quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Helicóptero com projeto nacional deve voar em 2020

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Em 2020 o Brasil poderá ter o primeiro helicóptero de projeto nacional. Esse é o objetivo da única fabricante desse tipo de aeronave na América Latina, a Helibras, segundo afirmou ontem o presidente, Eduardo Marson Ferreira.

"Estamos em fase de auscultar o mercado", disse Marson ontem em palestra no 6º Seminário Livro Branco de Defesa Nacional, em São Paulo, cujo tema foi a indústria de material de defesa.

A ousadia do projeto se justifica pela atual expansão da empresa, graças a uma grande compra recente pelas Forças Armadas.

O contrato assinado em 2008, de € 1,89 bilhão, prevê a montagem no país de 50 helicópteros de médio porte EC725 Super Cougar, de projeto da europeia Eurocopter e com peso máximo de decolagem de 11 toneladas.

A produção desse helicóptero no país fará a Helibras passar dos 564 funcionários atuais para cerca de 1.000 em 2015. A fábrica da empresa em Itajubá (MG) está sendo ampliada, de 13 mil metros quadrados em mais 11 mil.

"Cada emprego na Helibras gera cinco indiretos", diz Marson. A expansão fez os aluguéis duplicarem de valor na cidade mineira.

Fonte: Folha

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Na Líbia, rebeldes pressionam gaddafistas e reiteram busca por ditador

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O ditador Muammar Gaddafi muito provavelmente ainda está na Líbia, afirmaram nesta terça-feira dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político dos rebeldes. De acordo com um dos líderes, Ahmed Darrat, os insurgentes têm o direito de matá-lo caso ele não se renda.

"A informação que tenho é essa: existe 80% de chance de Gaddafi ainda estar na Líbia", disse em Trípoli Omar Hariri, chefe de assuntos militares dos rebeldes, segundo o qual Gaddafi encontra-se totalmente acuado.

De acordo com Hariri, os rebeldes suspeitam que Gaddafi esteja em Bani Walid, a sudeste de Trípoli, ou nos arredores da própria capital líbia.

Segundo o encarregado de supervisionar as funções do Ministério do Interior, Ahmed Darrat, os rebeldes esperam encontrá-lo antes de o novo governo ser eleito.

Contudo, de acordo com um dos principais líderes do CNT, Ali Tarhuni, os insurgentes sabem onde Gaddafi está escondido, mas ele se negou a dar mais detalhes.

"Gaddafi está fugindo neste momento. Acreditamos ter uma boa ideia de onde ele está", limitou-se a dizer.

Capturar Gaddafi é um objetivo vital para os rebeldes, que após seis meses de conflito têm sob seu controle quase todo o país, mas ainda seguem negociando para obter a rendição dos últimos gaddafistas em Sirte, cidade natal do ex-líder líbio.

ULTIMATO

As afirmações dos líderes rebeldes chegam no mesmo dia em que o CNT concedeu às cidades ainda leais ao ditador um ultimato para que se rendam. Segundo a cúpula dos insurgentes, o prazo para a rendição termina neste sábado (2).

De acordo com os rebeldes, Gaddafi terá um julgamento justo caso seja possível capturá-lo com vida, mas ao mesmo tempo já ofereceram um prêmio de US$ 1,7 milhão àquele que entregar-lhes sua cabeça.

"Gaddafi é um criminoso e um foragido e no mundo todo é lícito matar a um criminoso que se recusa a se render", disse Ahmed Darrat.

Segundo o dirigente do CNT, o conflito iniciado na metade de fevereiro deixou um saldo de mais de 50 mil mortos e talvez o dobro de feridos e desaparecidos.

ESCUDO HUMANO

Também nesta terça-feira um grupo defensor de direitos humanos afirmou que as tropas líbias leiais a Gaddafi forçaram civis a atuarem como escudos humanos, colocando inclusive crianças em tanques para tentar parar os ataques da aliança ocidental.

Outros crimes de guerra foram detectados, como estupros, desaparecimentos e assassinatos.

A organização Physicians for Human Rights (físicos pelos direitos humanos, em tradução livre) entrevistou moradores da cidade de Misrata de 5 a 12 de junho para constatar tais informações.

"Quatro testemunhas relataram que as tropas detiveram à força 107 civis e os usaram como escudos humanos para proteger munições militares de ataques da Otan", disse relatório.

Fonte: Folha

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Exército israelense arma e treina colonos para possíveis confrontos

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O Exército israelense começou a armar e treinar colonos judeus na Cisjordânia para possíveis distúrbios em setembro, quando os palestinos deverão comparecer à ONU em busca de reconhecimento internacional. A informação foi publicada nesta terça-feira pelo diário Ha'aretz, que precisa que as Forças Armadas israelenses estão fornecendo gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral aos responsáveis pela segurança dos assentamentos e fixando "linhas vermelhas" ao redor de cada colônia, a partir das quais as tropas poderão disparar contra os manifestantes palestinos.

De acordo com o jornal, o Exército israelense está atualmente em processo de finalização dos preparativos da "Operação Sementes de Verão", cujo propósito é preparar os soldados para a possibilidade de enfrentamentos com palestinos em setembro, quando se prevê que a Assembleia Geral da ONU votará a favor do reconhecimento do Estado palestino. O principal temor da Defesa israelense é que uma declaração palestina de independência desencadeie uma revolta popular "que inclua desordens maciças", reza um documento ao qual o diário teve acesso.

Entre esses incidentes estão "marchas em direção aos principais cruzamentos, comunidades israelenses e centros educacionais, além de esforços para danificar símbolos do governo israelense". Além disso, não estão descartados possíveis tiroteios no meio dos protestos e até ataques terroristas, embora uma das maiores preocupações do Exército seja a possibilidade de confrontos entre palestinos e colonos.

Por esse motivo, nas últimas semanas o Exército testou a preparação das brigadas responsáveis pelos assentamentos e dos chefes de segurança dos mesmos. A Defesa israelense também decidiu equipar os oficiais chefes encarregados da segurança das colônias para dispersar manifestantes e buscou identificar pontos fracos ao redor dos assentamentos.

O Exército estabeleceu duas linhas virtuais nos enclaves judeus próximos a aldeias palestinas; se a primeira delas for cruzada por palestinos, estes serão atacados com gases e outros meios antidistúrbios. E se a segunda, uma "linha vermelha", também for atravessada, os soldados terão autorização para abrir fogo contra as pernas dos manifestantes.

Um porta-voz do Exército manifestou que "o Exército israelense leva a cabo um diálogo profissional com elementos da liderança dos assentamentos e com o pessoal de segurança de rotina, e está investindo grandes recursos para treinar suas forças do ponto de vista defensivo, assim como da preparação para qualquer cenário possível".

Fonte: EFE

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ASTROS 2020 - Governo libera recursos para aquisição de moderno sistema de foguetes nacional para o Exército

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O Governo Federal deu um sinal claro, ontem, de que pretende levar adiante a consolidação de uma base industrial de defesa no país. Um decreto assinado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, liberou crédito suplementar no valor de R$ 45 milhões para o início do Projeto Astros 2020, destinado a equipar o Exército Brasileiro.

O projeto, que tem valor total de R$ 1,09 bilhão, prevê a aquisição do mais avançado sistema de lançamento de foguetes terra-terra desenvolvido no país. O Astros 2020 é uma versão evoluída do Astros II, maior sucesso de vendas da empresa Avibras Aeroespacial. Exportado para diversos países, o Sistema Astros é considerado líder no pequeno, seleto e competitivo grupo de concorrentes internacionais.

Ao todo, o projeto prevê a aquisição de 49 viaturas para o Exército, divididas em três baterias: 18 veículos lançadores, 18 veículos para transporte de munição, 3 unidades de controle e monitoramento de tiro, 3 estações meteorológicas, 3 de veículos oficina, 3 blindados de comando e controle para cada bateria e um último, integrado, de comando e controle de grupo.

A principal vantagem do novo conceito é a incorporação do AV-TM, míssil de cruzeiro com alcance de 300 quilômetros e alta precisão. Diferentemente dos foguetes – que têm trajetória balística, definida a partir do impulso que recebem –, o míssil é guiado e pode ter sua trajetória controlada. Outro avanço importante é na área eletrônica, que passa a ser toda digital.

Além de sinalizar a disposição de levar adiante o processo de reaparelhamento das Forças, a aquisição do Astros 2020 é vista como um ponto de equilíbrio para as finanças da Avibras. Em julho de 2008, a empresa requereu o regime de recuperação judicial. Posteriormente, iniciou um plano de capitalização com o Governo Federal, que envolve o refinanciamento de dívidas. A compra do sistema lançador de foguetes é mais um passo em direção ao saneamento econômico e financeiro da companhia.

A recuperação da Avibras tem uma dimensão estratégica para a indústria de defesa brasileira. Além da capacidade de exportar sua produção, a empresa desenvolve mão-de-obra especializada. A manutenção desse capital intelectual sinaliza interesse na produção de material de defesa com tecnologia exclusivamente brasileira.

O projeto é visto também como uma forma de incrementar a futura pauta de exportações e favorecer a balança comercial brasileira. Isso porque a negociação externa do produto exige, como condição essencial, que o sistema seja adotado por, pelo menos, uma das Forças Armadas do Brasil.

O investimento total no Projeto Astros 2020 será feito ao longo de seis anos – de 2011 a 2016.

Fonte: Ministério da Defesa

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J-20 pode alcançar capacidade Operacional efetiva até 2018, diz Pentágono

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Um relatório emitido pelo Pentágono destacou uma série de avanços que a Força Aérea da China (FAC) tem realizado nos últimos anos, em especial, no desenvolvimento do seu futuro jato de combate supersônico stealth Chengdu J-20.

Segundo o Pentágono, o J-20, que deverá ser utilizado como uma plataforma de ataque de longo alcance e não como caça, poderá alcançar o estágio operacional por volta de 2018, sendo que até então o principal desafio das equipes de projeto da China será o desenvolvimento de uma turbina capaz de garantir as características de invisibilidade ao radar.

Atualmente existem várias discussões quanto a qual será o exato emprego do J-20. Alguns especialistas afirmam que o jato de combate será um rival direto do Lockheed Martin F-35 Lightning II, enquanto outros acreditam que ele deverá ser usado para atacar porta-aviões e outros alvos fortemente defendidos.

Por outro lado, o relatório também trouxe outros dados relativos a rápida modernização que a FAc vem sofrendo nos últimos anos. Em 2000, apenas 2% dos aviões em serviço eram considerados modernos, número este que cresceu para 25% com a chegada de aeronaves mais avançadas como Sukhoi Su-27, Su-30 e o próprio Chengdu J-10.

