Soldados paquistaneses e um helicóptero da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que penetrou em território do Paquistão trocaram tiros nesta terça-feira, e dois soldados saíram feridos, anunciaram as autoridades locais. O Paquistão protestou, o que agravou o desgaste nas relações entre o país e o Ocidente depois do ataque norte-americano que matou o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em território paquistanês.
Também nesta terça-feira, o Exército paquistanês anunciou que "um importante agente da Al Qaeda" havia sido detido na cidade portuária de Karachi. O Exército informou em um breve comunicado que o iemenita Muhammad Ali Qasim Yaqub, também conhecido pelo pseudônimo Abu Sohaib Al Makki, trabalhava sob comando direto dos líderes da Al Qaeda na fronteira entre Paquistão e Afeganistão. O texto não informa a data da detenção.
Um funcionário do governo norte-americano informou que o suspeito era um agente de médio escalão da Al Qaeda, e elogiou as forças armadas paquistanesas. O funcionário falou sob a condição de que seu nome não fosse revelado, por estar discutindo questões sigilosas.
O Exército e os serviços de inteligência paquistaneses estão sob pesada suspeita internacional desde que Bin Laden foi morto, em 2 de maio, em um ataque norte-americano contra uma grande casa na cidade de Abbottabad, uma comunidade habitada por famílias de militares e localizada a curta distância da capital Islamabad. Muitos legisladores norte-americanos afirmaram que a localização de Bin Laden era um forte sinal de que o Paquistão estava fazendo "jogo duplo" ou seja, aceitando assistência norte-americana mas também protegendo terroristas. O Paquistão nega o fato.
O Exército afirmou que a detenção era "um importante desdobramento para desmantelar a rede da Al Qaeda operando na região".
O incidente com o helicóptero da Otan ocorreu na região de Datta Khel, no Waziristão do Norte, parte da área tribal paquistanesa que é conhecida por abrigar os militantes do Taleban e Al Qaeda que lançam ataques tanto no Afeganistão quanto no Paquistão. A região vem sendo alvo de repetidos ataques de aeronaves norte-americanas pilotadas remotamente.
Um representante das forças militares ocidentais no Afeganistão e um porta-voz da Otan afirmaram que houve disparos na fronteira, mas não confirmaram que forças de fronteira paquistanesas tenham sido o alvo, ou tenham sido atingidas.
O Exército paquistanês, que enfrenta fortes críticas internas por não ter detectado ou impedido a incursão norte-americana que matou Bin Laden, anunciou ter apresentado vigoroso protesto e exigido uma reunião com autoridades da Otan, para discutir o incidente. A Otan declarou que conduziria uma investigação.
Um evento semelhante no ano passado, que resultou na morte de dois soldados paquistaneses, levou o Exército a fechar imediatamente uma travessia de fronteira crucial para a passagem de suprimentos da Otan do Paquistão para o Afeganistão, um país sem acesso ao mar, o que expôs de maneira dramática a vulnerabilidade das linhas de suprimento aliadas na região de guerra.
O militar ocidental informou que uma base da Otan no Afeganistão vinha sendo alvo de fogo direto e indireto intermitente, vindo do lado paquistanês da fronteira. Dois helicópteros foram despachados para o local e um deles atirou contra alvos do outro lado da fronteira depois de ter sido por duas vezes alvo de disparos vindos do Paquistão, afirmou o oficial, que pediu que seu nome não fosse mencionado devido à delicadeza da questão.
A Otan se recusou a informar que país da coalizão esteve envolvido, mas a maioria dos helicópteros que operam naquela parte do país são norte-americanos.
As relações entre os Estados Unidos e o Paquistão estão tensas desde a incursão da unidade SEAL da marinha norte-americana, em 2 de maio.
O governo paquistanês está indignado por os Estados Unidos terem executado a operação sem informar o Paquistão primeiro, e muitos funcionários do governo norte-americano declararam não acreditar que Bin Laden pudesse ter vivido em Abbottabad por pelo menos cinco anos sem que as autoridades paquistanesas soubessem.
A Otan ainda estava tentando determinar se seu helicóptero violou o espaço aéreo paquistanês.
