sábado, 16 de abril de 2011

Resumo sobre o conflito na Líbia.

Otan precisa intensificar ação na Líbia, dizem França e Grã-Bretanha

A França e a Grã-Bretanha, primeiras a lançar ataques aéreos contra a Líbia em coalizão com os Estados Unidos, disseram na terça-feira que a Otan precisa intensificar os bombardeios ao armamento pesado de Muammar Gaddafi para proteger os civis.

A Otan assumiu as operações em 31 de março, mas o intenso ataque governamental sobre a cidade sitiada de Misrata, no oeste líbio, prosseguiu, e relatos dão conta de centenas de civis mortos.

A crítica de Londres e Paris se seguiu a um novo bombardeio em Misrata na segunda-feira e ao fracasso de uma iniciativa de paz da União Africana.

Ecoando queixas dos rebeldes, o ministro francês das Relações Exteriores, Allain Juppé, declarou à rádio France Info sobre os ataques da Otan: "Não é o bastante".

Ele afirmou que a aliança deve impedir Gaddafi de bombardear civis e eliminar o armamento pesado usado contra Misrata.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, também disse que a Otan precisa intensificar os ataques, pedindo que outros países da aliança igualem o poder de fogo aéreo de Londres na Líbia.

A Otan, que aumentou no fim de semana os ataques aéreos -- que realiza com aval da Organização das Nações Unidas (ONU) para proteger civis -- no entorno de Misrata e da cidade de Ajdabiyah, front de batalha no leste, rejeitou as críticas.

"A Otan está conduzindo suas operações militares na Líbia com vigor dentro do mandato atual. O ritmo das operações é determinado pela necessidade de proteger a população", declarou.

PAPEL PLENO

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, exaltado como herói pelos rebeldes, liderou a iniciativa de intervenção militar na Líbia e seus aviões de guerra foram os primeiros a atacar as forças de Gaddafi.

Em um comentário contundente sobre o comando da Otan, Juppé acrescentou: "A Otan precisa desempenhar seu papel plenamente. Ela queria assumir as operações, aceitamos isso".

Rebeldes líbios pedem armas a aliados estrangeiros

Rebeldes líbios enviaram um pedido por armas aos países que reconheceram seu conselho nacional como o único representante da Líbia, disse um porta-voz nesta terça-feira.
"Enviamos uma lista de equipamentos técnicos e militares que precisamos", afirmou Abdel Hafiz Ghoga, porta-voz do conselho, aos repórteres em Benghazi, cidade controlada pelos rebeldes.

Questionado quais países receberam o pedido por armas, Ghoga declarou: "Obviamente pedimos aos países que já reconheceram o conselho nacional transicional como o único representante para a Líbia".

França, Catar e Itália reconheceram que os rebeldes controlam o leste do país, onde uma campanha militar contra as forças do líder Muammar Gaddafi chegou num impasse, apesar dos ataques aéreos realizados pela Otan.

A França lidera os pedidos por uma intervenção militar na Líbia, depois que manifestações populares no leste se transformaram numa guerra.

Ghoga disse que os rebeldes elevaram a segurança nos campos de petróleo depois que ataques de forças leais a Gaddafi forçaram a paralisação da produção. Ele não deu detalhes.

As forças de Gaddafi ainda ocupam partes do porto petrolífero de Brega, segundo Ghoga.

Ocidente quer saída de Gaddafi.

A maioria dos britânicos, americanos, franceses e italianos acha que o Ocidente deve visar a saída de Muammar Gaddafi do poder, mas as preocupações sobre os custos, objetivos e possíveis resultados da missão da Otan na Líbia revelam divisões na aliança.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos MORI constatou que a maioria das pessoas na Grã-Bretanha, Itália e EUA acha que seus países não têm condições financeiras de pagar uma ação militar, e a maioria em todos os países pesquisados, com a exceção da França, acha que faltam objetivos claros à ação da Otan na Líbia.