Atualmente acredita-se que mais de 1.600 caças e 620 aviões de ataque e bombardeio façam parte do inventário da FAC.

Fonte: Revista ASAS

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Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil moderniza seus blindados anfíbios

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O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil deu início a um programa de atualização de seus blindados anfíbios CLANF/AAV7A1 a um custo aproximado de US$ 125 milhões.

As 26 unidades que o CFN possui, compradas no início dos anos 90 nos Estados Unidos, serão modernizadas de acordo com o mesmo padrão utilizado pelo Corpo de Fuzileiros norte-americano.

De concreto, estão previstos o reforço da suspensão do veículo e a substituição do motor atual de 400 hp por um mais moderno e potente, de 525 hp, entre outras modificações necessárias para suportar o peso que será acrescentado devido à nova blindagem, projetada para aumentar a proteção do anfíbio contra mísseis e foguetes contracarro.

O processo de atualização terá a duração de cinco anos, e os primeiros CLANF enviados aos Estados Unidos serão aqueles que estão atualmente inutilizados.

Os veículos anfíbios CLANF têm como missão principal transportar os Fuzileiros Navais do mar até o desembarque na praia, bem como dar mobilidade e alto poder de choque aos militares quando estão em terra.

Eles podem transportar um pelotão de fuzileiros armados com uma metralhadora 50 e um lança-granadas de 40 mm, e funcionam como barcos blindados capazes de navegar em mar aberto e, com grande velocidade e mobilidade, chegar à praia e avançar terra adentro, tanto durante o dia quanto à noite.

Fonte: Infodefensa
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Sobre a Líbia e a Síria

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A Líbia foi controlada por um ditador imprevisível e pode permanecer sob controle de uma pseudo-democracia não transparente. Nossa alegria de ver tombar o ditador não deve cegar nossa prudência quanto ao que está sendo preparado para a Líbia. Nosso dever moral é estar ao lado daqueles que reivindicam a liberdade sob um regime democrático que exerça um controle total sobre as riquezas do país. Na Líbia, a partida está longe de ter acabado. Na Síria, ela não terminou tampouco.

O regime de Kadafi está desmoronando. Ninguém sabe exatamente quando nem em que estado – vivo ou morto – ele será encontrado. Mas o jogo terminou. A Líbia está virando uma página sombria de sua história recente. O regime líbio era brutal e impiedoso com seus opositores. Tortura e execuções sumárias refletiram a excentricidade, a loucura, assim como a inteligência de Kadafi. O povo líbio estava sedento de liberdade e seguiu os passos dos tunisianos e dos egípcios. Devemos homenagear sua coragem, seu engajamento e sua determinação. Ninguém teria imaginado que Kadafi deixaria o poder antes de sua morte, pois seu comportamento era tão imprevisível que ele reprimia e matava sem se preocupar muito com as consequências. O fim de seu regime foi mais fácil que o previsto.

No entanto, é preciso destacar algumas questões essenciais.

Contrariamente à Tunísia e ao Egito e suas mobilizações não violentas, na Líbia o movimento de massa se transformou em guerra civil total com armas pesadas utilizadas pelos dois lados. A OTAN, que inicialmente justificou seu engajamento em nome da proteção dos civis, ajudou os rebeldes a ganhar combates e avançar no terreno. Nós sabemos que agentes norteamericanos e europeus aconselharam a oposição no plano militar quanto a melhor estratégia a adotar para derrotar Kadafi e seus filhos. Isso ocorreu depois que a França, seguida por trinta países, reconheceu oficialmente o Conselho Nacional de Transição enquanto representante legítimo do novo Estado líbio. Esse Conselho, presidido por antigos membros do regime, anunciou por três vezes, de modo errôneo, que tinha prendido os filhos de Kadafi. Sendo assim, a questão é a seguinte: como se pode depositar confiança tão rapidamente em um Conselho tão curioso quando todos os sinais mostram que se trata de um grupo de pessoas e de visões muito contraditórias?

É possível, efetivamente, que noites sombrias tenham ficado para trás, mas quem pode prever dias ensolarados no futuro? A Líbia é um país rico e estratégico. A intervenção estrangeira não aconteceu por acaso. Quem controlará sua riqueza e como ela será utilizada e/ou repartida entre as companhias petroleiras transnacionais ocidentais (que tomarão o lugar, por exemplo, do governo chinês, que tinha contratos com a Líbia e se opôs à guerra)? Podemos esperar um processo democrático verdadeiro e transparente? Nada é menos certo e não há nada garantido, pois segue difícil de avaliar o nível de autonomia das forças de oposição.

A Líbia foi controlada por um ditador imprevisível e pode permanecer sob controle de uma pseudo-democracia não transparente. Nossa alegria de ver tombar o ditador não deve cegar nossa prudência quanto ao que está sendo preparado para a Líbia. Nosso dever moral é estar ao lado daqueles que reivindicam a liberdade sob um regime democrático que exerça um controle total sobre as riquezas do país. Na Líbia, a partida está longe de ter acabado.

Na Síria, ela não terminou tampouco. Mais de 2.500 pessoas já foram mortas pelo regime de Bachar al-Assad, que está mostrando sua verdadeira face. Entre as vítimas, estão adolescentes, mulheres e mesmo refugiados palestinos. Ao impedir os meios de comunicação internacionais de cobrir os protestos e reprimindo a palavra, o regime pensava que seria capaz de reprimir em silêncio.

Sem aliados ocidentais, sem a OTAN, sem a “comunidade internacional” e sem armas, os sírios continuam a dizer “não desistiremos!”, e dia após dia eles se manifestam e protestam. Dia após dia eles são mortos, com as mãos desprovidas de armas e o peito aberto inocente na frente.

Não devemos ser ingênuos quando ao movimento de oposição: há uma estranha mistura de forças e interesses políticos (como aqueles que se reuniram na Turquia a fim de organizar e coordenar a resistência).

Contudo, é nosso dever moral, igualmente, dizer aos governos ocidentais para que parem de apoiar a democracia apenas de boca e de demorar seis meses antes de pedir para Bachar al-Assad partir. Seis meses de conversa fiada, sem nenhum resultado. Teria sido possível isolar o país de maneira eficaz sem usar a opção militar. Os poderes ocidentais não fizeram nada enquanto ouvia-se o presidente venezuelano Hugo Chávez chamar Bachar al-Assad de “um humanista, um irmão”.

Nós devemos prestar homenagem à coragem dos sírios, nossos irmãos e irmãs em humanidade. Seu movimento não violento prevalecerá, mas outros sírios morrerão nesta caminhada. O movimento de não violência sírio demanda aos muçulmanos, neste mês do Ramadã, orar no dia 28 de agosto pelos desaparecidos e pelos mortos. Oremos e nos juntemos com outras pessoas dotadas de consciência, crentes ou não crentes, lembrando a sorte de pessoas inocentes que lutam por sua liberdade e por sua dignidade. Sejamos dignos enquanto seres humanos manifestando nosso apoio à dignidade de seus mortos.

Por Tariq Ramadan - Suíço de origem egípcia, é doutor em Literatura, Filosofia e Estudos Islâmicos. Há vários anos, dedica-se ao debate sobre as relações do islamismo com a Europa e o mundo. Atualmente é professor de estudos islâmicos na Universidade de Oxford, na Universidade Doshisha (Japão) e na Lokahi Foundation (Londres). Também é presidente da organização “European Muslim Network” (EMN), sediada em Bruxelas.

Fonte: Carta Maior

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Brasil reduz mistura de etanol na gasolina para 20%

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O governo brasileiro decidiu reduzir de 25% para 20% a mistura de etanol anidro à gasolina a partir de 1º de outubro, em meio a uma oferta apertada do biocombustível no país, informou nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Segundo ele, o governo já trabalha com a perspectiva de que a safra de cana 2012/13 não fique muito maior do que a atual e, por isso, a decisão de reduzir a mistura.

"Verificamos que a safra do próximo ano também não será muito melhor... Então temos de tomar providências desde logo, para garantir o presente e o futuro. É uma medida de precaução", disse Lobão a jornalistas, após participar de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff na qual a decisão foi tomada.

A redução da mistura para 20% valerá por tempo indeterminado, segundo Lobão, mas pode ser revisada futuramente, quando houver garantia de suprimento para isso. "Depois calibraremos, modificando a resolução no momento em que acharmos que já temos segurança", disse.

O Brasil, maior produtor mundial de açúcar e também de etanol feito a partir de cana, passa por um momento de escassez na oferta do biocombustível.

A falta de investimento nos últimos anos na expansão e melhoria dos canaviais, em um momento em que o consumo do combustível registrou forte crescimento, reduziu a disponibilidade de etanol e elevou os preços do produto.

O governo quer evitar que um aumento ainda maior do etanol anidro com a aproximação do fim da safra eleve muito os preços da gasolina, preferindo, então, reduzir a mistura.

Para a Petrobras, a medida terá o efeito indesejado de elevar o consumo de gasolina no mercado doméstico, o que poderá acarretar em aumento das importações do combustível, já que o parque de refino está operando a capacidade plena.

Estímulos a caminho
Lobão reiterou que além da redução da mistura, o governo finaliza medidas para incentivar o financiamento à estocagem e renovação dos canaviais.

As medidas --que devem incluir desonerações de operações no setor-- devem ser anunciadas em breve pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"O ministro Guido Mantega está tomando as deliberações finais e vai anunciar todas essas medidas de favorecimento ao setor nos próximos dias", disse Lobão.

Além de Lobão e Mantega, participaram da reunião desta segunda-feira com a presidente Dilma o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

A Unica, entidade que reúne as usinas, era contra a redução da mistura, afirmando que os usineiros estavam privilegiando a produção de etanol anidro para garantir a oferta para a mistura de 25 por cento.

Fonte: Reuters

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Irã convida líder dos rebeldes líbios a visitar Teerã

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O ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, convidou o chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio, Mustafa Abdel Jalil, a realizar uma viagem oficial a Teerã, informou um comunicado do ministério nesta terça-feira.

Segundo nota divulgada pela pasta, durante conversa telefônica realizada na noite de segunda-feira, Salehi convidou Abdel Jalil a viajar a Teerã "na primeira ocasião" que tiver.

O chefe da diplomacia iraniana também cumprimentou "a vitória da revolução do povo muçulmano líbio e insistiu no desenvolvimento das relações entre a República islâmica do Irã e a Líbia".

O diálogo telefônico foi o primeiro contato oficial entre o Irã e o CNT desde a queda do ditador Muammar Gaddafi. O Irã, apesar de saudar a "vitória do povo líbio muçulmano", não anunciou o reconhecimento formal do CNT.

