Fazem mais de vinte anos desde que a Marinha dos EUA obteve uma expressiva arma em caso de guerra. Na década de 1970 e 1980 a Marinha Soviética produziu uma série de grandes navios de superfície para contrapôr a Marinha dos EUA. Havia um grande número de classes de destroyers e até mesmo cruzadores da classe Kirov de propulsão nuclear. Em seguida, houve vários porta-helicópteros da classe Moskva, porta-aviões Kiev e Tbilisi / Admiral Kuznetsov. No seu auge, a Marinha soviética possuía mais de sessenta grandes navios de superfície. Hoje esse número foi reduzido para cerca de 28 e sem porta-aviões.
Agora a China está oferecendo a Marinha dos EUA a oportunidade de praticar suas estratégias de observação e combate. Segundo relatos de Westpac, a China enviará seu primeiro porta-aviões para realizar testes no mar na próxima semana. É também um velho navio, o Varyag, um porta-aviões da era soviética que estava em construção quando o "Império do Mal" entrou em colapso há vinte anos. Sua construção estava parcialmente concluída no cais por anos antes de a Marinha da China fazer uma proposta por ele. Lá ele permaneceu ainda por alguns anos, enquanto Pequim e Moscou discutiam os planos de construção, o preço e quem faria o trabalho restante para concluir o navio. Finalmente, em 2000, foi rebocado para o porto chinês de Dalian, onde foi submetido a reconstrução e armamento desde então.
Aparentemente, o ex-Varyag, agora teria sido nomeado Shi Lang, está pronto para sua festa de debutante. O porta-aviões chinês é um grande navio, mais de 900 pés. Que vai incorporar aeronaves de decolagem e aterrissagem convencional. O principal candidato para este papel é o J-15, inspirado no caça Sukhoi Su-33 naval russo. O J-15 também pode incluir aviônicos e equipamentos do J-11B, que é baseado no russo Su-27. Além disso, há relatos de que a China está desenvolvendo o J-18 Red Eagle, uma aeronave de decolagem e aterrissagem curta/vertical (VSTOL). O que ainda é obscuro são os planos de desenvolvimento de aeronaves de apoio que são necessários para a condução de operações aéreas.
Parece que a China não apenas comprou um ex-porta-aviões soviético, mas significativamente, ela comprou a visão de uma potência mundial crescente exigindo para tanto uma Marinha de água azul. No processo, a União Soviética perdeu enormes recursos criando forças navais que foram praticamente irrelevantes política e militarmente. Já a China, como a União Soviética / Rússia é uma potência continental. Mesmo com uma economia em crescimento, Pequim não terá os recursos para construir a curto prazo uma força aérea eficaz e uma marinha de água azul.
Além disso, a implantação de um porta-aviões, mesmo com um complemento de aeronaves de ataque não é a mesma coisa que ter um grupo de ataque operacionalmente eficaz. A Marinha chinesa terá que desenvolver a capacidade de fornecer defesa aérea contra mísseis de 360º, uma frota de ASW, um sistema de coordenação ar / mar e uma frota de submarinos SSN. Onde seria equivalente a marinha chinesa ao sistema Aegis de defesa aérea, ou ao E-2D de vigilância aérea e C2 ou aos SSN da Classe Los Angeles?
A realidade é que a Marinha dos EUA deve saudar o esforço chinês para criar a sua própria marinha de águas azuis. A Marinha dos EUA tem uma história de setenta anos de capacidade de engajar e destruir frotas de superfície hostil. O nome Shi Lang também pode ser traduzido como "alvo grande e gordo".
Fonte: Defense & Professional
tradução e Adaptação: Angelo D. Nicolaci
Nota do Blog: Este artigo de origem americana demonstra o quanto os americanos ainda subestimam as capacidades e o vertiginoso desenvolvimento chinês, como bom observador e atento analista, acredito que dentro de poucos anos veremos uma China muito bem equipada e superando em larga escala as projeções dos ditos especialistas americanos. Claro que não vejo a China como uma super potência militar nos moldes americanos, mas com potencial suficiente para impôr sua posição no mundo.
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