segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nasa retoma design de 1969 em substituta de ônibus espacial


A Nasa finalmente anunciou o substituto de sua frota de ônibus espaciais, que será "aposentada" no dia 20 de julho, quando o Atlantis retorna à Terra.

O chamado MPCV (do inglês Multi-Purpose Crew Vehicle, ou Veículo Multifuncional Tripulado) é a nave do futuro da agência e a aposta para exploração além da órbita baixa da Terra.

No entanto, seu design é uma releitura da nave Apollo, que levou os primeiros homens à Lua em 1969, remetendo ao passado.

Ao contrário dos ônibus espaciais, que chegavam no máximo até o telescópio Hubble, a 600 km da superfície terrestre, o veículo fará viagens de exploração do espaço profundo, podendo chegar até a Marte, de acordo com Dan Huot, porta-voz da Nasa.

"O design externo é muito semelhante ao do Apollo, uma vez que sua cápsula é a melhor forma de reentrar na atmosfera da Terra em alta velocidade."

O porta-voz explica que o interior aproveita os últimos 40 anos de avanços tecnológicos em aviação, computação, segurança e proteção térmica, e que os procedimentos de subida e reentrada serão dez vezes mais seguros do que nos ônibus espaciais.

Com um volume total de aproximadamente 20 metros cúbicos e área disponível para habitação de 9 metros cúbicos, o MPCV deverá ser lançado das bases atuais da agência e poderá pousar no oceano Pacífico, na costa do Estado da Califórnia.

"É muito maior do que o Apollo, com um diâmetro de cerca de 5 m -em comparação aos 3,65 m da nave que levou o homem à Lua", afirmou Huot.

O MPCV carregará até quatro astronautas em viagens com autonomia de até 21 dias.

De acordo com a Nasa, os testes com o novo veículo já começaram. "Já está em fase de teste há algum tempo e continuará com voos em órbita não tripulados até 2013", informou o porta-voz.

Um dos mais significativos ocorreu em maio, quando as funções do sistema de escape da tripulação durante o lançamento foram examinadas durante um voo real.

Mas os testes com tripulação em órbita não devem acontecer antes de 2016, segundo a agência espacial.

Após essa fase, as missões serão planejadas para 2019 ou 2020, mas ainda não há uma data definida para o MPCV entrar em operação.

A nave vai responder aos anseios do programa espacial dos Estados Unidos, que nesse intervalo de tempo vai depender de "caronas" da nave espacial russa Soyuz para levar e buscar os seus astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional).

Mas por pouco tempo, segundo o porta-voz.

"No futuro, nosso principal transporte para a ISS e operações em órbita baixa terrestre será feito por meio de parceiros comerciais, que estão desenvolvendo seus próprios sistemas de lançamento e naves espaciais."

Fonte: Folha
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