O comunicado afirma que o embaixador do Irã na Líbia, que havia saído de Trípoli "após o movimento de contestação do povo líbio", voltará em breve a seu posto.

Abdel Jalil, por sua vez, disse esperar que Salehi "viaje em breve à Líbia". O líder do CNT também agradeceu "a República islâmica do Irã pela ajuda e a assistência ao povo líbio nos momentos difíceis" e expressou seu desejo de "um reforço das relações entre os dois países".

Salehi afirmou no último domingo que o Irã havia enviado secretamente ajuda humanitária aos rebeldes líbios antes da queda de Gaddafi.

Apesar de expressar sua solidariedade com a luta dos rebeldes líbios, Teerã sempre condenou a intervenção militar da Otan na Líbia.

Fonte: France Presse

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Brasil participará de reunião sobre a Líbia em Paris

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O governo brasileiro enviará um representante à reunião da próxima quinta-feira em Paris, convocada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, para discutir a crise política na Líbia, informa nesta segunda-feira a "Agência Brasil".

A decisão de participar como país convidado do chamado Grupo de Contato foi tomada após uma reunião nesta segunda-feira entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

China e Índia também foram convidados a participar do encontro, que reunirá representantes dos 40 países que apoiam o movimento e cujo objetivo principal será discutir a reconstrução da Líbia.

O Brasil não definiu ainda quem será seu representante, mas o nome mais cotado é o do embaixador brasileiro no Egito, Cesário Melantônio Neto, que já coordenou operações com os rebeldes líbios para a evacuação de cidadãos brasileiros.

Em outra frente sobre a crise no país norte-africano, o Conselho de Segurança da ONU prepara-se para analisar nesta terça-feira as ideias iniciais estudadas pelo secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, para que o organismo internacional tenha presença na Líbia a partido do momento em que o Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios) se consolidar no poder.

CASA BRANCA

O anúncio do governo brasileiro chega no mesmo dia em que os EUA afirmaram que não há indicações de que o ditador Muammar Gaddafi tenha deixado a Líbia.

"Se soubéssemos onde ele está, informaríamos às forças de oposição", disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney a repórteres quando questionado sobre o paradeiro do ditador líbio, que não é visto desde que os rebeldes tomaram a capital Trípoli, na semana passada.

Os rebeldes líbios, que recebem ajuda da Otan para encontrá-lo, ofereceram anistia e recompensa de US$ 1,3 milhão para quem o capturar, vivo ou morto.

O presidente do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes líbios, afirmou nesta segunda-feira que Gaddafi continua representando um perigo à Líbia e ao mundo, apesar de não ser visto há mais de uma semana.

Com esta justificativa, o líder rebelde Mustafa Abdel Jalil pediu à Otan que mantenha sua ajuda contra as forças leais ao ditador até o fim dos conflitos.

Nesta segunda-feira, o avanço rebelde à cidade de Sirte, terra natal do ditador e um dos últimos redutos do regime, continua. Segundo os rebeldes, combatentes insurgentes estão a 30 km a oeste de Sirte e cerca de 100 km ao leste, enquanto continuam os esforços mediadores para a rendição pactuada da cidade.

FAMILIARES DE GADDAFI

O Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político dos rebeldes líbios, afirmou nesta segunda-feira que a Argélia deveria extraditar os familiares de Muammar Gaddafi e que considera o aceite do governo argelino em acolher os parentes do ditador "um ato de agressão".

"Nós prometemos conceder um julgamento justo a todos aqueles criminosos e portanto consideramos isto um ato de agressão", disse o porta-voz dos rebeldes Mahmoud Shamman à agência de notícias Reuters.

"Consideramos que a Argélia fez isto como um ato de agressão contra os anseios do povo líbio. Nós tomaremos todas as medidas necessárias contra isto e pediremos pela extradição deles", acrescentou.

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores argelino afirmou que a mulher de Muammar Gaddafi e três filhos do ditador líbio entraram no país nesta segunda-feira.

"A esposa de Muammar Gaddafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohamed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 8h45 (4h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ditador.

O CNT recebeu mal a notícia e aproveitou a oportunidade para lançar um alerta a outros países. "Estamos advertindo a todos que não abriguem Gaddafi e seus filhos. Nós vamos caçá-los em qualquer lugar, achá-los e prendê-los", acrescentou o porta-voz Mahmoud Shamman.

A Argélia é o único país vizinho da Líbia que ainda não reconheceu o CNT como o governo provisório líbio.

Fonte: Folha

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Na ONU, China se opõe a desbloqueio de US$ 5 bi a rebeldes líbios

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A China se opôs nesta segunda-feira à iniciativa de países europoeus na ONU (Organizaçaõ das Nações Unidas) que busca autorizar o desbloqueio de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) dos fundos do ditador Muammar Gaddafi para auxiliar os rebeldes líbios.

Na semana passada, Washington ameaçou colocar outra proposta, de US$ 1,5 bilhão, à votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas caso a África do Sul não concordasse com a medida.

O desbloqueio de ativos foi autorizado sem votação após os sul-africanos cederem e entrarem em acordo com os americanos.

A delegação chinesa na ONU disse que prefere aguardar a avaliação do governo em Pequim antes de emitir um parecer à solicitação defendida por França, Reino Unido e Alemanha. Os três países argumentam que o dinheiro é essencial para fornecer ajuda aos rebeldes.

Os fundos em questão pertencem ao regime de Gaddafi e foram congelados no dia 26 de fevereiro, quando as Nações Unidas aprovaram um pacote de sanções contra a Líbia.

Desde então, estes ativos do ditador em diferentes países encontram-se bloqueados e somente o comitê especial de sanções à Líbia no Conselho de Segurança podem autorizar a liberação dos recursos.

EUA X ÁFRICA DO SUL

Na quinta-feira (25), os Estados Unidos e a África do Sul chegaram a um acordo de última hora, permitindo a liberação de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2,4 bilhões) de bens congelados do regime de Muammar Gaddafi como ajuda financeira aos rebeldes líbios. A decisão evitou que o assunto fosse votado pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Há um acordo, não haverá votação e o dinheiro será desbloqueado", disse inicialmente à agência de notícias France Presse um diplomata próximo das negociações.

Mais tarde, os EUA confirmaram a decisão. "A África do Sul aceitou retirar seu bloqueio à medida. Estamos muito satisfeitos, já que todos os membros do Conselho reconhecem agora a importância de ajudar o povo líbio", disse a embaixadora adjunta dos EUA na ONU, Rosemary DiCarlo.

Os recursos encontram-se nas mãos dos Estados Unidos, que querem enviar US$ 500 milhões a grupos humanitários internacionais, US$ 500 milhões para o CNT para pagar salários e serviços essenciais, e os US$ 500 milhões restantes a um fundo de reserva internacional para pagar por combustível e outros ativos de emergência.

A África do Sul vinha se opondo à medida de desbloqueio dos ativos líbios no comitê de sanções das Nações Unidas durante mais de duas semanas, argumentando que canalizar o dinheiro através do governo rebelde implicaria reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT).

Nem a África do Sul nem a União Africana reconheceram ainda o governo da oposição líbia, cujos partidários tomaram grande parte de Trípoli no que pode ser a cartada final contra o regime de Muammar Gaddafi.

Fonte: Folha

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

OTAN bombardeia Trípoli, enquanto rebeldes líbios pressionam em Sirte

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Várias explosões escutaram-se hoje nesta capital depois de ataques aéreos da OTAN em zonas onde leais a Muamar Kadafi mantêm choques esporádicos com os rebeldes, empenhados agora em dominar Sirte.

Testemunhas em Trípoli disseram ter escutado deflagrações de bombas a primeiras horas da madrugada e o sobrevoo a baixa altura de aviões militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), cujos bombardeios têm sido essencial na ofensiva da oposição.

Conquanto nas últimas 48 horas diminuíram os cruentos confrontos entre insurgentes e tropas governamentais líbias, prevalecem escaramuças e ações isoladas em diversos pontos da cidade contra os que a aliança atlântica arremete pontualmente.

Milícias dos sublevados continuam patrulhando e apoderando-se do complexo de Bab Aiziyah, onde residia o líder líbio, além de que aumentam a caçada para tratar de dar com o paradeiro deste e de seus mais próximos familiares e colaboradores.

Enquanto, a liderança do Conselho Nacional de Transição (CNT) tenta afiançar-se em Trípoli, simultaneamente que faz questão de negociar com os chefes tribais de Sirte, a cidade natal de Kadafi, para uma rendição pacífica e poder a tomar.

Após dominar Bin Jawad, o propósito de fazer com a terra natal do evadido mandatário é estrategicamente importante para o CNT poder declarar-se em controle de todo o país, ainda que se prevê terão bolsões de resistência durante longo período de tempo.

O porta-voz do CNT, Mahmud Shammam, assegurou hoje que os rebeldes apoiados pela OTAN estão nas vizinhanças de Sirte, a uns 30 quilômetros, e lançou um ultimato aos chefes tribais lhes advertindo que a negociação para que se submetam não será eterna.

Os rebeldes, que se aproximam à mencionada urbe pelo este e o oeste, caíram nas últimas horas em uma emboscada na localidade sudoeste de Zuwarah, enquanto persistem ferozes combates em outras áreas do ocidente do país onde resistem partidários do líder líbio.

Por outro lado, meios jornalísticos árabes citaram o porta-voz de Kadafi, Moussa Ibrahim, que afirmou que o mandatário permanece em Líbia e estaria disposto a negociar uma transição com os rebeldes, ao qual se negaram rotundamente os insurgentes.

No plano diplomata, o chefe do CNT e ex-ministro de Justiça de Kadafi, Mutafa Abdel Jalil, entrevistou-se ontem à noite em Doha com o emir de Provar, jeque Hamad bin Khalifa Al Thani, cujo governo consideram o principal respaldo árabe à rebelião contra o governo líbio.

Fonte: Prensa Latina

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Iraque não ameaçava Reino Unido antes de 2003, diz ex-chefe do MI5

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O Iraque não representava "uma ameaça" para o Reino Unido antes de o ex-primeiro-ministro Tony Blair ter envolvido o país no conflito de 2003, afirmou nesta segunda-feira Eliza Manningham-Buller, ex-chefe do serviço de contraespionagem britânico MI5 .

Em declarações à emissora britânica "Radio Times", Manningham-Buller disse que o MI5 alertou que a invasão ao país árabe provavelmente aumentaria a ameaça terrorista no Reino Unido e desviaria a busca de membros da Al Qaeda.

No entanto, ela afirmou que "cabia a outros decidirem" se a Guerra do Iraque, iniciada com o pretexto de achar supostas armas de destruição em massa e derrubar o regime do ditador iraquiano Saddam Hussein, foi um erro.

