quinta-feira, 21 de julho de 2011

Irã diz ter abatido avião dos EUA espionando instalação nuclear



O Irã disse nesta quarta-feira que abateu um avião de espionagem sem tripulação dos Estados Unidos sobre a sua instalação nuclear de Fordu, um dia depois de o país confirmar a instalação de uma nova geração de centrífugas de enriquecimento de urânio.

"Um avião de espionagem não-tripulado dos Estados Unidos que voava sobre a cidade sagrada de Qom, perto da instalação de enriquecimento de urânio de Fordu, foi abatido pelas unidades de defesa aérea da Guarda Revolucionária", disse o deputado Ali Aghazadeh Dafsari ao Clube dos Jovens Jornalistas, ligado à TV estatal iraniana.

"O avião estava tentando coletar informações sobre a localização da instalação", disse ele, sem dar mais detalhes nem informar quando o incidente aconteceu.

A instalação nuclear de Fordu foi construída sigilosamente dentro de uma montanha fortificada, perto de Qom. O Irã só admitiu sua existência depois de o local ser identificado por agências ocidentais de inteligência, em 2009.

Na terça-feira, a chancelaria iraniana deu a entender que confirmava o teor de uma reportagem divulgada na semana passada pela "Reuters", mostrando que o Irã estava instalando mais dois modelos avançados das centrífugas usadas para refinar urânio.

O urânio enriquecido, dependendo do seu grau de pureza, pode ser usado como combustível de usinas nucleares, ou na produção de armas atômicas. Governos ocidentais acusam o Irã de ter intenções bélicas secretas, mas Teerã diz que seu objetivo é apenas gerar energia com fins pacíficos.

Em janeiro, o Irã já havia anunciado o abate de dois aviões ocidentais de reconhecimento, não-tripulados, no golfo Pérsico. O Pentágono negou a notícia, mas admitiu que alguns aviões de espionagem haviam caído no passado, por problemas mecânicos.

Os Estados Unidos e Israel não descartam o uso da força militar para destruir instalações nucleares iranianas, e Teerã alerta que reagiria atacando o Estado judeu e alvos norte-americanos na região do Golfo.

Analistas dizem que a retaliação iraniana poderia vir também pelo fechamento do estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 40% do petróleo comercializado no mundo.

Fonte: Reuters
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