"Estamos investigando o incidente a fim de determinar a rota de voo, examinando os marcos da trajetória no GPS, armazenados no computador do helicóptero, a fim de esclarecermos a sequência de eventos e determinar o que resultou na troca de tiros", disse John Dorrian, porta-voz da Otan.
Ele afirmou que a organização colaborará com o governo paquistanês para determinar o que aconteceu, e disse que espera que esse esforço reflita a mesma boa cooperação registrada em recentes operações militares ao longo da fronteira. Nas últimas semanas, a Otan e o Paquistão lançaram ofensivas coordenadas contra os militantes, em seus respectivos lados da fronteira.
"O caso será averiguado de maneira transparente", disse Dorrian.
O Exército paquistanês afirmou em comunicado que suas tropas dispararam contra o helicóptero depois que este invadiu o espaço aéreo paquistanês nas primeiras horas do dia. Dois soldados se feriram quando o helicóptero respondeu aos disparos, afirmam os paquistaneses.
O ataque pelo helicóptero aconteceu um dia depois que o senador norte-americano John Kerry encerrou uma visita de 24 horas a Islamabad, na qual ele trabalhou pela recuperação do bom relacionamento entre os dois países mas também advertiu o governo anfitrião de que "ações, e não palavras", eram necessárias para recolocar o relacionamento no rumo. Kerry foi o mais importante líder norte-americano a visitar o Paquistão desde o ataque contra Bin Laden.
Também na terça-feira, as forças paquistanesas de segurança mataram a tiros quatro suspeitos de prepararem atentados suicidas com explosivos, entre os quais três mulheres, quando eles tentaram atacar um posto de controle do Exército em Quetta, no sudoeste do país, informou Daood Junejo, chefe de polícia da cidade. Um quinto terrorista suicida conseguiu detonar os explosivos que portava, mas não causou ferimentos a outras pessoas, disse Junejo.
As forças de segurança ordenaram que os cinco parassem quando estavam se aproximando do posto de controle, em um carro. Um dos homens saiu do carro e detonou os explosivos que portava; os outros quatro, também vestindo coletes contendo explosivos, foram mortos quando tentaram lançar granadas contra o posto de controle, disse.
No entanto, imagens da TV local mostram o que parecem ser forças de segurança disparando contra duas das mulheres que já estavam caídas no chão, uma delas com a mão erguida por sobre a cabeça.
Fonte: Folha
Também nesta terça-feira, o Exército paquistanês anunciou que "um importante agente da Al Qaeda" havia sido detido na cidade portuária de Karachi. O Exército informou em um breve comunicado que o iemenita Muhammad Ali Qasim Yaqub, também conhecido pelo pseudônimo Abu Sohaib Al Makki, trabalhava sob comando direto dos líderes da Al Qaeda na fronteira entre Paquistão e Afeganistão. O texto não informa a data da detenção.
Um funcionário do governo norte-americano informou que o suspeito era um agente de médio escalão da Al Qaeda, e elogiou as forças armadas paquistanesas. O funcionário falou sob a condição de que seu nome não fosse revelado, por estar discutindo questões sigilosas.
O Exército e os serviços de inteligência paquistaneses estão sob pesada suspeita internacional desde que Bin Laden foi morto, em 2 de maio, em um ataque norte-americano contra uma grande casa na cidade de Abbottabad, uma comunidade habitada por famílias de militares e localizada a curta distância da capital Islamabad. Muitos legisladores norte-americanos afirmaram que a localização de Bin Laden era um forte sinal de que o Paquistão estava fazendo "jogo duplo" ou seja, aceitando assistência norte-americana mas também protegendo terroristas. O Paquistão nega o fato.
O Exército afirmou que a detenção era "um importante desdobramento para desmantelar a rede da Al Qaeda operando na região".
O incidente com o helicóptero da Otan ocorreu na região de Datta Khel, no Waziristão do Norte, parte da área tribal paquistanesa que é conhecida por abrigar os militantes do Taleban e Al Qaeda que lançam ataques tanto no Afeganistão quanto no Paquistão. A região vem sendo alvo de repetidos ataques de aeronaves norte-americanas pilotadas remotamente.
Um representante das forças militares ocidentais no Afeganistão e um porta-voz da Otan afirmaram que houve disparos na fronteira, mas não confirmaram que forças de fronteira paquistanesas tenham sido o alvo, ou tenham sido atingidas.
