Com a missão de diminuir as vulnerabilidades do sistema de informação do Exército, o general José Carlos dos Santos, responsável pelo Centro de Defesa Cibernética, traça cenários sombrios sobre o trabalho nas fronteiras do país e diz que o Brasil investe bem menos do que o necessário para implementar uma rede segura de proteção a dados sensíveis do governo e das Forças Armadas. Ele diz que a maioria dos hackers consegue penetrar nas redes virtuais devido à falta de cuidados básicos, que os próprios usuários deixam de tomar.
Um dos desafios é colocar toda a rede do Exército em servidores próprios. Hoje, 20% está em serviços tercerizados, a maior parte na Amazônia, um dos locais fundamentais de defesa do território. O Centro de Defesa Cibernética teve R$ 10 milhões em investimentos no ano passado. A previsão é alocar R$ 80 milhões este ano e mais R$ 200 milhões até 2013, quando, espera-se que o sistema esteja em completo funcionamento. O general recebeu o Correio em seu gabinete no Quartel-General do Exército. Veja abaixo os principais pontos da entrevista.
Rede frágil
Uma das nossas prioridades é diminuir essa vulnerabilidade no sistema. Cerca de 80% dos nossos serviços estão hospedados em servidores próprios. Mas ainda tem 20% com a necessidade de contratar outras empresas. Um dos investimentos que estamos planejando é ter em nossos servidores 100% desses serviços de que necessitamos para as operações. São localidades onde não temos uma infraestrutura de telemática instalada. As vezes somos obrigados a contratar um serviço local. Posso citar algumas localidades na Amazônia e no Centro Oeste, por exemplo. E dependemos de contratar canais de empresas privadas para podermos dar acesso a todos os nossos usuários.
Vigilância na fronteira
O Sistema Integrado de Vigilância de Fronteira atua onde há falta de infraestrutura de telemática. E realmente há uma dificuldade de vigilância maior. Nós podemos colocar tropas na fronteira, mas sem uma estrutura de telemática adequada não podemos vigiar completamente os mais de 16 mil km de fronteira. O Exército está adquirindo equipamentos mais modernos para diminuir a vulnerabilidade. Mas isso depende de recursos.
Previsão de melhorias
Não podemos nos comparar às grandes potências econômicas que investem em tecnologia, como por exemplo, a Inglaterra, US$ 1,5 bilhão por ano. Não podemos chegar a essa comparação. Mas não somos, por enquanto, alvos tão compensadores como essas grandes potenciais — Estados Unidos, União Europeia. O Brasil, por sua natureza, é uma nação de índole pacífica que tem sido solicitada em operações de paz da ONU. Sem investimento adequado, nós não teremos a capacidade de dissuasão que o Brasil vai precisar daqui alguns anos.
Investimentos
Eu gostaria que estivéssemos investido muito mais do que nós estamos. O país investe dentro das suas realidades. Eu não estaria sendo sincero dizendo que isso atende todas as nossas necessidades. As primeiras ações de organização do Centro de Defesa Cibernética foram executadas em 2010 com recursos próprios do Exército, cerca R$ 10 milhões. Logicamente, não podemos dar passos maiores do que as nossas pernas. Todas as ações previstas para este ano estão orçadas em R$ 80 milhões. Depois são R$ 100 milhões por ano até 2013.
Legislação específica
Eu acredito que, pela necessidade de proteger os ativos, os serviços essenciais da população, é preciso que alguma regulamentação seja aprovada.
Fonte: Correio Braziliense
Um dos desafios é colocar toda a rede do Exército em servidores próprios. Hoje, 20% está em serviços tercerizados, a maior parte na Amazônia, um dos locais fundamentais de defesa do território. O Centro de Defesa Cibernética teve R$ 10 milhões em investimentos no ano passado. A previsão é alocar R$ 80 milhões este ano e mais R$ 200 milhões até 2013, quando, espera-se que o sistema esteja em completo funcionamento. O general recebeu o Correio em seu gabinete no Quartel-General do Exército. Veja abaixo os principais pontos da entrevista.
Rede frágil
Uma das nossas prioridades é diminuir essa vulnerabilidade no sistema. Cerca de 80% dos nossos serviços estão hospedados em servidores próprios. Mas ainda tem 20% com a necessidade de contratar outras empresas. Um dos investimentos que estamos planejando é ter em nossos servidores 100% desses serviços de que necessitamos para as operações. São localidades onde não temos uma infraestrutura de telemática instalada. As vezes somos obrigados a contratar um serviço local. Posso citar algumas localidades na Amazônia e no Centro Oeste, por exemplo. E dependemos de contratar canais de empresas privadas para podermos dar acesso a todos os nossos usuários.
Vigilância na fronteira
O Sistema Integrado de Vigilância de Fronteira atua onde há falta de infraestrutura de telemática. E realmente há uma dificuldade de vigilância maior. Nós podemos colocar tropas na fronteira, mas sem uma estrutura de telemática adequada não podemos vigiar completamente os mais de 16 mil km de fronteira. O Exército está adquirindo equipamentos mais modernos para diminuir a vulnerabilidade. Mas isso depende de recursos.
Previsão de melhorias
Não podemos nos comparar às grandes potências econômicas que investem em tecnologia, como por exemplo, a Inglaterra, US$ 1,5 bilhão por ano. Não podemos chegar a essa comparação. Mas não somos, por enquanto, alvos tão compensadores como essas grandes potenciais — Estados Unidos, União Europeia. O Brasil, por sua natureza, é uma nação de índole pacífica que tem sido solicitada em operações de paz da ONU. Sem investimento adequado, nós não teremos a capacidade de dissuasão que o Brasil vai precisar daqui alguns anos.
Investimentos
Eu gostaria que estivéssemos investido muito mais do que nós estamos. O país investe dentro das suas realidades. Eu não estaria sendo sincero dizendo que isso atende todas as nossas necessidades. As primeiras ações de organização do Centro de Defesa Cibernética foram executadas em 2010 com recursos próprios do Exército, cerca R$ 10 milhões. Logicamente, não podemos dar passos maiores do que as nossas pernas. Todas as ações previstas para este ano estão orçadas em R$ 80 milhões. Depois são R$ 100 milhões por ano até 2013.
Legislação específica
Eu acredito que, pela necessidade de proteger os ativos, os serviços essenciais da população, é preciso que alguma regulamentação seja aprovada.
Fonte: Correio Braziliense
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