Os gastos com projetos de Defesa Nacional somaram R$ 29 bilhões no ano passado. A cifra envolve tanto despesas correntes quanto investimentos. Mas vale ressaltar que somente com remuneração de servidores da ativa Exército, Marinha e Aeronáutica gastaram R$ 14,6 bilhões em 2010. Em investimentos foram desembolsados cerca de R$ 5,4 bilhões no ano passado. Só a Marinha gastou R$ 2,8 bilhões com a construção de quatro submarinos convencionais e um submarino movido à propulsão nu-clear. Deste total, R$ 1,8 bilhão foi destinado à pesquisa e desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear. O contrato para a fabricação do submarino nuclear envolve a francesa DCNS e a brasileira Ode-brecht, que criou neste ano uma divisão de Defesa e Segurança para cuidar de projetos do setor. “Não há espaço para muitos concorrentes. Serão no máximo dois, porque não temos orçamento alto. Enxergamos que o mercado nacional pode ser plataforma para grandes exportações”, afirma o presidente da Odebrecht Defesa, Roberto Simões. “As principais indústrias brasileiras do setor foram praticamente adquiridas por nós ou pela Embraer”.
A Odebrecht ganhou espaço no setor com a compra da Mectron, uma fabricante demísseis, e comuma associação coma Cassidian, do grupo EADS. Na outra ponta, a Embraer comprou participação de 50% na Atech e formou parceria com a AEL, subsidiária da israelense Elbit systems. Segundo estimativas da Associação Brasileira das indústrias de materiais bélicos (Abimde), o setor faturou cerca de US$ 2 bilhões em 2009 e a perspectiva é que o valor tenha aumentado no ano passado, de acordo com o vice-presidente da entidade, Carlos Pierantoni. Outros investimentos que criam grande expectativa para a indústria de segurança e defesa são a criação do Sistema Integra- do de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que vai ser controlado pelo Exército, e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), utilizado pela Marinha. Só o Sisfron tem o custo previsto de R$ 10 bilhões, de acordo com o assessor do Centro de Tecnologia do Exército, Roberto Castelo Branco. O projeto básico do Sisfron deve ser entregue até meados deste ano.A contratação de fornecedores deve ser feita no ano que vem. Serão adquiridos sensores e radares para detectar tráfego aéreo e terrestre. “O sistema deve começar a operar em 2019”, diz Castelo Branco.
Estatal ligada à Marinha, Emgepron foi contratada por US$ 20 milhões para mensurar costa angolana
Ao mesmo tempo em que desperta interesse dos gigantes do mercado de defesa internacional, o Brasil também tem sido requisitado a auxiliar outros países com suas Forças Armadas. Além da atuação em missões de paz das Nações Unidas, os militares prestam serviços milionários com a tecnologia brasileira. A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), estatal ligada à Marinha brasileira, foi contratada na semana passada por Angola para fazer o levantamento da plataforma continental e a demarcação da costa submarina por cerca deUS$ 20 milhões. “Vamos dar a eles os estudos necessários para definir essa plataforma continental. Nem todos países têm capacidade tecnológica de realizar esse serviço. Vamos ajudá-los a ampliar a área jurisdicional do país, na qual poderão explorar as riquezas que estiverem no pré-sal”, explicou o presidente da Emgepron, Marcélio de Castro Pereira. Trata-se de um serviço semelhante ao que a Emgepron prestou para a Namíbia.Otrabalho vai ser feito nos próximos dois anos, de acordo com Pereira. “Eles têm que apresentar proposição para a ONU até o fim de 2013 para que aquelas águas sejam reconhecidas internacionalmente como jurisdicionais do país.”
Renovação da frota
A Marinha brasileira também atrai a atenção de multinacionais estrangeiras. Pelomenos seis países manifestaram interesse em participar do programa de renovação da frota naval brasileira. A Marinha fez consultas internacionais para comprar cinco fragatas, cinco navios-patrulha e umnavio de apoio logístico. Os preços ainda não estão definidos. A proposta envolve também a transferência de tecnologia, como ocorreu no contrato de construção do submarino nuclear e de quatro submarinos convencionais vencido pela francesa DCNS em parceria com a Odebrecht.
O Reino Unido manifestou especial interesse em participar do processo de renovação da frota naval. Geoff Glading, diretor da UK Trade & Investment, espécie de agência de promoção de investimentos do Reino Unido, manifestou especial interesse nesse projeto da Marinha. O governo britânico tenta viabilizar a parceria. A proposta de construção foi apresentada pela BAE Systems. “Achamos que o Reino Unido será um excelente parceiro estratégico para o Brasil. A intenção da BAE é desen-volver um estaleiro para que essas classes de navio possam ser construídas no Brasil”, diz Glading. Os ingleses também têm intenção de fechar contratos na área de defesa e segurança para a Copa do Mundo de 2014 e a Olímpiada de 2016. “A experiência adquirida por nós em Londres em 2012 pode ser útil na Copa e na Olímpiada no Brasil. Claro que os desafios que o Rio vai enfrentar serão diferentes. Mas também teremos muito em comum”, afirma Glading.