O Exército paquistanês, que enfrenta fortes críticas internas por não ter detectado ou impedido a incursão norte-americana que matou Bin Laden, anunciou ter apresentado vigoroso protesto e exigido uma reunião com autoridades da Otan, para discutir o incidente. A Otan declarou que conduziria uma investigação.
Um evento semelhante no ano passado, que resultou na morte de dois soldados paquistaneses, levou o Exército a fechar imediatamente uma travessia de fronteira crucial para a passagem de suprimentos da Otan do Paquistão para o Afeganistão, um país sem acesso ao mar, o que expôs de maneira dramática a vulnerabilidade das linhas de suprimento aliadas na região de guerra.
O militar ocidental informou que uma base da Otan no Afeganistão vinha sendo alvo de fogo direto e indireto intermitente, vindo do lado paquistanês da fronteira. Dois helicópteros foram despachados para o local e um deles atirou contra alvos do outro lado da fronteira depois de ter sido por duas vezes alvo de disparos vindos do Paquistão, afirmou o oficial, que pediu que seu nome não fosse mencionado devido à delicadeza da questão.
A Otan se recusou a informar que país da coalizão esteve envolvido, mas a maioria dos helicópteros que operam naquela parte do país são norte-americanos.
As relações entre os Estados Unidos e o Paquistão estão tensas desde a incursão da unidade SEAL da marinha norte-americana, em 2 de maio.
O governo paquistanês está indignado por os Estados Unidos terem executado a operação sem informar o Paquistão primeiro, e muitos funcionários do governo norte-americano declararam não acreditar que Bin Laden pudesse ter vivido em Abbottabad por pelo menos cinco anos sem que as autoridades paquistanesas soubessem.
A Otan ainda estava tentando determinar se seu helicóptero violou o espaço aéreo paquistanês.
"Estamos investigando o incidente a fim de determinar a rota de voo, examinando os marcos da trajetória no GPS, armazenados no computador do helicóptero, a fim de esclarecermos a sequência de eventos e determinar o que resultou na troca de tiros", disse John Dorrian, porta-voz da Otan.
Ele afirmou que a organização colaborará com o governo paquistanês para determinar o que aconteceu, e disse que espera que esse esforço reflita a mesma boa cooperação registrada em recentes operações militares ao longo da fronteira. Nas últimas semanas, a Otan e o Paquistão lançaram ofensivas coordenadas contra os militantes, em seus respectivos lados da fronteira.
"O caso será averiguado de maneira transparente", disse Dorrian.
O Exército paquistanês afirmou em comunicado que suas tropas dispararam contra o helicóptero depois que este invadiu o espaço aéreo paquistanês nas primeiras horas do dia. Dois soldados se feriram quando o helicóptero respondeu aos disparos, afirmam os paquistaneses.
O ataque pelo helicóptero aconteceu um dia depois que o senador norte-americano John Kerry encerrou uma visita de 24 horas a Islamabad, na qual ele trabalhou pela recuperação do bom relacionamento entre os dois países mas também advertiu o governo anfitrião de que "ações, e não palavras", eram necessárias para recolocar o relacionamento no rumo. Kerry foi o mais importante líder norte-americano a visitar o Paquistão desde o ataque contra Bin Laden.
Também na terça-feira, as forças paquistanesas de segurança mataram a tiros quatro suspeitos de prepararem atentados suicidas com explosivos, entre os quais três mulheres, quando eles tentaram atacar um posto de controle do Exército em Quetta, no sudoeste do país, informou Daood Junejo, chefe de polícia da cidade. Um quinto terrorista suicida conseguiu detonar os explosivos que portava, mas não causou ferimentos a outras pessoas, disse Junejo.
As forças de segurança ordenaram que os cinco parassem quando estavam se aproximando do posto de controle, em um carro. Um dos homens saiu do carro e detonou os explosivos que portava; os outros quatro, também vestindo coletes contendo explosivos, foram mortos quando tentaram lançar granadas contra o posto de controle, disse.
No entanto, imagens da TV local mostram o que parecem ser forças de segurança disparando contra duas das mulheres que já estavam caídas no chão, uma delas com a mão erguida por sobre a cabeça.
Fonte: Folha
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