A presidente Dilma Rousseff propôs na quarta-feira ao Mercosul elevar a proteção comercial contra o aumento de importações, em uma tentativa de conter a entrada de produtos baratos da Europa, Ásia e Estados Unidos em uma região de rápida expansão.
A proposta, levada pelo Brasil à Comissão de Comércio do bloco, que também é formado por Argentina, Paraguai e Uruguai, será discutida nas próximas semanas e permitirá que cada país eleve individualmente seus tributos de importação de bens não pertencentes à zona, de acordo com uma autoridade do governo brasileiro.
"Nós, países do Mercosul, devemos estar bem atentos ao que se passa no mundo. Neste momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico", disse Dilma, em sua primeira participação numa cúpula do Mercosul desde que tomou posse em janeiro.
Um diplomata argentino afirmou à Reuters sob condição de anonimato que a Argentina, que tem uma dura política comercial que inclui barreiras a importações e licenciamento não automático, concorda em preservar o mercado para o bem da região.
Uruguai e Paraguai, as economias menos industrializadas do Mercosul e, portanto, mais abertas às importações, receberam a proposta com cautela.
"Acreditamos que é importante ... a existência de um verdadeiro mercado regional, forte, vigoroso, que não tenha restrições tarifárias no seu funcionamento externo", disse a jornalistas o chanceler uruguaio, Luis Almagro. "A proposta (do Brasil) é para ser analisada".
COMPETITIVIDADE COMPROMETIDA
Chanceleres e ministros de Comércio e Economia do bloco, reunidos perto de Assunção desde terça-feira, expressaram preocupação com perda de competitividade da economia regional por uma apreciação de suas moedas, o que estimula as importações.
Dilma disse que "precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham reequilibrar a situação" e pediu que a Comissão de Comércio do bloco aprovasse a proposta do Brasil até dezembro, quando chegará ao fim o semestre de presidência uruguaia no Mercosul, que começa a partir da atual cúpula.
As economias do Mercosul voltarão a crescer neste ano acima da média mundial, com taxas que oscilarão entre 4 por cento, no caso do Brasil, até 7 por cento ou mais, no caso da Argentina -- um nível mais moderado em comparação ao crescimento de 2010.
"Os países em desenvolvimento na América Latina, neste contexto, têm um desempenho muito mais dinâmico, mas muitos de nós têm sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes", disse Dilma.
COOPERAR, NÃO COLONIZAR
Além de Dilma, também participaram da reunião do Mercosul no Paraguai os chefes de Estado de Equador e Uruguai. A presidente argentina, Cristina Kirchner, não viajou por recomendação médica.
No encontro, os mandatários compartilharam informações sobre a saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quem pediu ao seu ministro de Energia, Rafael Ramírez, que o representasse na cúpula, segundo o próprio funcionário venezuelano.
O presidente do Uruguai, José Mujica, que falou depois de Dilma, pediu que as companhias brasileiras, as mais fortes da região, cooperassem para ajudar a desenvolver seus sócios.
"O Brasil não tem culpa de ser tão grande, nem nós temos culpa de sermos tão pequenos. Isso se arruma multiplicando os atores", disse Mujica.
Dilma defendeu que as assimetrias entre os sócios sejam enfrentadas "realizando projetos de grande relevância".
"Precisamos promover maior integração de nossas cadeias produtivas, estimulando parcerias entre as empresas da região, sobretudo as de pequeno e médio porte", afirmou a presidente.
Também participou da cúpula do Mercosul, realizada na sede da Confederação Sul-Americana de Futebol, o chanceler japonês, Takeaki Matsumoto, que convidou o bloco sul-americano a um diálogo para intensificar as relações comerciais com o país asiático.
Um funcionário do Ministério de Assuntos Exteriores do Japão disse a jornalistas que empresários japoneses e do Mercosul estão pedindo aos governos a implementação de um acordo mútuo de livre comércio.
Fonte: Reuters
A proposta, levada pelo Brasil à Comissão de Comércio do bloco, que também é formado por Argentina, Paraguai e Uruguai, será discutida nas próximas semanas e permitirá que cada país eleve individualmente seus tributos de importação de bens não pertencentes à zona, de acordo com uma autoridade do governo brasileiro.
"Nós, países do Mercosul, devemos estar bem atentos ao que se passa no mundo. Neste momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico", disse Dilma, em sua primeira participação numa cúpula do Mercosul desde que tomou posse em janeiro.
Um diplomata argentino afirmou à Reuters sob condição de anonimato que a Argentina, que tem uma dura política comercial que inclui barreiras a importações e licenciamento não automático, concorda em preservar o mercado para o bem da região.
Uruguai e Paraguai, as economias menos industrializadas do Mercosul e, portanto, mais abertas às importações, receberam a proposta com cautela.
"Acreditamos que é importante ... a existência de um verdadeiro mercado regional, forte, vigoroso, que não tenha restrições tarifárias no seu funcionamento externo", disse a jornalistas o chanceler uruguaio, Luis Almagro. "A proposta (do Brasil) é para ser analisada".
COMPETITIVIDADE COMPROMETIDA
Chanceleres e ministros de Comércio e Economia do bloco, reunidos perto de Assunção desde terça-feira, expressaram preocupação com perda de competitividade da economia regional por uma apreciação de suas moedas, o que estimula as importações.
Dilma disse que "precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham reequilibrar a situação" e pediu que a Comissão de Comércio do bloco aprovasse a proposta do Brasil até dezembro, quando chegará ao fim o semestre de presidência uruguaia no Mercosul, que começa a partir da atual cúpula.
As economias do Mercosul voltarão a crescer neste ano acima da média mundial, com taxas que oscilarão entre 4 por cento, no caso do Brasil, até 7 por cento ou mais, no caso da Argentina -- um nível mais moderado em comparação ao crescimento de 2010.
"Os países em desenvolvimento na América Latina, neste contexto, têm um desempenho muito mais dinâmico, mas muitos de nós têm sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes", disse Dilma.
COOPERAR, NÃO COLONIZAR
Além de Dilma, também participaram da reunião do Mercosul no Paraguai os chefes de Estado de Equador e Uruguai. A presidente argentina, Cristina Kirchner, não viajou por recomendação médica.
No encontro, os mandatários compartilharam informações sobre a saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quem pediu ao seu ministro de Energia, Rafael Ramírez, que o representasse na cúpula, segundo o próprio funcionário venezuelano.
O presidente do Uruguai, José Mujica, que falou depois de Dilma, pediu que as companhias brasileiras, as mais fortes da região, cooperassem para ajudar a desenvolver seus sócios.
"O Brasil não tem culpa de ser tão grande, nem nós temos culpa de sermos tão pequenos. Isso se arruma multiplicando os atores", disse Mujica.
Dilma defendeu que as assimetrias entre os sócios sejam enfrentadas "realizando projetos de grande relevância".
"Precisamos promover maior integração de nossas cadeias produtivas, estimulando parcerias entre as empresas da região, sobretudo as de pequeno e médio porte", afirmou a presidente.
Também participou da cúpula do Mercosul, realizada na sede da Confederação Sul-Americana de Futebol, o chanceler japonês, Takeaki Matsumoto, que convidou o bloco sul-americano a um diálogo para intensificar as relações comerciais com o país asiático.
Um funcionário do Ministério de Assuntos Exteriores do Japão disse a jornalistas que empresários japoneses e do Mercosul estão pedindo aos governos a implementação de um acordo mútuo de livre comércio.
Fonte: Reuters
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