A França, parceira da Marinha brasileira nos submarinos, tem interesse nos sistemas de comando e controle que serão construídos, entre eles o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), para monitorar a costa marítima brasileira. A francesa Thales vê um mercado bilionário nessas compras. “No longo prazo são bilhoes de dólares de potencial”, afirma Laurent Mourre, diretor para Brasil do grupo Thales.
Fonte: Brasil Econômico
A Odebrecht ganhou espaço no setor com a compra da Mectron, uma fabricante demísseis, e comuma associação coma Cassidian, do grupo EADS. Na outra ponta, a Embraer comprou participação de 50% na Atech e formou parceria com a AEL, subsidiária da israelense Elbit systems. Segundo estimativas da Associação Brasileira das indústrias de materiais bélicos (Abimde), o setor faturou cerca de US$ 2 bilhões em 2009 e a perspectiva é que o valor tenha aumentado no ano passado, de acordo com o vice-presidente da entidade, Carlos Pierantoni. Outros investimentos que criam grande expectativa para a indústria de segurança e defesa são a criação do Sistema Integra- do de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que vai ser controlado pelo Exército, e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), utilizado pela Marinha. Só o Sisfron tem o custo previsto de R$ 10 bilhões, de acordo com o assessor do Centro de Tecnologia do Exército, Roberto Castelo Branco. O projeto básico do Sisfron deve ser entregue até meados deste ano.A contratação de fornecedores deve ser feita no ano que vem. Serão adquiridos sensores e radares para detectar tráfego aéreo e terrestre. “O sistema deve começar a operar em 2019”, diz Castelo Branco.
Estatal ligada à Marinha, Emgepron foi contratada por US$ 20 milhões para mensurar costa angolana
Ao mesmo tempo em que desperta interesse dos gigantes do mercado de defesa internacional, o Brasil também tem sido requisitado a auxiliar outros países com suas Forças Armadas. Além da atuação em missões de paz das Nações Unidas, os militares prestam serviços milionários com a tecnologia brasileira. A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), estatal ligada à Marinha brasileira, foi contratada na semana passada por Angola para fazer o levantamento da plataforma continental e a demarcação da costa submarina por cerca deUS$ 20 milhões. “Vamos dar a eles os estudos necessários para definir essa plataforma continental. Nem todos países têm capacidade tecnológica de realizar esse serviço. Vamos ajudá-los a ampliar a área jurisdicional do país, na qual poderão explorar as riquezas que estiverem no pré-sal”, explicou o presidente da Emgepron, Marcélio de Castro Pereira. Trata-se de um serviço semelhante ao que a Emgepron prestou para a Namíbia.Otrabalho vai ser feito nos próximos dois anos, de acordo com Pereira. “Eles têm que apresentar proposição para a ONU até o fim de 2013 para que aquelas águas sejam reconhecidas internacionalmente como jurisdicionais do país.”
Renovação da frota
A Marinha brasileira também atrai a atenção de multinacionais estrangeiras. Pelomenos seis países manifestaram interesse em participar do programa de renovação da frota naval brasileira. A Marinha fez consultas internacionais para comprar cinco fragatas, cinco navios-patrulha e umnavio de apoio logístico. Os preços ainda não estão definidos. A proposta envolve também a transferência de tecnologia, como ocorreu no contrato de construção do submarino nuclear e de quatro submarinos convencionais vencido pela francesa DCNS em parceria com a Odebrecht.
O Reino Unido manifestou especial interesse em participar do processo de renovação da frota naval. Geoff Glading, diretor da UK Trade & Investment, espécie de agência de promoção de investimentos do Reino Unido, manifestou especial interesse nesse projeto da Marinha. O governo britânico tenta viabilizar a parceria. A proposta de construção foi apresentada pela BAE Systems. “Achamos que o Reino Unido será um excelente parceiro estratégico para o Brasil. A intenção da BAE é desen-volver um estaleiro para que essas classes de navio possam ser construídas no Brasil”, diz Glading. Os ingleses também têm intenção de fechar contratos na área de defesa e segurança para a Copa do Mundo de 2014 e a Olímpiada de 2016. “A experiência adquirida por nós em Londres em 2012 pode ser útil na Copa e na Olímpiada no Brasil. Claro que os desafios que o Rio vai enfrentar serão diferentes. Mas também teremos muito em comum”, afirma Glading.
A França, parceira da Marinha brasileira nos submarinos, tem interesse nos sistemas de comando e controle que serão construídos, entre eles o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), para monitorar a costa marítima brasileira. A francesa Thales vê um mercado bilionário nessas compras. “No longo prazo são bilhoes de dólares de potencial”, afirma Laurent Mourre, diretor para Brasil do grupo Thales.
Fonte: Brasil Econômico
Foto: Angelo D. Nicolaci
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