Os aviões de guerra da Otan já lançaram mais de 1.700 ataques sobre a Líbia desde que a Otan assumiu o lugar de uma coalizão liderada pela França, EUA e Grã-Bretanha para implementar resolução da ONU buscando proteger civis contra as forças de Gaddafi.

Aviões de caça e mísseis lançados desde navios de guerra vêm alvejando a infraestrutura militar de Gaddafi e implementaram uma zona de exclusão aérea e um embargo de armas, em um esforço para sustar os ataques de Gaddafi contra regiões que se opõem a seus 41 anos de governo.

Protestos em massa em meados de fevereiro tiraram boa parte do leste da Líbia de seu domínio, mas desde então os combates entre suas forças e os rebeldes armados chegaram a um impasse, a despeito da intervenção ocidental.

Feita na semana passada, a pesquisa constatou que 63 por cento dos britânicos, 71 por cento dos norte-americanos, 67 por cento dos franceses e 76 por cento dos italianos querem que o Ocidente ajude a afastar Gaddafi do poder, mas os resultados foram mistos quando se perguntou sobre a missão da Otan.

Apenas metade dos britânicos, 55 por cento dos americanos e 40 por cento dos italianos apoia a ação militar aliada na Líbia. Na França, que liderou os chamados pelo uso da força, o apoio à ação militar foi maior: 63 por cento.

A maioria dos países ocidentais vem cortando gastos para limitar seus déficits orçamentários crescentes, e 79 por cento dos britânicos, 74 por cento dos americanos e 62 por cento dos italianos acham que seus países não têm condições financeiras de pagar a ação militar na Líbia.

Houve pouco consenso em relação a quais poderão ser os resultados da ação militar ocidental na Líbia. Os resultados se dividiram entre previsões de um impasse e da possibilidade de surgir um novo governo democraticamente eleito.

A pesquisa foi feita online entre 5 e 7 de abril na Grã-Bretanha, EUA e França e pelo telefone em 4 de abril na Itália. Os entrevistados tinham entre 16 e 64 anos e formaram uma amostra representativa dessa faixa etária em cada país.


Sarkozy e Cameron discutem questão líbia em encontro

A França não tem planos para começar a armar os rebeldes na Líbia, embora não se oponha a que outros façam isso, disse uma fonte presidencial francesa na quarta-feira, após discussões franco-britânicas a respeito da situação na Líbia em Paris.

Essa fonte, que esteve presente nas conversas entre o presidente Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro David Cameron e seus ministros da Defesa, afirmou que a França não considera que os rebeldes que lutam contra o regime de Muammar Gaddafi precisem urgentemente de mais armas.

"Não parece ser necessário hoje, porque o conselho nacional de transição (que representa os rebeldes líbios) não está tendo problemas para encontrar as armas necessárias, nem amigos que lhes mostrem como usá-las", afirmou a fonte, pedindo anonimato.

"Nós não estamos fazendo isso. E nem os britânicos, até onde eu sei", acrescentou. "É uma decisão que foi tomada (a de não armar os rebeldes), mas isso não significa que nós sejamos contra aqueles que fazem isso."

O funcionário afirmou ainda que a resolução da ONU que autorizou o uso da força para proteger os civis líbios também permitia dar armas aos rebeldes, "porque a melhor maneira de proteger a população é permitir que os líbios que querem protegê-los o façam".

A Grã-Bretanha disse na quarta-feira que iria fornecer mil conjuntos de blindagem corporal, que estão excedentes nos estoques britânicos, para os rebeldes da Líbia, além de cem telefones por satélite já enviados.

Rebeldes líbios buscam ajuda para exportar mais petróleo

Os rebeldes que tentam depor o líder líbio Muammar Gaddafi querem ampliar suas exportações de petróleo para garantir alimentos e outras formas de ajuda humanitária, disse um porta-voz do Conselho Nacional Líbio nesta quarta-feira, mas compradores europeus têm receio de violar sanções internacionais.
Os insurgentes controlam campos que atualmente produzem 100 mil barris por dia de petróleo, afirmou Mahmud Awad Shammam a repórteres, mas só exportam o que classificou como uma quantidade "mínima".