Mannigham-Buller, que foi chefe do MI5 entre 2002 e 2007, quando se afastou, defendeu o serviço de inteligência britânico diante das insinuações de que poderia ter evitado os ataques terroristas contra Londres cometidos em 7 de julho de 2005 além de "assumir" que o Reino Unido voltará a ser alvo de atos terroristas.

A ex-chefe do MI5 avaliou como "lamentável" a situação gerada na Líbia pelo ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, que continua desaparecido.

"É muito difícil. Vamos ficar apenas vendo o povo ser morto?", questionou, em relação às intervenções militares das forças da Otan para ajudar os rebeldes contra o regime gaddafista.

Fonte: EFE

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Irã protesta por cancelamento do contrato de entrega dos S-300

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Outro capítulo foi aberto nas relações entre Teerã e Moscou a respeito da entrega do sistema de defesa aérea S-300 para o Irã. Segundo a agência iraniana FARS, o Irã entrou com uma ação contra o governo russo em um tribunal internacional de arbitragem por ter anulado um contrato para cinco unidades do avançado sistema de defesa aérea. A queixa legal foi anunciada em 25 de agosto pelo embaixador iraniano na Rússia, Mahmoud Reza Sajjadi. No entanto, o embaixador não especificou se a denúncia foi protocolada na Corte Internacional de Justiça, que resolve disputas entre Estados.

O contrato, que tinha sido assinado no final de 2005, inclui a compra do modelo S-300V do sistema de defesa aérea. A última versão da série S-300 é o S-300PMU2, que tem um alcance de 195 km (cerca de 120 milhas) e pode interceptar aeronaves e mísseis balísticos em altitudes de 10 metros a 27 quilômetros. O S-300 é considerado um dos mais eficazes sistemas de defesa aérea do mundo, comparável em desempenho com o sistema Patriot construído nos EUA.

ENTRE OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS E um embargo de armas

Apesar de um relatório da agência de notícias russa RIA Novosti, afirmando que o Irã já tinha arquivado a queixa cerca de seis meses atrás, as autoridades russas expressaram sua surpresa com o movimento iraniano. De acordo com a agência de notícias Interfax, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo Alexander Lukashevich disse: "Tendo em conta a natureza tradicionalmente amigável das relações bilaterais, o fato de que os nossos parceiros iranianos tenham escolhido este caminho não pode deixar de causar surpresa."

Lukashevich acrescentou: "O cumprimento pela parte russa do respectivo contrato tornou-se impossível devido à Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas " Adotado em Junho de 2010, em uma quarta rodada de sanções contra o Irã, a resolução proíbe toda a atividade, principalmente "comercio relativo ao enriquecimento de urânio e outros materiais ou tecnologia nucleares em outros Estados ". Além disso, proíbe a transferência de "qualquer tanque, veículos blindados de combate, sistemas de artilharia de grande calibre, helicópteros de ataque, ou mísseis e sistemas relacionados ou partes" para o Irã.

Nos últimos anos, a Rússia parecia dividida entre suas obrigações contratuais, a pressão internacional, bem como o medo de sustentar perdas significativas por cancelar o contrato. De acordo com um analista militar russo, a decisão de não ir em frente com o contrato custaria a Rússia cerca de 1 bilhão, além de 300 á 400 milhões em multas e penalidades contratuais.

No entanto, como as sanções da ONU contra o Irã foram temperadas à luz da resolução da ONU de 1929, o presidente russo Dmitry Medvedev assinou um decreto em 2010 que proíbe o fornecimento dos S-300, bem como outros sistemas de armas ao Irã.

A decisão russa foi tomada apesar dos Estados Unidos a garantir que a entrega do sistema S-300 não representaria uma violação da resolução. Um porta-voz do Departamento de Estado explicou que em junho de 2010 "A [Resolução] 1929 proíbe a venda e transferência de itens no Registro de Armas Convencionais, que não inclui o S-300."

REAÇÕES

O Irã, por sua vez, já havia realizado várias tentativas para colocar pressão sobre o seu parceiro contratual. Entre muitos esforços ineficazes para obter os sistemas russos e melhorar as capacidades do Irã de defesa aérea, o ministro da Defesa Ahmad Vahidi chamado à Rússia no final de 2009 para cumprir o contrato, provocativamente alegou que ele não "acha que é certo para a Rússia ser visto no mundo como um país que não cumpre as suas obrigações contratuais. "

Quando ficou claro que a Rússia ainda impediu a entrega dos sistemas comprados, o ministro iraniano da Defesa, General Ahmad Vahidi, anunciou em um comunicado desafiador em abril de 2010 que o Irã pretende desenvolver seus próprios sistemas de defesa aérea semelhante ao sistema S-300. Além disso, ele disse que um sistema de defesa aérea de médio alcance já havia sido desenvolvido com sucesso, explicando que consistiu em "três radares e um míssil produzidos internamente que tem uma grande agilidade e um alcance de mais de 40 quilômetros".

Em novembro de 2010, altos oficiais militares disseram ao site do Irã TV Press que o sistema anunciado é um análogo do S-300, uma versão simples atualizada do S-200 de fabricação soviética - um sistema que entrou em serviço em 1967 e foi adquirida pelo Irã no final de 1980. O S-200 é considerado obsoleto em comparação com modernos sistemas de defesa aérea e contramedidas implantados em aeronaves ocidentais.

Os temores de um VIZINHO SOB PRESSÃO

Por razões bem conhecidas, Israel se destacava entre as fileiras dos adversários internacionais ao contrato, tendo uma postura mais dura do que os protestos de outros líderes políticos ao redor do mundo. Como relatado em agosto de 2009, o presidente israelense, Shimon Peres pediu repetidamente que Medvedev não realiza-se a entrega dos sistemas. Peres alertou sobre uma mudança perigosa do "delicado equilíbrio de poder" na região caso o Irã recebe-se o S-300. Colocando o assunto em um contexto internacional, o presidente israelense disse que Israel tem "uma prova clara de que as armas russas chegam às mãos de organizações terroristas, especialmente o Hamas e o Hezbollah, que os recebem do Irã e da Síria".

É improvável que tais sistemas de defesa aérea valiosa seria objeto de comércio ilícito de armas envolvendo o Hamas ou forças da milícia Hezbollah. No entanto, a chamada era direcionada a uma parada completa na cooperação militar entre a Rússia e o Irã. Israel tem um óbvio interesse em manter todas as suas opções para reagir a qualquer ameaça potencial vindo de um Irã com armas nucleares ou para impedir que tal desenvolvimento seja concluído.

Isto pode também incluir um ataque aéreo contra instalações iranianas. Tal ataque preventivo pode ser seriamente prejudicado caso o Irã possua sistemas de defesa aérea S-300. A visão cética das capacidades do S-300 em mãos iranianas foi publicado, explicando que o S-300 "poderia causar mais problemas para a defesa aérea iraniana do que eles valem".

Fonte: Defense & Professional
Tradução e Adaptação: GeoPolítica Brasil - Angelo D. Nicolaci

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Rebeldes líbios pedem manutenção do apoio internacional

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Mustafa Abdel Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político dos rebeldes líbios, pediu à coalizão internacional dirigida pela Otan que mantenha o respaldo à rebelião.

"Muamar Gaddafi continua representando um perigo, tanto para o povo líbio como para o restante do mundo. Por isto pedimos à coalizão que continue nos repaldando", disse Abdel Jalil em uma reunião de chefes do Estado-Maior dos países que atuam na intervenção militar na Líbia.

A intervenção na Líbia da coalizão dirigida pela Otan "continua sendo necessária para restabelecer a segurança e eliminar as sobras do regime de Gaddafi", afirmou Yalal al-Deghili, que se apresentou como "ministro da Defesa líbio".

Abdel Jalil visitou no domingo o Qatar e os Emirados Árabes Unidos, os dois únicos países árabes que se uniram à coalizão internacional contra o regime na Líbia.

A viagem aconteceu antes da reunião nesta segunda-feira em Doha dos comandantes militares dos países que participam na operação da Otan na Líbia para fazer um balanço da situação.

Em um encontro no domingo, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, xeque Mohamed Ben Zayed Al Nahyan, manifestou apoio à reconstrução da Líbia e suas instituições governamentais.

Em Doha, o presidente do CNT foi recebido como um chefe de Estado pelo emir do Qatar, xeque Hamad Ben Khalifa Al Thani.

Fonte: France Presse

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Estado Palestino: muitas fronteiras a serem estabelecidas

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Em setembro, ao que tudo indica, a Assembleia Geral da ONU preparará o reconhecimento do estado palestino, dentro das chamadas fronteiras da Linha Verde (1967). Os palestinos deram passos políticos internos decisivos, de unificação e de reunião sob a OLP, para obterem esse reconhecimento. A “justiça social”, a “primavera árabe” de longa duração e o movimento internacional dos palestinos comparecem, na atual conjuntura, como miragens desejosas de habitarem um horizonte.

Desde o começo de agosto, milhares, em alguns momentos centenas de milhares de israelenses tomaram as ruas do país lutando por “justiça social”. O protesto foi puxado por uma alta de aproximadamente 50% no valor das moradias (tanto para compra e venda como para locação), em Israel, nos últimos dois anos. Acampados em barracas e pedindo a saída de Netanyahu, trabalhadores, classe média baixa e estudantes fizeram coro com os sem teto, na luta pela construção de moradias públicas, populares e pela diminuição no custo de vida do país.

Dentre os que ocuparam as ruas havia e há – os protestos continuam – os que associam e os que não associam a conjuntura econômica e social de Israel com a ocupação dos territórios palestinos. Em meio a uma das maiores manifestações de rua da história de Israel, na segunda semana de agosto, havia moradores de assentamentos ilegais, para onde escoa boa parte dos recursos orçamentários do estado, além do orçamento da defesa.

Reduzir ou cortar o orçamento para os assentamentos ilegais e nos gastos militares e reinvestir os fundos públicos no estado de bem estar social, atualmente parasitado por uma elite neoliberal estão no centro da agenda dos manifestantes. A associação do mal estar, causados pelo desemprego, pelos baixos salários e pelo alto custo de vida com o preço econômico da ocupação militar e territorial dos palestinos, no entanto, não parece comparecer sequer na agenda da chamada social democracia israelense, hoje representada pelo Partido Trabalhista, que tem entre suas lideranças mais promissoras um quadro parlamentar para quem os assentamentos não são um problema correlato à crise econômica e social que tem levado milhares às ruas do país [Ler: Líder trabalhista não vê assentamentos como crime].

