O Paquistão pediu aos Estados Unidos que abandonem uma base aérea situada em seu território que supostamente é usada pelos americanos para lançar seus ataques de aviões espiões contra a insurgência, informou nesta quinta-feira a imprensa paquistanesa.
"Dissemos a eles que abandonem a base aérea", manifestou ontem a um grupo de jornalistas o ministro da Defesa paquistanês, Ahmed Mukhtar, segundo a agência estatal de notícias "APP".
O ministro indicou que em breve a base será "desalojada", segundo a versão publicada hoje pelo diário paquistanês "Dawn".
A remota base de Shamsi, situada na província sudoeste do Baluchistão, foi objeto de especulações durante os últimos meses, incluindo a versão de que na realidade estaria sob o controle dos Emirados Árabes Unidos.
Em abril, fontes de inteligência paquistanesa disseram à imprensa que os militares americanos já haviam abandonado esta base, utilizada pelos aviões não tripulados para reabastecer e decolar para atacar alvos insurgentes.
Nem EUA nem Paquistão admitem em público a existência do programa de aviões não tripulados na fronteira.
Apesar de todo o segredo que envolve a base aérea de Shamsi, é evidente que os EUA não necessitam mantê-la para continuar lançando ataques com mísseis contra alvos insurgentes e da rede terrorista Al Qaeda.
As relações entre Paquistão e EUA se deterioraram de forma extraordinária este ano devido ao caso do espião americano que matou dois paquistaneses em janeiro e sobretudo após a operação militar americana que terminou por matar Osama bin Laden, em 2 de maio, na cidade de Abbottabad, nos arredores de Islamabad.
Na mesma conversa com os jornalistas, o ministro da Defesa paquistanês admitiu que há um "déficit de confiança" com Washington que deve ser reduzido através de ações conjuntas.
Os aviões espiões são um dos motivos de divergência, já que o Paquistão frequentemente critica em público os EUA por estes ataques.
Fonte: EFE
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