sábado, 30 de julho de 2011

EUA buscam conselho do Brasil sobre América Latina, diz militar americano



Os militares dos EUA buscam o aconselhamento e o ponto de vista do Brasil em sua relação com a América Latina, afirma o vice-chefe do Comando Sul das Forças Armadas americanas, Joseph Kernan.

Baseado na Flórida, o SouthCom é responsável pelas atividades militares dos EUA na América Central e do Sul. Vice-almirante, Kernan, 56, fez carreira nos SEAL, as equipes de operações especiais da Marinha, e foi o primeiro comandante da Quarta Frota após sua recriação, em 2008, que provocou reações negativas na região.

Ele assumiu o posto atual em maio, depois de trabalhar em Washington como assessor do ex-secretário da Defesa Robert Gates. Kernan esteve no Brasil com a equipe que participou dos Jogos Mundiais Militares. Durante a viagem, reuniu-se com oficiais no Rio e em Brasília.

Na entrevista à Folha, destacou a "importância crescente" do Brasil e a importância que os EUA dão à relação bilateral. Abaixo, os principais trechos.

RELAÇÃO BILATERAL

"Nos anos recentes, tudo está em ritmo ascendente com o Brasil. O presidente Obama visitou [o país], o comandante do SouthCom está vindo no próximo mês. Tudo isso é baseado na forte relação histórica entre nossos países, na importância do Brasil para a região e na importância crescente do Brasil no ambiente global."

ACONSELHAMENTO

"Respeitamos o fato de que o Brasil deve buscar e promover relações com todos os países na região. Reconhecemos que isso é importante. Na verdade, é benéfico para nós. Procuramos aconselhamento e o ponto de vista do Brasil. Entendemos o quão importante é a relação estratégica, de longo prazo e duradoura, e esse entendimento deve transcender os altos e baixos."

MILITARES NO HAITI

"No Haiti, quando estive lá para ajudar nos esforços de socorro depois dos múltiplos furacões de 2008, nós nos subordinamos em termos de segurança à Minustah [força de paz da ONU, comandada pelo Brasil].

Eles entendiam claramente as necessidades de segurança dada a sua presença contínua. Pedimos que cuidassem de nossa segurança, enquanto nossa missão providenciava a entrega de ajuda humanitária com nossas capacidades logística, médica e de engenharia.

Tínhamos helicópteros pesados e embarcações anfíbias para desembarcar suprimentos e pessoas, enquanto a Minustah fornecia a segurança. Tratou-se de reconhecer que outros tinham mais conhecimento do que nós, e não de se preocupar com quem estava liderando ou no comando de esforços que precisavam ser complementares."

QUARTA FROTA

"Quando no comando da 4ª Frota, eu tinha um oficial naval brasileiro que participava de muitas das atividades unilaterais e multilaterais em que estávamos envolvidos. Ele era um consultor valoroso em relação a todos os nossos exercícios militares e atividades na região.

Eu lhe delegava responsabilidades que iam além da definição convencional de "oficial de ligação". Ele era essencialmente um participante vital e competente de minha equipe."

DIFERENÇAS

Uma das razões pelas quais acredito que fui escolhido para comandar a frota foi o entendimento de que as pessoas de Operações Especiais acreditam na importância de construir relações com pessoas e militares de outros países.

Durante nossas carreiras, passamos uma enorme parte do tempo trabalhando em colaboração com contrapartes. Aprendemos a entender e valorizar a diversidade cultural e étnica. A compreensão de que nem todo mundo pensa como nós, e tem uma perspectiva diferente mas importante, com a qual podemos aprender, é vital."

Fonte: Folha
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1 comentários:

  1. Não acredito que tenha tido alguma influência na tomada de decisão. Franklin Delano Roosevelt e o Exército americano não desejavam combater brasileiros. Em vez disso, temiam que a Alemanha, após assegurar o norte da África, lançasse um ataque no Nordeste brasileiro e que as comunidades alemãs e italianas no Sul se revoltassem em apoio ao esforço alemão. A vitória alemã contra a França e o ataque aéreo à Grã-Bretanha assustaram todo mundo.

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