Em setembro, ao que tudo indica, a Assembleia Geral da ONU preparará o reconhecimento do estado palestino, dentro das chamadas fronteiras da Linha Verde (1967). [Ler: Embaixador de Israel na ONU: não há como interditar reconhecimento de Estado palestino] . Os palestinos deram passos políticos internos decisivos, de unificação e de reunião sob a OLP, para obterem esse reconhecimento. Enfrentam uma grave crise econômica e não está nem de perto claro qual será o destino dos milhões de refugiados palestinos na proposta de acordo encabeçada por Abbas [Ler: Professor adverte sobre riscos para refugiados palestinos].

Na prática, é possível que a declaração da ONU não leve a grandes mudanças e, pior, que Israel a utilize para recuperar o status quo [Ler: Os planos da direita israelense para "restaurar o status quo"]. Assim, o país seguirá utilizando o expediente retórico e político de se dizer sem interlocutor, seguirá desrespeitando as decisões e recomendações da comunidade internacional e perseverará na construção de assentamentos, preferencialmente para comunidades ultra ortodoxas, em territórios palestinos, estabelecendo como que um cinturão de fanáticos religiosos e de elementos de uma direita bélica e paranoide, cercando a Israel legal, em nome de um delírio expansionista, eventualmente com um temerário e assombroso fundamento religioso [Ler: Novos assentamentos: Israel não precisa de um "lebensraum"].

As vozes críticas, isto é, que estabelecem as conexões e não lidam com os fatos a despeito de sua história são poucas e de certa idade. Talvez esse seja um dos elementos mais melancólicos para quem é de esquerda e sabe o que Israel significou para gerações de militantes antirracistas, antimilitaristas, socialistas e humanistas liberais, no pós Segunda Guerra. Há também ex-diplomatas israelenses nos EUA que defendem a viabilidade do retorno à Linha Verde, além da pequena esquerda israelense.

A decisão pelo recuo de Israel ao seu status legal, conforme aos ditames das Nações Unidas e na iminência do reconhecimento do estado palestino conta ainda com outros complicadores. Se essa possibilidade é real, no sentido de que é algo mais forte do que apenas um preceito inteligível e mensurável - em termos de compensações financeiras, rearranjos urbanísticos e no âmbito dos serviços públicos -, ela também depende do estado das coisas no mundo árabe.

E o fato é que os palestinos que lideram a proposta, quer dizer, os grandes grupos políticos da palestina (Fatah, Hamas e AlMubadara, respectivamente) não contam com aliados certos e firmes dentre as lideranças dos países Árabes. O Irã já disse que Israel deve ser varrido do mapa, o governo sírio, que vem aplicando mão de ferro para esmagar os protestos por democracia no seu país chegou a bombardear um campo de refugiados palestino ; o Egito, com a escalada de violência no sul de Israel e frente ao que se tornou o Sinai, depois da queda de Mubarak, não está em posição de garantir grande apoio, mesmo que o faça. O Iraque não existe, pelo menos por um bom tempo, como um país soberano. Quer dizer, a Liga Árabe apoia, como um todo, a causa palestina, mas quando se observa de perto, vê-se que esse apoio é menos decisivo e homogêneo do que poderia ser, coisa que, a despeito da primavera árabe, não configura novidade alguma. O Líbano apoia, mas o Hezbollah já disse que os palestinos não devem abrir mão nem de um grão de areia.

Ao norte, na fronteira com o Líbano, e ao sul, na fronteira com o Egito, há focos de tensão a partir dos quais pode haver escalada de violência. O governo de Netanyahu, que tem um ser como Avigdor Lieberman como ministro de Relações Exteriores, enfrenta insatisfação interna e se prepara para setembro com expedientes demagógicos e manobras legais que secundarizam explicitamente o conceito de Israel como democracia [Ler: Israel está oficialmente abrindo mão da democracia?]. E o embaixador estadunidense em Israel já avisou que os EUA vetarão a proposta palestina, do jeito que ela está.

O ato fundacional de um estado pode não ser um ato em si mesmo legítimo, enraizado em costumes ou derivado de uma longa história. Disso não se segue que estados só se originem à força, obviamente. Mas se segue que sem o estabelecimento de uma lei originária, de um fundamento normativo, presente e positivo, não há garantia, no limite, da existência mesma do próprio estado. É por isso que, neste momento, a fundação de Israel aparece revisitada em boa parte das análises críticas sobre o estado das coisas no país [Ler: Para que haja paz, Israel precisa reconhecer dor palestina).

Porque o seu ato fundador parece sempre em aberto, não concluso, enquanto o debate sobre as fronteiras permanecer como fator de desentendimento, violação de direitos e opressão.

O território é um dos requisitos, segundo a doutrina do direito internacional público, para todo e qualquer reconhecimento de um estado. O povo, a história e, contemporaneamente, a democracia, são outros requisitos, além da língua. O que ata a fundação do Estado de Israel à fundação do Estado Palestino nunca esteve tão próximo e nunca foi tão equivalente, em termos de fragilidade política. Os palestinos, pode-se objetar, são obviamente muito mais frágeis e militarmente desqualificados frente às Forças de Defesa de Israel. É verdade; mas também é verdade que Israel enfrenta crises mais profundas e enfraquecedoras do que os palestinos. Para Israel a crise é social, é governamental, está na oposição, na relativa distância do seu aliado de primeira hora (os EUA), atualmente imerso na própria e difícil agenda e na sua falta de autoridade moral.

Tudo se passa como se, finalmente, os acontecimentos tenham tornado a íntima e necessariamente íntima vinculação entre palestinos e israelenses auto evidente. A hipótese remota de que o estado palestino e o estado israelense coadunem um modo de existir pacífico, em acordo com a comunidade internacional e com relativo financiamento de bem estar para os seus povos (inclusive os hoje refugiados), a cada requisito elementar preenchido – mesmo como hipótese remota -, parece mais utópica e ingênua. A “justiça social”, a “primavera árabe” de longa duração e o movimento internacional dos palestinos comparecem, na atual conjuntura, como miragens desejosas de habitarem um horizonte. Caso esse horizonte se apresente, afinal, como um só, então pode ser que algo concreto seja reconhecido, e então se tenha uma alternativa, como defendeu o professor e historiador Tony Judt, que defendeu a retomada da tese da esquerda socialista europeia e israelense, nos anos 60 (em sua maior parte, judia) de um estado republicano, laico, único, binacional.

Para uma miragem ou outra, muitas fronteiras, além de território, terão de ser estabelecidas.

Fonte: Carta Maior

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A história do Iraque se repetirá na Líbia?

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A natureza imprevisível da guerra na Líbia implica que as palavras raramente sobrevivam ao momento em que são escritas. O que Kadafi deverá estar pensando agora? Com sua visão enviesada e astuta do mundo líbio, ele poderia sobreviver para prosseguir um conflito civil-tribal e assim consumir os novos amigos líbios do Ocidente no pântano da guerra de guerrilhas e debilitar pouco a pouco a credibilidade do novo poder.

Condenados sempre a travar a guerra passada, voltamos a cometer o mesmo velho pecado na Líbia. Muammar Kadafi desaparece logo depois de prometer lutar até a morte? Não é a mesma coisa que fez Saddam Hussein? Quando Hussein desapareceu e as tropas estadunidenses sofreram suas primeiras baixas ante à insurgência iraquiana, em 2003, foi nos dito – pela boca do pró-cônsul estadunidense Paul Brenner, dos generais, dos diplomatas e dos decadentes especialistas da televisão – que os combatentes da resistência eram fanáticos, desesperados que não se davam conta de que a guerra havia terminado.

E se Kadafi e seu filho sabichão seguem em fuga – e se a violência não termina – quanto tempo vai levar para que outra vez nos apresentem aos desesperados que não entenderam que os rapazes de Bengasi estão no poder agora e que a guerra terminou? De fato, não menos do que 15 minutos – literalmente – depois de ter escrito as palavras acima (às 14 horas de quarta-feira), um repórter da Sky News reinventou a palavra “fanáticos” para definir os homens de Kadafi.

Inútil dizer que tudo é para o bem no melhor dos mundos possíveis, no que diz respeito ao Ocidente. Ninguém descarta o exército líbio e ninguém proscreve os kadafistas de um papel futuro no país. Ninguém cometerá os mesmos erros que cometemos no Iraque. E não há tropas em terra.

Nenhum zumbi encerrado em uma zona verde ocidental, cercada por muralhas, tenta dirigir o futuro da Líbia. “É assunto dos líbios” tornou-se o refrão de toda manifestação do Departamento de Estado/Escritório de Política Exterior/Quai d’Orsay. “Nós não temos nada a ver com isso”.

Mas, desde logo, a presença massiva de diplomatas ocidentais, representantes de magnatas do petróleo, mercenários ocidentais de altos salários e obscuros militares britânicos e francês – todos simulando ser conselheiros e não participantes – conforma a Zona Verde de Bengasi.

Pode ser que não estejam (ainda) rodeados de muralhas, mas o fato é que eles governam por meio dos distintos heróis e pilantras locais que se estabeleceram como senhores políticos. Podemos passar por cima do assassinato de seu próprio comandante – por alguma razão, ninguém menciona mais o nome de Abdul Fatá Yunes, apesar de ele ter sido liquidado há apenas um mês em Bengasi -, mas eles só podem sobreviver se permanecerem com o cordão umbilical preso ao Ocidente.

Esta guerra, é preciso dizer, não é a mesma que nossa perversa invasão do Iraque. A captura de Saddam só levou a resistência a multiplicar os ataques contra as forças ocidentais porque aqueles que, até então, se recusavam a participar da insurgência por medo de que os EUA voltassem a colocar Saddam no governo, perderam essas inibições. Na verdade, a prisão de Kadafi, junto com a de Saif, precipitaria sem dúvida o final da resistência dos seguidores do ditador. O verdadeiro temor do Ocidente neste momento – ainda que isso possa mudar à noite ou amanhã – é a possibilidade de que o autor do Livro Verde tenha conseguido chegar até Sirte, onde a lealdade tribal pode ser mais forte que o medo de uma força líbia respaldada pela OTAN.

Sirte – onde Kadafi, no início de sua ditadura, converteu os campos de petróleo da região no primeiro dividendo internacional para os investidores logo depois de sua revolução de 1969 – não é Tikrit. É a sede da primeira grande conferência da União Africana, a escassos 30 quilômetros da cidade natal de Kadafi: uma cidade e uma região que receberam enormes benefícios de seu governo de 41 anos. Strabo, o geógrafo grego, escreveu que os pontos dos assentamentos no deserto, ao sul de Sirte, converteram a Líbia em uma pele de leopardo. Kadafi deve ter gostado dessa metáfora.
Quase dois mil anos depois, Sirte era o ponto de união entre as colônias italianas de Tripolitania e Cirenaica.