A Itália era a maior consumidora de petróleo da Líbia antes do conflito. O país não vai retomar as importações e trabalha duramente em um modo de fornecer aos rebeldes sem dinheiro combustível e outros produtos, sem violar as sanções, disse uma autoridade.

"Elas (importações de petróleo bruto) não têm sido consideradas ainda, temos que encontrar mecanismos concretos para trabalhar nesse congelamento de bens", disse a repórteres o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maurizio Massari.

A Líbia tem sido alvo de sanções de EUA, União Europeia e ONU desde março. Embora os rebeldes tenham sido oficialmente excluídos delas, as empresas petrolíferas ocidentais continuam reticentes a comprar seu petróleo.

O Catar, membro da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) que se ofereceu para ajudar os rebeldes a comercializar seu petróleo cru, disse na terça-feira ter facilitado a venda de um milhão de barris de petróleo, além de providenciar o embarque de pelo menos quatro carregamentos de gasolina, diesel e outros combustíveis para o encrave rebelde de Benghazi.

"Há uma fórmula, mas não estamos recebendo nenhum dinheiro (pelo petróleo). Ao invés disso estamos recebendo ajuda," disse Shamman, acrescentando que os insurgentes ainda sofrem com a falta de gasolina.

As exportações de petróleo líbias estão virtualmente paralisadas desde a irrupção da crise em março, o que ajudou a elevar o preço do petróleo cru para mais de 125 dólares o barril, valor mais alto desde julho de 2008.

A Arábia Saudita e outros produtores da Opep intensificaram unilateralmente a produção de petróleo para compensar a queda nos estoques, mas o reino pisou no freio recentemente devido à baixa demanda, disseram fontes à Reuters nesta quarta-feira.

PAPEL DO CATAR

Entidades do mercado de petróleo disseram acreditar que o Catar desempenhou um papel ajudando a empresa Vitol a exportar um carregamento de petróleo cru líbio no início deste mês, assim como auxiliar a Trafigura, que declarou nesta quarta-feira estar discutindo a exportação de petróleo cru dos portos de Benghazi ou Tobruk, no leste, controlados pelos rebeldes.

Uma autoridade dos rebeldes com conhecimento direto dos planos de exportação do Conselho Nacional Líbio (LNC na sigla em inglês) se recusou a dar detalhes, dizendo que um ataque ao campo de Sarir no início do mês por partidários de Gaddafi foi resultado de relatos da mídia sobre as exportações de petróleo planejadas pelos insurgentes.

"Estamos em guerra, e é pela segurança de nossos suprimentos (de petróleo)," declarou.

O Grupo de Contato da Líbia se reúne no Catar nesta quarta-feira para discutir o futuro da Líbia, e os encontros incluem representantes do LNC.

O grupo pedirá a governos ocidentais uma ajuda de 1,5 bilhão de dólares para as necessidades de civis nas áreas sob controle rebelde e gostaria de obter ajuda humanitária em troca de carregamentos de petróleo, disse Shamman.

Países da Otan rejeitam apelo por mais cooperação na Líbia

Os Estados Unidos e outros países da Otan rejeitaram na quinta-feira o apelo da França e da Grã-Bretanha por uma contribuição mais ativa na campanha bélica em curso na Líbia, apesar das preocupações com um impasse militar.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse a ministros da Otan reunidos em Berlim que é vital para a aliança manter sua "resolução e unidade" contra o líder líbio Muammar Gaddafi. Mas ela não deu sinais de que Washington irá se envolver novamente em ataques contra as forças terrestres do regime.

Enquanto isso, um porta-voz dos rebeldes anti-Gaddafi na cidade de Misrata (oeste da Líbia) alertava para a iminência de um "massacre" caso a Otan não promova uma intervenção mais decidida. Os rebeldes disseram que 23 civis foram mortos na quinta-feira num ataque com foguetes numa zona residencial próxima ao porto.

