A OTAN dá mais um passo em sua estratégia para derrubar Kadhafi, como noticiado pelos principais jornais no mundo, a França forneceu armamento aos rebeldes que lutam contra o governo Líbio.
Vamos traçar uma breve linha do desenrolar dos fatos que culminaram nesta minha postagem. Primeiro, após a onda de manifestações no que o ocidente intitulou “Revolução Árabe”, ou “Crise no Oriente Médio”, um grupo insurgente líbio iniciou a insurreição nos bastiões da resistência, á saber Benghazi, Derna e Tobruk , já conhecidos de longa data quando há algumas décadas estes grupos financiados pelos EUA e seus aliados ensaiaram um levante sem sucesso contra o governo de Kadhafi. O grupo iniciou uma onda de ataque contra as tropas do governo, sob a bandeira de manifestantes, algo que logo nas primeiras imagens ficou claro se tratar de um golpe contra o governo líbio, que reagiu energicamente na repressão.
Quero deixar aqui um ponto importantíssimo para que possamos ter uma visão real do que se passa na Líbia, a Carta das Nações Unidas defende que o Estado Soberano utilize dos meios que se façam necessários para garantir sua integridade institucional, algo que ficou claro quando “manifestantes” atacaram órgãos representantes do Estado Líbio com fuzis e granadas, armas classificadas como instrumentos de guerra, dando com isso a legalidade para que Kadhafi lança-se suas tropas para conter o movimento rebelde.
Segundo, em momento algum houve qualquer prova de desrespeito aos direitos humanos pelas tropas leais ao governo, uma vez que, ao contrário do divulgado pela grande mídia global, o governo realizou bombardeios contra seus próprios paióis de armamento nas cidades tomadas pelos insurgentes a fim de evitar que tais armas caíssem nas mãos destes criminosos. Posteriormente foram realizados ataques de artilaria contra posições rebeldes nas cidades ocupadas.
Terceiro, Kadhafi após apelo internacional tentou estabelecer cessar fogo, porém o mesmo foi rompido pelos rebeldes, sendo revidados pelo governo Líbio, que por conseguinte foi acusado pela ONU de atacar “civis inocentes”. Daí presenciamos uma forte pressão européia e americana para aprovar sanções contra o governo líbio e autorizar uma ação militar orquestrada pela OTAN, sob a prerrogativa de “ajuda humanitária” e “salvaguarda de civis”. Estabeleceu-se então uma zona de exclusão aérea.
Antes de passar ao próximo ponto, vamos aqui esclarecer o que seria uma zona de exclusão aérea. Esta zona trataria teoricamente de uma área a ser demarcada no mapa, onde qualquer aeronave militar seria proibida de sobrevoar, sob pena de ser abatida em caso de violação desta zona. Tal missão não tem qualquer prerrogativa para ataque a tropas terrestres, uma vez que a zona é de exclusão aérea e não zona desmilitarizada, até pelo fato que, caso se institui-se uma zona desmilitarizada, os rebeldes também deveriam respeitar tal área. Outro fator importante de se salientar é que tal missão em teoria não explicita atacar bases fora da zona de exclusão ou
prédios do governo.
Quarto, foi posteriormente divulgado que semanas antes do início das hostilidades na Líbia, representantes do grupo rebelde e um de seus líderes que residia há mais de 20 anos nos EUA, se reuniram secretamente em Paris com membros da inteligência daquele país.Demonstrando assim claramente se tratar de uma ação orquestrada pelos interesses ocidentais.
Quinto, após um longo período de bombardeios ás tropas leais ao governo de Kadhafi, ficou claro ao estrategistas da OTAN que os rebeldes não possuem capacidade de vencer as tropas legais apenas com o apoio aéreo, a OTAN passou a atacar zonas civis de Trípole a fim de neutralizar o governo, bombardeando onde possivelmente estaria Kadhafi, com isso vitimando em um desses ataques criminosos, filhos e netos do governante Líbio. Ainda observamos um aumento exponencial de vítimas desta guerra após a entrada da OTAN, que supostamente entrou para salvar vidas, tem matado mais do que protegido com suas bombas e munições “sujas”, conforme denunciamos aqui constantemente.
A penúltima medida foi condenar Kadhafi no TPI, para assim dar legalidade ao assassinato do mesmo em uma provável ação da OTAN, que como bem sabemos é expert em despejar bombas a esmo, como no Iraque, Afeganistão e outros exemplos do passado recente.
Hoje vemos a França fornecer armas e mísseis a estes rebeldes como forma de tentar finalmente derrubar o governo Líbio representado por Kadhafi, que embora seja ignorado pela comunidade internacional, possui apoio da grande maioria da população líbia, tendo mesmo levado o país á uma extraordinária posição nos índices de desenvolvimento humano e social nas últimas décadas.
Agora eu convido o amigo leitor a tirar suas próprias conclusões, para isso peço porém que leia o histórico de todas as notícias que postamos aqui, traçando assim um panorama real do que se passa naquela nação.
Angelo D. Nicolaci
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