Em Sirte os rebeldes foram derrotados pelas forças leais a Kadafi na guerra de seis meses travada este ano. Sem dúvida, teremos que mudar essas ridículas etiquetas: os que apoiam o pró-Ocidente Conselho Nacional de Transição terão que ser chamados de leais e os rebeldes partidários de Kadafi se tornarão os terroristas que poderão atacar a nossa amiga nova administração líbia. Seja como for, Sirte, cujos habitantes se supõe estejam negociando agora com os inimigos de Kadafi, poderia rapidamente aparecer entre as cidades mais interessantes da Líbia.

O que Kadafi deverá estar pensando agora? Acreditamos que está desesperado, mas, será que está mesmo? No passado, escolhemos muitos adjetivos para qualificá-lo: irascível, demente, perturbado, magnético, incansável, obstinado, estranho, estadista (Jack Straw descreveu-o assim), críptico, exótico, louco, idiossincrático e – em datas mais recentes – tirano, assassino e selvagem. Mas com sua visão enviesada e astuta do mundo líbio, Kadafi poderia sobreviver – para prosseguir um conflito civil-tribal e assim consumir os novos amigos líbios do Ocidente no pântano da guerra de guerrilhas – e debilitar pouco a pouco a credibilidade do novo poder do governo de transição.

A natureza imprevisível da guerra na Líbia implica que as palavras raramente sobrevivam ao momento em que são escritas. Talvez Kadafi esteja escondido em um túnel debaixo do hotel Rixos ou esteja relaxando em uma das casas de campo de Robert Mugabe. Duvido. Enquanto isso, a ninguém ocorre travar a guerra anterior a esta.

Fonte: Carta Maior

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O Kremlin se distancia da OTAN

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Em razão de divergências e desentendimentos em relação a suas políticas, a possibilidade de uma cooperação estreita entre Estados Unidos e Rússia no setor de segurança é cada vez menor.

Desde que as relações entre os EUA e a Rússia foram reestabelecidas, o país aprendeu a colaborar com o Ocidente em diversos assuntos, que vão desde os problemas do Irã e do Afeganistão até o controle de armas nucleares. Entretanto, os esforços para melhorar este vínculo parecem ter parado no tempo. Atualmente, a impressão que dá é que existe um crescente descontentamento de ambas as partes em relação às suas respectivas políticas de segurança.

Recentemente, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, criticou a dura reação da Rússia aos planos de instalação de um sistema de defesa antimísseis na Europa. O governo do país, por sua vez, ameaçou desenvolver novos mísseis balísticos de alcance intercontinental, desencadeando uma nova corrida armamentista. Com evidente desgosto, Rasmussen reprovou a postura arcaica de Moscou. “Não somos uma ameaça Rússia, não atacaremos e não comprometeremos a segurança da Rússia”, disse.

O Kremlin argumenta que os planos de defesa antimísseis da Otan podem enfraquecer a segurança do país até 2020, ano em que será implantada a quarta fase do sistema, e que as suas demandas têm sido recebidas pela organização com respostas vagas e descompromissadas. Ainda assim, está empenhado em melhorar as relações de segurança com o Ocidente. Com iniciativas que vão da fusão de sistemas de defesa antimísseis à negociação de um novo tratado de segurança pan-europeu, o governo russo evidencia o desejo de desenvolver uma confiança mútua, própria de verdadeiros aliados, com a outra parte. No entanto, Rússia e EUA nunca foram capazes de superar o caráter de parceiros ocasionais ao longo de sua história.

A Rússia condena o Ocidente por sua relutância em estabelecer um novo nível de relações, mas os Estados Unidos nunca esconderam o que esperam deste relacionamento: mais favores de Moscou, que incluem a autorização para se traçar rotas para o Afeganistão e pressões contra o Irã para que os acordos sobre redução de armas nucleares sejam cumpridos. O Kremlin deseja algo em troca e, enquanto suas demandas forem recebidas com indiferença, as relações dificilmente serão totalmente restauradas.

Existem outros assuntos que dividem as duas partes. No fim de 2010, Moscou abandonou a iniciativa de negociar um novo tratado de segurança com as nações europeias por não ter contado com o apoio das autoridades da Otan nem dos EUA durante a tarefa. Mais tarde, o Kremlin criticou a forma como o Ocidente lidou com o crise no Oriente Médio.

Na verdade, o motivo pelo qual a política americana pretende reconfigurar a sua relação com a Rússia está mais associado à crise econômica local e ao temor dos competidores estratégicos como China e Irã, além dos problemas gerados pelo radicalismo islâmico. Ciente disso, o Kremlin procura mais do que ser um simples canal para os objetivos dos Estados Unidos.

Os EUA devem passar do medo à confiança, mas isso requer uma nova visão para que a natureza dos laços de segurança com a Rússia seja transformada. Na ausência desta perspectiva, é provável que uma surja nova rodada de hostilidades caracterizada pelas percepções conflitantes entre as intenções dos dois países.

Para que essa situação fosse evitada, Rússia e EUA deveriam determinar quais são as suas metas em longo prazo. Isto poderia ser avaliado por um conselho consultivo russo-ocidental, composto por especialistas em política externa, a ser criado justamente para esta finalidade. A medida poderia ajudar a reduzir os receios, estereótipos e mal-entendidos que existem nos dois lados.

Numa perspectiva ideal, este processo levaria a um acordo sobre as ameaças comuns enfrentadas pelos dois países, incluindo a propagação do extremismo islâmico na Ásia Central – e, talvez, na Rússia – quando as forças americanas deixarem o Afeganistão. Assim, um caminho poderia ser aberto para estabelecer uma nova cooperação de segurança coletiva para a Eurásia e a Europa.

Tsigankov é professor de Ciências Políticas na Universidade de São Francisco.

Fonte: Gazeta Russa via Plano Brasil
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IAI lança mini VANT giratório Ghost

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A Israel Aerospace Industries (IAI) lançou, durante a feira AUVSI's Unmanned Systems North America, em Washington (EUA), seu mais novo sistema aéreo não tripulado, o Ghost. O veículo é uma pequena e inovadora plataforma flutuante não tripulada.

O Ghost pesa aproximadamente 4Kg e fornece informações em tempo real às forças terrestres que operam em áreas urbanas. Ele é equipado com um sistema automático de pouso e decolagem e pode flutuar por até 30 minutos. O sistema foi projetado com dois motores elétricos rotativos para operar silenciosamente e dar apoio a missões diurnas e noturnas.

A interface homem-máquina única e o conceito operacional são baseados nos princípios dos jogos de computador, o que faz com que a operação do sistema seja extremamente intuitiva, requerendo pouco treinamento. Todo o sistema, que inclui duas plataformas, baterias e uma unidade de comando e controle com comunicadores, pode ser transportado em mochilas por dois soldados. Devido à simplicidade e facilidade de operação, o Ghost é adequado para aplicações paramilitares e de segurança nacional.

“Os conceitos inovadores usados no desenvolvimento do Ghost destacam a meta da IAI em fazer o possível para apoiar as forças terrestres. O Ghost reúne a tecnologia de ponta e o know-how desenvolvidos pela IAI durante anos de experiência com sistemas aéreos não tripulados”, diz Itzhak Nissan, presidente e CEO da IAI.

Fonte: Grupo Synergy ao GeoPolítica Brasil
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As três esferas dos BRICS

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“Os BRICS se tornará realmente um instrumento de influência sobre a política mundial nas mãos dos países em desenvolvimento”, afirma Serguei Vassiliev, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia.

Tudo indica que Jim O’Neill, do grupo Goldman Sachs, repetirá o caminho dos grandes visionários do passado, cujas ideias acabavam virando realidade. Os BRIC (BRICS após a adesão da África do Sul), uma sigla artificial criada por ele para facilitar a leitura de seus textos analíticos, vem se tornando um mecanismo genuíno e funcional de influência do mundo em desenvolvimento no sistema econômico mundial.

“A crise de 2008 e 2009 se tornou um divisor de águas tanto dentro do grupo como nas suas relações com o mundo exterior”, afirma o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia Serguei Vassiliev, um dos participantes da reunião de cúpula dos BRICS realizada no ano passado na China. “Durante a crise, verificou-se que esses países se mantiveram muito estáveis ao longo da crise. Os países do G7 deixaram de ser o motor da economia mundial. Os membros dos BRICS, em particular, e o mundo em desenvolvimento, no âmbito geral, tomaram para si essa função”, completa.

A recente adesão da África do Sul tornou o grupo realmente global: agora, nele estão representados todos os continentes do planeta. “Por se tratar de uma união mundial, a diferença de interesses não é fundamental. Pelo contrário, pois talvez a vantagem seja exatamente o fato de que cada um dos países enxerga o mundo por seu próprio ponto de vista. E essa troca de opiniões pode ser bastante útil”, avalia Vassiliev.

No período da crise, o membro dos BRICS mais prejudicado foi a Rússia, que sofreu uma das quedas mais sensíveis da última década em seu PIB. O especialista, porém, considera que, desde o início do século, o país obtém um ritmo bastante estável de crescimento econômico. Além disso, está à frente das demais nações nesse quesito. “A Rússia representa 3% do PIB mundial. Mesmo em seus melhores dias, a União Soviética possuía 8%, sendo que a maior parte dos países em desenvolvimento era simplesmente miserável na época”, declarou o entrevistado.

Vassiliev considera que os BRICS se tornou autossuficiente e, de suas políticas, dependerá a situação mundial em pelo menos três esferas: finanças mundiais, consumo de energia e mercado de alimentos. “Ele surgiu em um cenário de tendências extremamente negativas no sistema financeiro mundial e de enfraquecimento das posições de todos os centros monetários mundiais: EUA, a Europa e o Japão. Na realidade, o grupo está diante de um dilema: insistir na reforma do sistema financeiro mundial – e na tentativa de aumentar a participação de suas moedas na balança do FMI – ou criar seu próprio mecanismo, alternativo ao do Fundo Monetário Internacional”, garante.

Na opinião dele, Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul possuem os recursos financeiros necessários para escolher a segunda alternativa. “A dúvida não tem a ver com dinheiro, mas sim com praticidade: um fundo próprio significaria a criação de um órgão supranacional de controle, o que seria um enorme desafio”, ressalta.

Vassiliev afirma ainda que, independentemente da escolha dos BRICS, o sistema financeiro internacional deverá passar por uma transformação, com o aumento da importância do ouro. “O dólar não será substituído num futuro próximo, embora as perspectivas da moeda americana sejam incertas. Assim, é muito provável que o ouro novamente terá o seu espaço. A China ainda não é um país forte o suficiente para que o yuan se torne a moeda internacional e dificilmente isso acontecerá nos próximos dez anos. Isso não significa que o mundo voltará ao antigo padrão ouro, que existia até 1973. Mas é inevitável que seu papel se torne mais importante”, explica.