Autoridades dos EUA minimizaram, sob anonimato, as queixas de Paris e Londres sobre o ritmo dos ataques aéreos contra as forças líbias, e disseram que os comandantes da Otan não solicitaram mais recursos.

"No que diz respeito aos EUA, no que diz respeito à Otan, temos as forças necessárias," disse uma das fontes. "Se os comandantes sentirem que precisam de mais capacidade, vão pedir."

A Espanha disse que não pretende aderir ao grupo de sete países da Otan (num total de 28) que participa de ataques contra as forças terrestres. A Itália, que no passado colonizou a Líbia, disse que precisaria escutar argumentos mais convincentes para aderir.

Apesar disso, o chanceler britânico, William Hague, se disse otimista com a possibilidade de reforços. "Há certamente alguns países que não descartam (fornecer mais aviação para bombardear o território líbio)," disse ele, admitindo que os EUA não são um desses países.

Numa entrevista coletiva, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que os ministros se comprometeram a fornecer "todos os recursos necessários" e a manter um "alto ritmo operacional contra alvos legítimos." Ele acrescentou que o comandante militar supremo da aliança, o almirante norte-americano James Stavridis, precisa de "um pouco mais de aviação de precisão para os ataques terrestres."

Funcionários da Otan disseram que ele não se referia aos aviões A-10, ditos "explode-tanque," nem aos bombardeiros AC-130, que só os EUA possuem, e que autoridades francesas disseram que poderiam ser úteis para romper o impasse na batalha contra Gaddafi.

Os EUA realizaram a maior parte dos ataques iniciais contra as forças de Gaddafi, no mês passado, mas depois transferiram o comando à Otan e se limitaram a um papel de apoio. O Pentágono disse na quinta-feira que nas últimas duas semanas os aviões norte-americanos lançaram bombas em apenas três missões.

Nesta semana, o ministro francês da Defesa, Gerard Longuet, disse que os ataques de Gaddafi contra civis e rebeldes só serão contidos se os EUA se voltarem a bombardear os tanques e a artilharia do regime.

Líderes dos Brics condenam ataques aéreos na Líbia

Líderes dos cinco países que formam os "Brics" criticaram a campanha aérea do Ocidente na Líbia, disse uma fonte governamental na cúpula do grupo na quinta-feira, quando Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reuniram no sul da China.
"Todos eles condenaram os ataques", afirmou a fonte que participou das reuniões dos líderes dos Brics.

A fonte acrescentou que eles expressaram preocupação sobre os efeitos dos ataques aéreos sobre os civis líbios.

A autoridade, que falou sob condição de seu país não ser identificado, disse ainda que a África do Sul, que votou a favor da resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que autorizou uma zona de "exclusão aérea" na Líbia, estava entre os países que se juntaram às críticas aos ataques.

Forças de Gaddafi usaram bombas proibidas em Misrata, diz grupo

A organização de direitos humanos Human Rights Watch acusou as forças leais ao líder líbio Muammar Gaddafi de usar munições proibidas para atacar o reduto rebelde de Misrata, ameaçando a vida de civis.

Um porta-voz do governo líbio rejeitou a acusação.

As munições de cacho, disparadas de artilharia ou foguetes, podem espalhar bombas em uma área ampla. Muitas vezes não detonam imediatamente e podem explodir anos depois de um conflito, matando ou mutilando pessoas, de acordo com grupos humanitários.

A Human Rights Watch disse em comunicado que as forças do governo dispararam essas bombas em áreas residenciais de Misrata, no oeste do país, "representando um grave risco para os civis".

O grupo disse ter observado no mínimo três destas bombas explodirem no bairro de el-Shawahda na noite de 14 de abril.

"Pesquisadores inspecionaram os restos de uma munição de cacho e entrevistaram testemunhas sobre outros supostos dois ataques com esse tipo de bomba", afirmou o grupo em sua página na Internet, que também trazia fotos do que dizia ser restos de munições usadas em Misrata.

O diretor da divisão de armas da Human Rights Watch, Steve Goose, disse: "É lastimável que a Líbia esteja usando essa arma."

O porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, rejeitou as alegações. "Eu os desafio a provar."

Segundo o grupo, a maioria dos países proibiu o uso desse tipo de bomba por meio da Convenção sobre Munições de Cacho, que se tornou lei internacional obrigatória em 2010. A Líbia não é signatária, disse o HRW.

França pressiona Otan por novos alvos militares na Líbia

A França está pressionando pela aprovação na Otan da ampliação dos ataques militares contra o Exército de Muammar Gaddafi para incluir alvos estratégicos, com o objetivo de tentar romper o impasse na guerra civil da Líbia.

A pressão ocorre enquanto França e Grã-Bretanha, que lideram a campanha na Líbia, se esforçam para que seus parceiros na coalizão aumentem sua participação ou contribuam de forma mais ativa.

Os Estados Unidos e seus aliados europeus na Otan rejeitaram os pedidos da França e da Grã-Bretanha na quinta-feira para que contribuam de forma mais ativa com os ataques na Líbia. Fontes militares disseram que nem Paris nem Londres planejam enviar aeronaves adicionais para a operação.

A França usou helicópteros militares para disparar contra veículos blindados em uma intervenção recente na Costa do Marfim, o que acelerou a queda do ex-presidente Laurent Gbagbo.

Mas não tomou nenhuma iniciativa para empregá-los na Líbia, onde seriam alvos fáceis para o Exército de Gaddafi.

Dois porta-helicópteros anfíbios franceses estão atualmente em bases do porto de Toulon e do Oceano Índico, informa a Marinha.

Embora o foco permaneça nos ataques aéreos promovidos pelos caças, o ministro da Defesa da França, Gerard Longuet, disse na sexta-feira que o alvo deveria passar das bases militares de Gaddafi para os centros de decisão e logística.

Longuet disse à televisão LCI que os ataques deveriam se concentrar nos "centros de decisão militar na Líbia ou em estações de logística que hoje estão sendo poupados". Uma fonte militar francesa disse que o próximo passo é tentar chegar a um acordo sobre isso.

"Nós já atingimos alvos militares. Queremos atingir mais alvos e alvos mais estratégicos", disse a fonte. "Atingimos muitos tanques e aviões, podemos prosseguir em outros alvos. A idéia é enfraquecer Gaddafi batendo cada vez mais duro... para atacar onde mais dói, mas evitando dano colateral."

"Agora queremos que os países da coalizão concordem sobre os outros alvos", acrescentou a fonte.

As forças da Otan têm cerca de 195 aeronaves, incluindo caças e aviões-tanque para reabastecimento, à sua disposição para as operações na Líbia. Cerca de metade foi fornecida pela França e pela Grã-Bretanha.

Brasil adota sanções aprovadas na ONU contra Líbia

O governo determinou nesta sexta-feira a proibição da venda de armas para a Líbia, além do congelamento de bens no Brasil do líder líbio Muammar Gaddafi e de familiares e a proibição da entrada de Gaddafi, seus familiares e auxiliares no país.
O decreto sobre as medidas, assinado pelo presidente em exercício Michel Temer e publicado na edição desta sexta-feira do Diário Oficial, atende à resolução 1970, adotada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o país em 26 de fevereiro deste ano.

A Líbia vive há dois meses intensos confrontos entre tropas leais e contrárias a Gaddafi. A situação levou países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a lançar uma campanha de ataques aéreos para apoiar os rebeldes que buscam derrubar o regime de Gaddafi, há 41 anos no poder.

Durante reunião dos Brics nesta semana, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul expressaram preocupação com os ataques aéreos na Líbia e pediram o fim da guerra civil no país.

O Brasil, que atualmente ocupa uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU, se opôs a outra resolução da ONU que estabeleceu uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e abriu espaço para os ataques aéreos no país, que têm sido liderados por França e Grã-Bretanha.

A resolução 1970, objeto do decreto desta sexta, foi adotada no Conselho de Segurança por consenso.

Fonte: Agências de notícias - resumo da semana
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