Além de destacar "a consolidação da região como um dos mercados mais atraentes em nível mundial", os presidentes comprometeram-se a "impulsionar o desenvolvimento econômico com inclusão social, através da redução da pobreza", destaca o texto final.
Os chefes de Estado destacaram a necessidade de que o bloco reflita sobre "a forma com a qual enfrentará as oportunidades e desafios que a transformação do cenário internacional apresenta".
Os presidentes dos países do Mercosul também uniram forças para fortalecer o bloco ante a invasão de produtos provenientes de países como China, que buscam mercados em expansão.
"Novos ventos sopram em nossa região e isso é muito positivo, o crescimento incrível do Paraguai em 2010 (de 15%) foi acompanhado de avanços nos outros países (do bloco). (...) Temos que comemorar, mas resta muito a ser feito", destacou a presidente Dilma Rousseff, em seu discurso na cúpula de presidentes.
"Com o excepcional crescimento da região (durante 2010), países de fora buscam vender" e "devemos estudar mecanismos comunitários para reequilibrar a situação", destacou a presidente, que citou a necessidade de tomar medidas concretas durante a presidência temporária do Uruguai, que assume nesta quarta-feira.
Nesse sentido, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que os países do Mercosul devem preservar seus mercados e evitar que sejam "invadidos por produtos de países que não têm a quem vender", como os Estados Unidos, os países europeus e asiáticos.
Segundo Dilma, o grupo também deve analisar a forma de se relacionar com outros países. "É importante concluir as negociações de acordo de associação com a União Europeia", e também "fortalecer as negociações sul-sul", disse.
Por sua vez, o presidente uruguaio, José Mujica, chamou o bloco a "construir economias complementares" e criar uma "autodefesa" frente à entrada de produtos provenientes do exterior.
"É lógico que aumentar e assegurar nossos mercados é decisivo", destacou, ao afirmar que os governos devem "garantir a institucionalidade do Mercosul, já que é a porta de entrada para o crescimento".
A esse respeito, o chanceler Antonio Patriota afirmou que serão iniciadas negociações com Bolívia e Equador para integrá-los como membros plenos do bloco.
Em representação da presidente argentina, Cristina Kirchner, o ministro de Relações Exteriores do país, Héctor Timerman, destacou que o Mercosul deve continuar analisando mecanismos para aprofundar o processo de integração entre os países e o "desenvolvimento equilibrado de todos os seus membros".
Por sua vez, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, aproveitou o encontro para pedir a eliminação "de barreiras de toda índole" e garantir "a livre circulação de bens e mercadorias".
Nesse sentido, durante o encontro, foi criado um grupo de alto nível para supervisionar a eliminação da dupla cobrança do Tarifa Externa Comum (TEC), que deve entrar em funcionamento em 1º de janeiro de 2012, mas que para sua implementação ainda falta definir elementos práticos e técnicos.
O comércio entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai encerrou o ano passado com um volume de 44,55 bilhões de dólares, e as autoridades prevêem que o grupo cresça 5% em 2011.
Mas para que esse crescimento se concretize, o bloco deve estimular as cadeias produtivas, agregar mais valor aos produtos locais e investir em setores estratégicos, como o energético, estimou a presidente.
A utilização dos recursos energéticos também foi destacada por Lugo como um ponto fundamental para o desenvolvimento.
"A integração energética é a garantia de avanço econômico do Mercosul. (...) Esta integração não nos garantirá apenas benefícios econômicos, (devemos) iniciar um processo que terá como consequência o desenvolvimento de nossos povos", destacou.
Nesta quarta-feira, Lugo recebeu Dilma, em um encontro durante o qual discutiram os meios para aumentar a integração de ambos os países, informou o principal assessor brasileiro de Relações Internacionais.
Fonte: AFP
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