Quanto à influência dos BRICS sobre o consumo de energia, o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia admite que a disposição da China e da Índia de utilizar mais ativamente tecnologias e fontes alternativas vai depender da balança energética do planeta.

Segundo ele, o perigo reside atualmente no fato de que os dois países se encontram em uma etapa primária de industrialização, na qual não apenas a economia cresce, mas também o uso de eletricidade. E a balança energética planetária anda bastante tensa. O crescimento econômico da China, de 10% ao ano na última década, resultará em um inevitável aumento nos preços desses recursos. É ainda necessário lembrar que a Índia, a Rússia, a China e o Brasil são as maiores potências continentais, de cujos recursos ambientais todo o mundo depende.

No que se refere à agricultura, Vassiliev destaca que 42% da população mundial vive nos países dos BRICS, que ocupam 26% da superfície do planeta. A forma pela qual se dará a dinâmica de produção e utilização de produtos agrícolas nos países do grupo dependerá fundamentalmente do mercado internacional de alimentos. Para o analista, os principais fatores de tensão são a rápida urbanização de China e Índia e o aumento abrupto dos padrões de consumo, que deverá provocar um crescimento acelerado da demanda por artigos do gênero nos próximos cinco a dez anos.

Fonte: Gazeta Russa

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ONU confirma morte de nove funcionários em atentado na Nigéria

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A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou nove mortes entre seus funcionários no atentado suicida contra sua sede em Abuja na sexta-feira passada, no qual morreram ao todo 23 pessoas, informou neste domingo o jornal independente "ThisDay".

Conforme Agathe Lawson, diretora local da ONU na Nigéria, além dos nove mortos, muitos trabalhadores do organismo ficaram feridos e estão hospitalizados, enquanto continuam analisando a situação para garantir que todos recebem o melhor tratamento médico e apoio.

Agathe revelou que os demais mortos eram visitantes e seguranças, e admitiu que o número de óbitos pode crescer na medida em que novas informações chegarem de hospitais, trabalhadores da ONU e de suas famílias.

"Os mortos e feridos do ataque são um duro golpe à família das Nações Unidas e aos parceiros locais. Perdemos pessoas motivadas, brilhantes e desinteressadas, que trabalhavam só pelo bem da Nigéria e do mundo", acrescentou.

A diretora local afirmou ainda que a ação não trará desalento ao organismo no cumprimento de suas atividades na Nigéria.

Ao menos 23 pessoas morreram no atentado suicida que devastou parte da sede da ONU na capital da Nigéria, Abuja, em um ataque atribuído ao grupo radical islâmico Boko Haram, que tenta impor a Sharia na Nigéria e nos últimos meses realizou várias ações.

Cerca de 150 milhões de habitantes, com ao menos 200 grupos tribais, a Nigéria, o país mais povoado da África, sofre constantes tensões por diferenças políticas, religiosas e territoriais entre suas comunidades.

A secretária-geral adjunta da ONU, Asha-Rose Migiro, denunciou um ataque "contra a humanidade" durante uma visita ao prédio neste domingo.

"É um ataque contra a paz mundial e contra a humanidade, porque os que trabalham aqui procedem de diversos países", declarou a funcionária.

Na sexta-feira, um terrorista avançou com um carro-bomba contra a entrada do prédio da ONU e provocou uma grande explosão.

Fonte: EFE

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Liga Árabe decide enviar missão emergencial à Síria

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O Conselho da Liga Árabe decidiu enviar uma missão urgente à Síria liderada por seu secretário geral, Nabil al Arabi, para transmitir às autoridades sírias uma iniciativa para solucionar o conflito vivida pelo país.

Mediante um comunicado divulgado neste domingo, a organização pan-árabe expressou sua "preocupação" e "indignação" pelos fatos na Síria, onde o regime de Bashar al Assad está reprimindo com violência os protestos iniciados em março passado, o que deixou milhares de mortos.

Apesar de não dar detalhes em que vai consistir a proposta árabe para solucionar o conflito, a organização destaca a necessidade de "pôr fim ao derramamento de sangue e recorrer à razão antes que seja tarde demais".

Além disso, defende o respeito as aspirações do povo sírio em relação às reformas políticas, econômicas e sociais que reivindica.

"A estabilidade da Síria é um pilar fundamental da estabilidade no mundo árabe", assinala o texto, acrescentando a decisão do Conselho de manter suas sessões abertas ao desenvolvimento dos próximos eventos no país.

Fontes da Liga Árabe disseram que o Conselho acertou tomar formar uma comissão ministerial presidida por Omã e integrada por representantes de Jordânia, Tunísia e Qatar, além do secretário-geral da organização, que deverão ir a Damasco em caráter de urgência.

Fonte: EFE

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sábado, 27 de agosto de 2011

Um olhar sobre a Líbia Pós-Kadhafi

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A situação líbia pós-kadhafi tende a levantar incertezas quanto aos acordos e contratos firmados antes da queda do regime do ditador líbio. Entre os países mais afetados pela queda do ditador temos a Rússia encabeçando a lista, seguida de China e Brasil, estados que se abstiveram na votação da resolução 1973 que determinou a “Zona de exclusão aérea” sobre a Líbia.


A Rússia teve suspensos contratos de ordem superior aos 4 bilhões de dólares após a aprovação das sanções pelo Conselho de Segurança da ONU. Em sua grande parte contratos na área de defesa. Com a ascensão dos rebeldes ao poder é previsível que haja mudanças nas relações externas do país, principalmente com relação aos estados que de certa forma apoiaram o ditador mesmo que de forma indireta, embora os líderes do CNT neguem qualquer tipo de medida retaliatória aos países que se abstiveram no apoio á sua causa. Realmente é factível, assim como é fato que países como França, Reino Unido, Suécia, EUA e os demais envolvidos nas operações de apoio ao CNT , obterão uma condição privilegiada nos acordos e tratados a serem estabelecidos pelo novo governo, principalmente com a reabertura do mercado líbio.


Olhando no âmbito comercial, temos ai uma grande chance para que a França consiga emplacar sua primeira exportação do caça Dassault Rafale, que durante as operações sobre a Líbia demonstrou suas plenas capacidades, tendo sido esta bem sucedida operação uma excelente vitrine para o mercado internacional de caças. Outro estado que sai com vantagem nesta transição é o Reino Unido que possui grande interesse na prospecção de petróleo em território líbio.


Analisando agora as relações Brasil – Líbia, temos uma série de fatores que podem prejudicar o nosso sucesso nas relações com a Líbia pós-Kadhafi, a começar pelo bom relacionamento que possuíamos com o regime, somando a nossa abstenção na votação da Resolução 1973 e mais recentemente nossa posição em relação ao reconhecimento do CNT como sendo o novo governo líbio. Em relação ao mercado líbio, os principais afetados podem ser as empreiteiras brasileiras que possuem um longo histórico na Líbia, e de forma muito limitada a Petrobrás. Embora eu acredite que o Itamaraty possa em um curto espaço de tempo contorna essa situação e recuperar o prestígio em nossas relações bilaterais.


Em resumo, o Líbia esta em uma fase transitória na qual pouco podemos prever quanto ao seu futuro político, obtendo apenas uma previsão superficial em relação ao novo governo e sua posição em relação ao mundo após o baixar das cortinas do regime de Kadafi.

Por: Angelo D. Nicolaci – Editor do GeoPolítica Brasil, cursa Relações Internacionais pela Universidade Candido Mendes, observador das questões Norte-Africanas e Oriente Médio, Consultor e Assessor para mercado de defesa no Brasil.


Fonte: GeoPolítica Brasil

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Programa espacial brasileiro teve início promissor, mas esbarra em metas ambiciosas e recursos escassos

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No final da década de 1970, o Brasil reunia boas condições para desenvolver competência e tecnologia no setor espacial. Três décadas depois, esse patrimônio encontra-se em risco.

Havia o embrião de uma indústria implantado em São José dos Campos (SP) pela aeronáutica, do qual nasceria a Embraer. Tinha como vizinhos centros de excelência em pesquisa aplicada como o Instituto Tecnológico de aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Naquele bom momento, o país formulou o programa ambicioso da Missão Espacial Completa Brasileira. Em 1979, previa lançar quatro satélites construídos pelo braço civil do programa a bordo de foguetes nacionais, sob responsabilidade da aeronáutica.

Três décadas depois, constata-se que só os satélites decolaram, de fato, mas carregados por lançadores estrangeiros. Cinco foram postos em órbita pelo Inpe, em colaboração com a China. O projeto de um Veículo Lançador de Satélites (VLS) resultou em três tentativas fracassadas; na terceira, em 2003, pereceram 21 técnicos e engenheiros na explosão do foguete na base de Alcântara (MA).

O governo Itamar Franco, a fim de aplacar restrições, sobretudo dos EUA ao fornecimento de equipamentos passíveis de aplicação militar (mísseis), criou um órgão civil para gerir o programa, a Agência Espacial Brasileira (AEB).

Depois disso, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, firmou bilionária parceria com a Ucrânia para desenvolver um lançador comercial, o Cyclone-4. O foguete seria usado para explorar as vantagens geográficas de Alcântara, que, próxima do Equador, permite economizar até 30% de combustível.

O Cyclone-4 ainda está no chão, com lançamento adiado de 2010 para 2013. Só conseguirá pôr em órbita satélites de até duas toneladas, quando alguns artefatos chegam a quatro. Clientes americanos são 80% do mercado, mas não poderão usar Alcântara porque o Congresso não ratificou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado com os EUA em 2000.

Em retrospecto, percebe-se que o programa espacial brasileiro enveredou por várias direções, com muita ambição e parco investimento -menos de R$ 150 milhões por ano, em média, desde 1980, diz a revista "Pesquisa Fapesp".

O orçamento foi de R$ 326 milhões em 2010. Estima-se que só o componente de satélites demandaria R$ 500 milhões anuais para sair da média modesta de um artefato lançado a cada quatro anos. Índia e China aplicam cinco a sete vezes mais no setor.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, cogita relançar o programa com uma inovação institucional: fundir a AEB e o Inpe, unificando o braço civil. Com as restrições orçamentárias, contudo, será necessário ousar mais e arbitrar prioridades, decidindo, por exemplo, se faz sentido manter o plano de um VLS em paralelo com o Cyclone-4.


