Airbus e Boeing travam uma guerra bilionária e ilegal pelos mercados de países emergentes. Isso é o que revelam as quase 700 páginas de um julgamento polêmico publicado ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A decisão escancara a disputa entre as gigantes do setor aéreo para garantir vendas a empresas aéreas do Brasil, Índia, China, México, Tailândia, África do Sul e outros países em desenvolvimento, justamente os que mais crescem no mundo.
A queixa havia sido aberta pelos EUA há seis anos, e Washington se queixava de que os subsídios europeus estavam afetando as vendas da Boeing. Em 1992, as duas empresas haviam chegado a um acordo de cavalheiros sobre o volume de subsídios que cada uma poderia receber. Mas Washington alegou que os europeus haviam quebrado o acordo.
Um primeiro relatório da OMC, em 2010, condenou a Europa. Mas Bruxelas apelou e ontem obteve vitórias importantes, em uma decisão polêmica.
Entre os vários pontos da nova decisão, a OMC estipulou que alguns dos principais programas europeus não eram ilegais, mas apenas a forma pela qual haviam sido utilizados. Parte dos subsídios continuou condenado.
Mas os programas de lançamento de novos jatos continuam sendo autorizados e não se comprovou que os subsídios à exportação são ilegais.
A decisão de ontem acabou revelando não apenas a guerra dos subsídios. Mas, principalmente, quais são os mercados alvos dessas empresas. Em seus argumentos, tanto a Airbus como a Boeing apontam justamente para os mercados emergentes como provas de como os subsídios recebidos pela concorrente afetam seus planos de venda. Pelos dados americanos, entregas da Airbus entre 2000 e 2006 no Brasil haviam aumentado, passando de 50% das vendas anuais para 86%. Os americanos justificaram que isso era a prova de que os subsídios europeus haviam deslocado as vendas da Boeing no País. Os europeus, porém, apresentaram outros números. A mesma batalha foi registrada na África do Sul, Tailândia e diversos outros mercado.
Embraer. Se os documentos revelam que essa disputa é alimentada por subsídios no valor de bilhões de dólares, a decisão de ontem foi amplamente comemorada pela Airbus e pode representar uma derrota para futuras pretensões da Embraer. A OMC reverteu algumas das condenações, o que poderia abrir a porta para que programas de outros países que afetariam a Embraer fossem liberados, entre eles os do Canadá e Japão.
Na primeira versão da decisão, os juízes haviam declarado que os programas de ajuda para lançar novos jatos na Europa eram ilegais. O Brasil apoiou a decisão, até porque reforçaria seu caso contra a Bombardier, que também está prestes a lançar um novo modelo de aviões que competiria com a Embraer. A empresa brasileira já questionou os subsídios em cortes europeias. Mas a decisão de ontem pode criar um precedente perigoso, já que a Bombardier poderia simplesmente seguir o mesmo caminho da Airbus.
Fonte: Estadão
A queixa havia sido aberta pelos EUA há seis anos, e Washington se queixava de que os subsídios europeus estavam afetando as vendas da Boeing. Em 1992, as duas empresas haviam chegado a um acordo de cavalheiros sobre o volume de subsídios que cada uma poderia receber. Mas Washington alegou que os europeus haviam quebrado o acordo.
Um primeiro relatório da OMC, em 2010, condenou a Europa. Mas Bruxelas apelou e ontem obteve vitórias importantes, em uma decisão polêmica.
Entre os vários pontos da nova decisão, a OMC estipulou que alguns dos principais programas europeus não eram ilegais, mas apenas a forma pela qual haviam sido utilizados. Parte dos subsídios continuou condenado.
Mas os programas de lançamento de novos jatos continuam sendo autorizados e não se comprovou que os subsídios à exportação são ilegais.
A decisão de ontem acabou revelando não apenas a guerra dos subsídios. Mas, principalmente, quais são os mercados alvos dessas empresas. Em seus argumentos, tanto a Airbus como a Boeing apontam justamente para os mercados emergentes como provas de como os subsídios recebidos pela concorrente afetam seus planos de venda. Pelos dados americanos, entregas da Airbus entre 2000 e 2006 no Brasil haviam aumentado, passando de 50% das vendas anuais para 86%. Os americanos justificaram que isso era a prova de que os subsídios europeus haviam deslocado as vendas da Boeing no País. Os europeus, porém, apresentaram outros números. A mesma batalha foi registrada na África do Sul, Tailândia e diversos outros mercado.
Embraer. Se os documentos revelam que essa disputa é alimentada por subsídios no valor de bilhões de dólares, a decisão de ontem foi amplamente comemorada pela Airbus e pode representar uma derrota para futuras pretensões da Embraer. A OMC reverteu algumas das condenações, o que poderia abrir a porta para que programas de outros países que afetariam a Embraer fossem liberados, entre eles os do Canadá e Japão.
Na primeira versão da decisão, os juízes haviam declarado que os programas de ajuda para lançar novos jatos na Europa eram ilegais. O Brasil apoiou a decisão, até porque reforçaria seu caso contra a Bombardier, que também está prestes a lançar um novo modelo de aviões que competiria com a Embraer. A empresa brasileira já questionou os subsídios em cortes europeias. Mas a decisão de ontem pode criar um precedente perigoso, já que a Bombardier poderia simplesmente seguir o mesmo caminho da Airbus.
Fonte: Estadão
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