fronts", prosseguiu, em referência à Frente Popular, uma ampla coalizão em torno do Rússia Unida de Vladimir Putin. "Apoio Putin, mas a Frente, não", disse.
"Precisamos de eleições honestas. Hoje, é (Vladislav) Sourkov [subchefe do Kremlin, considerado o principal ideólogo do regime] que diz às regiões qual percentual devem fornecer" ao partido no poder, durante as eleições, disse ainda Gorbatchev, deixando a entender claramente que o pleito na Rússia é viciado.
Nem Vladimir Putin, nem o presidente Dmitri Medvedev anunciaram suas intenções para as presidenciais de 2012.
Vladimir Putin, presidente de 2000 a 2008, chegou a designar Dmitri Medvedev como seu sucessor, por não poder se apresentar para um terceiro mandato consecutivo. Mas ele pode, a partir de agora, retornar ao Kremlin.
GOLPE
Há 20 anos, meses após o putsch conservador, na então União Soviética, lituanos e georgianos declararam independência, conflitos étnicos explodiram no Cáucaso e na Ásia Central, as arcas do Estado ficaram vazias e a população fazia filas intermináveis para comprar produtos de primeira necessidade.
Os conservadores tentaram tomar o poder quando Gorbachev estava de férias na Crimeia.
O golpe fracassou e seus autores foram detidos três dias depois, mas os fatos precipitaram o fim de uma União Soviética já fragilizada por tendências autonomistas das repúblicas e que foi dissolvida em definitivo em dezembro de 1991 e Mikhail Gorbachev demitiu-se.
Então, as repúblicas soviéticas proclamaram, umas após as outras, sua independência.
Detidos (com exceção de Boris Pougo que se suicidou em 22 de agosto daquele ano), os golpistas acabaram agraciados por Boris Yeltsin.
Fonte: France Presse
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