Fonte: Folha

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Nações Unidas analisam envio de força policial à Líbia

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A comunidade internacional poderá se ver obrigada a enviar rapidamente uma força policial à Líbia, onde circula um número elevado de armas de pequeno calibre, declarou nesta sexta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Ban manifestou também seu desejo de que melhorassem as relações entre a União Africana (UA) e o Conselho Nacional de Transição (CNT), que representa a rebelião líbia. A UA mantém sua rejeição a reconhecer o CNT, cujos partidários controlam a maior parte do país e da capital, Trípoli, apesar de os combates ainda não terem cessado.

O secretário da ONU dirigiu-se à imprensa após ter participado de uma videoconferência sobre a Líbia junto a representantes da UA, da União Europeia, da Liga Árabe e da Organização da Conferência Islâmica.

"Há uma urgente necessidade de colocar fim ao conflito e de reestabelecer a ordem e a estabilidade. Estamos todos de acordo que se as autoridades líbias pedirem, devemos estar prontos para ajudá-las a organizar uma força policial, considerando que o país está cheio de armas de pequeno calibre", disse.

Indicou que o número de policiais necessários não tinha sido ainda decidido e que haverá outras discussões a esse respeito durante uma reunião sobre a Líbia prevista para 1º de setembro em Paris. Nessa ocasião, Ban se reunirá com o chefe do CNT, Mustafah Abdel Jalil.

Afirmou também que recomendará em breve ao Conselho de Segurança o envio "urgente" de uma missão da ONU na Líbia.

Fonte: AFP

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O passado da Rússia não é indicativo do futuro do país

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Os russos às vezes dizem que é impossível prever qualquer coisa em seu país, até mesmo o passado. Os heróis de uma era são magicamente apagados da era seguinte. Os avanços ousados de um líder são tachados de esquemas insensatos pelos líderes seguintes. Como escreveu Boris Pasternak certa vez, muitas vezes é difícil distinguir vitórias de derrotas.

Esse caleidoscópio histórico em constante mutação é válido para o putsch fracassado do Partido Comunista de linha dura, em agosto de 1991, que levou rapidamente ao desmoronamento da União Soviética, alguns meses mais tarde. Nos últimos 20 anos, aqueles acontecimentos devastadores que levaram à desintegração de um império, uma economia, uma ideologia e um regime político vêm suscitando controvérsia incessante. Vêm sendo interpretados e reinterpretados interminavelmente na Rússia, sendo vistos como motivo de comemoração, desespero, revolta, desilusão ou vergonha.

Para alguns russos, mais notadamente para Boris Ieltsin, o primeiro líder russo pós-comunista, a implosão da União Soviética foi uma libertação, tanto para os povos da Rússia quanto para os outros 14 países que emergiriam dos escombros do império soviético. O colapso de 74 anos de governo do Partido Comunista abriu o caminho para a emergência de uma sociedade, uma economia e um sistema político mais livres e também ajudou a entrincheirar Ieltsin no poder.

Mas o sucessor deste, Vladimir Putin, mais moldado por uma visão de mundo típica da KGB, chegou a uma conclusão diferente depois de analisar aqueles acontecimentos e o caos que se seguiu a eles. Para Putin, a implosão do poder soviético foi "a maior catástrofe geoestratégica do século 20", deixando a Rússia como a humilhada e empobrecida parte restante de uma superpotência que, no passado, rivalizara com os Estados Unidos. Não surpreende que sua Presidência tenha sido tão marcada pela preocupação de restabelecer o poder do Kremlin e reafirmar a esfera de influência da Rússia no exterior.

O presidente atual da Rússia, Dmitri Medvedev, 45 anos, parece fazer uma avaliação mais nuançada de 1991. Em entrevista que concedeu ao "Financial Times" em junho, ele rejeitou o parecer de Putin, dizendo que a guerra civil pós-revolucionária de 1917-23 e a Segunda Guerra Mundial, que, juntas, mataram dezenas de milhões de pessoas, foram desastres muito piores para a Rússia.

Medvedev descreveu sua geração como sendo "a mais feliz" da nação, porque conheceu na pele as carências de bens dos tempos soviéticos, mas é suficientemente jovem para ter podido beneficiar-se das oportunidades da era pós-comunista. "Ficou muito feliz por ter vivido nessas duas épocas", disse ele. "Acredito que tudo o que aconteceu representa progresso indiscutível para o país e o povo."

No Ocidente desenvolveu-se uma narrativa muito mais simples sobre o colapso soviético. Para a maioria das pessoas, o desaparecimento do "império do mal" foi visto como uma bênção incondicional, reduzindo o perigo de o mundo acabar em uma conflagração nuclear e oferecendo a atração de um dividendo da paz.

No entanto, a queda do principal rival ideológico dos Estados Unidos provocou abalos posteriores. Incentivou o triunfalismo do tipo "fim da história", segundo o qual os mercados livres e a democracia liberal eram os pontos culminantes da evolução política e econômica do homem. Esse húbris ideológico contribuiu para o fundamentalismo de mercado que levou à derrocada financeira de 2008.

Os historiadores ocidentais também começaram a reinterpretar 1991. Uma das análises mais interessantes vem sendo a de Stephen Kotkin, que, em "Armageddon Averted" (Armageddon evitado), argumentou que o colapso soviético não terminou em 1991, mas prosseguiu ao longo da década, atrapalhando e desacreditando as reformas.

Algumas das instituições do Estado soviético morto continuaram a dar sinais de vida durante anos, frustrando as tentativas ocasionais de Ieltsin de criar algo que se assemelhasse a uma economia de livre mercado ou uma democracia. O imenso complexo industrial militar soviético, construído com indiferença perversa a qualquer espécie de lógica industrial, também revelou-se um ônus enorme à economia.

Kotkin argumenta que, em vista desta escala de desorganização política, econômica e social, é altamente espantoso que o caos da Rússia nos anos 1990 por mais que o país tenha parecido tumultuado na época não tenha sido infinitamente pior. O Armageddon foi evitado de fato. Mas não são apenas as consequências de 1991 que vêm suscitando controvérsia; suas causas também continuam a ser largamente discutidas. Um aspecto do colapso soviético que provoca perplexidade é por que ele não foi mais amplamente previsto de antemão, dado que, visto em retrospectiva, ele parecia tão inevitável.

Como estudante de pós-graduação em política soviética, me recordo de ter assistido a uma conferência em Londres, em 1986, que teve a presença de muitos kremlinólogos destacados. Um participante perguntou se a União Soviética cairia ainda durante nossas vidas. Ainda me recordo das gargalhadas incrédulas: o Partido Comunista era coeso demais, o domínio da KGB era forte demais, os povos soviéticos eram demasiado passivos. Como escreveu em 1995 o veterano diplomata americano George Kennan: "Acho difícil pensar em qualquer acontecimento mais estranho, espantoso e, à primeira vista, mais inexplicável, que a repentina e total desintegração e o desaparecimento do cenário internacional ... da grande potência conhecida sucessivamente como o Império Russo e depois como a União Soviética."

Nosso fracasso constante em prever os fatos na Rússia deveria nos ensinar mais humildade quando se trata de imaginar o futuro do país. É perigosíssimo supor que o futuro da Rússia será meramente uma extrapolação de seu presente.

No início dos anos 1990 era comum ouvir russos lamentarem que seu país precisaria de 40 anos no deserto para conseguir despir-se de sua mentalidade de escravo soviético. Estamos apenas na metade desse caminho. Quem sabe como o país vai evoluir?

Não é apenas o passado que é imprevisível.

Por: John Thornhill - ex-diretor da sucursal do "Financial Times" em Moscou

Fonte: Financial Times

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Prejuízos do Irene já chegam a US$ 1,1 bi, e devem subir

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O furacão Irene destruiu até 1,1 bilhão de dólares em patrimônios cobertos por seguro durante sua passagem pelo Caribe, disse na sexta-feira a empresa de avaliação de catástrofes AIR Worldwide, e mais prejuízos são esperados com a passagem da tempestade pelo nordeste dos EUA.

Embora ninguém saiba ao certo onde o Irene irá atingir a costa norte-americana nem com que força, na sexta-feira parece haver certeza que Filadélfia, a costa de Nova Jersey, a cidade de Nova York, Long Island e grandes trechos de Connecticut, Rhode Island e Massachusetts serão atingidos.

Os prejuízos cobertos por seguros no Caribe devem ficar entre 500 milhões e 1,1 bilhão de dólares, principalmente nas Bahamas, disse a AIR, um das três empresas usadas pelo setor de seguros para avaliar os impactos de desastres naturais ou humanos.

A AIR já havia alertado que o Irene deveria causar mais estragos nas ilhas do que o furacão Floyd, de 1999, o último a atingir o arquipélago de forma tão direta.

Agora, a grande questão é qual estrago o Irene causará na Costa Leste dos EUA. Algumas estimativas falam em até 4 trilhões de dólares em patrimônio coberto por seguros na rota da tempestade.

Uma análise do blog FiveThirtyEight, que é ligado ao The New York Times e trata de temas estatísticos, mostrou que um furacão da categoria 2 que chegue à costa numa distância de até 160 quilômetros de Nova York pode causar prejuízos de pelo menos 2,15 bilhões de dólares só nessa cidade.

Se o impacto ocorrer a menos de 80 quilômetros, o prejuízo em Nova York pode alcançar 10 bilhões de dólares.

Dependendo do tamanho da tempestade, os prejuízos podem levar a uma estabilização ou aumento no custo dos seguros, após anos de declínio provocado pela forte concorrência no setor e pelo excesso de oferta.

No final da tarde de sexta-feira, no entanto, todos os sinais eram de que o Irene estava se enfraquecendo, contrariando as expectativas iniciais. A AIR disse que aparentemente a tempestade estará na categoria 2 quando atingir a costa das Carolinas, e ficará no limite da categoria 1 ao passar por Long Island na tarde de sábado.

Mas o fato de os ventos serem menos fortes pode ser um falso alívio, disse o diretor de ciência atmosférica da empresa, Peter Dailey, já que a tempestade também está avançando para o norte com maior velocidade do que se previa, e uma coisa pode "compensar" a outra.

A tempestade pode causar problemas também em investidores que detém os chamados "títulos catastróficos", papéis que as seguradoras emitem para transferir seus riscos ao mercado de capitais.

O volume desses títulos com exposição ao risco de furacões nos EUA é de 67 por cento- sendo 506 milhões de dólares em exposição a furacões só na Carolina do Norte, segundo a corretora Guy Carpenter's GC Securities.

Papéis como o Shore Re Ltd, que cobre danos por furacões em Massachusetts, e o Johnston Re Ltd, que serve para furacões na Carolina do Norte, podem ser particularmente arriscados neste momento. A Standard & Poor's disse na sexta-feira que adiará a divulgação de qualquer avaliação para depois da passagem do Irene, mas que o furacão pode fazer alguns papéis entrarem em "observação negativa", caso os danos pareçam graves.

Fonte: Reuters

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