Quatro foguetes atingiram nesta terça-feira a cidade líbia de Misrata, mostrando que o reduto rebelde continua ao alcance da artilharia do ditador Muammar Gaddafi.
O ataque não deixou feridos, mas abalou a sensação de relativa segurança da população, que acreditava que o cerco a Misrata havia terminado desde que rebeldes expulsaram as forças governistas em meados de maio.
"Todos estão preocupados. Não sabemos mais aonde ir. Só quando eu morrer estarei seguro", disse Mohammed Mabrouk, que vive perto de uma das duas casas atingidas. Os outros dois foguetes caíram em terrenos baldios.
Nas últimas semanas, os combates se restringem principalmente às periferias a leste e oeste de Misrata, onde o Exército rebelde vem a cada dia sofrendo baixas mais pesadas.
Nesta terça-feira, quatro combatentes rebeldes foram mortos, e outros 60 ficaram feridos em confrontos com as forças governamentais na localidade de Dafniya, a oeste de Misrata, onde os rebeldes já haviam perdido 11 homens na véspera.
Embora contem desde março com o apoio de forças da Otan, os rebeldes têm grande dificuldade em avançar na direção de Trípoli, a capital. Na segunda-feira, uma criança morreu e duas outras haviam ficado feridas pela explosão de um foguete do governo numa casa na periferia de Misrata.
Nas montanhas do oeste líbio, onde os rebeldes conseguiram avanços maiores nas últimas semanas, a Otan realizou quatro bombardeios contra forças governistas nos arredores de Nalut, perto da fronteira com a Tunísia, segundo um porta-voz rebelde. Os soldados de Gaddafi dispararam 20 foguetes contra a cidade, sem deixar feridos.
AÇÃO DA OTAN
A ação da Otan tem causado inquietação entre governos do mundo árabe, da África e de outras regiões, especialmente devido às acusações feitas pela Líbia de que mais de 700 civis já teriam sido mortos em bombardeios da aliança ocidental. No domingo, a Otan admitiu pela primeira vez que suas armas haviam destruído uma casa e matado civis.
Rejeitando os questionamentos sobre a prolongada ação militar, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que seu país participará da campanha da Otan enquanto for necessário.
Em um novo golpe ao regime líbio, os Estados Unidos na terça-feira impuseram sanções a mais nove empresas sob propriedade ou controle do governo líbio, incluindo três bancos. Isso significa uma proibição de transações dos EUA com as companhias afetadas.
Fonte: Reuters
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