A facilidade de adquirir armas de fogo ilegais constitui fator importante, embora não seja o único e talvez nem mesmo o principal, a incentivar a criminalidade. Diante disso, parecem preocupantes os relatos de agentes da Polícia Federal de que cortes no orçamento da instituição neste ano, determinados pelo governo Dilma Rousseff como parte do esforço fiscal, têm afetado a fiscalização nas fronteiras e as ações de combate ao contrabando de armas.
Faltam recursos, dizem os policiais, até para a manutenção de veículos. O efetivo empregado nas fronteiras teria sido reduzido, da Amazônia ao Rio Grande do Sul. Mesmo que se desconte a tendência das corporações a resistir contra qualquer tipo de corte de verbas, o assunto tem gravidade suficiente para merecer exame atento.
O cenário expõe o dilema do Estado brasileiro e de todo governo que precise reduzir gastos para garantir a manutenção da estabilidade econômica. Ao mesmo tempo em que buscam a inadiável austeridade fiscal, não podem negligenciar a atuação em áreas prioritárias, como a segurança.
É sobretudo pela extensa fronteira do país com seus vizinhos sul-americanos que entram no Brasil as armas e a droga que alimentam a violência nas principais cidades brasileiras. A fiscalização de fronteiras e o combate ao narcotráfico, no entanto, já se encontravam em situação no mínimo insatisfatória, antes de qualquer esforço fiscal ser anunciado.
Aprimorar essas tarefas essenciais depende não só de novos investimentos, mas também do uso eficaz dos recursos já disponíveis. Considere-se o caso das dificuldades de pôr de pé a tão mencionada cooperação entre polícias e Forças Armadas na fiscalização das fronteiras.
A distribuição do contingente do Exército pelo território nacional, por exemplo, não corresponde à prioridade que deveria ser conferida a essas tarefas. Quase um quarto de suas tropas estão estacionadas na área do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
Seria o caso de perguntar se a realocação dos efetivos das Forças Armadas e da própria Polícia Federal não contribuiria para uma vigilância mais eficiente das fronteiras do país, sobretudo com a atual restrição de recursos.
Dilma Rousseff e seus ministros têm a espinhosa missão de proteger os serviços públicos prioritários dos necessários cortes de gastos. Tais escolhas fazem parte do que se chama de governar -como bem sumariou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, trata-se de fazer mais com menos.
Fonte: Folha
Nota do Blog: Entre os dia 28-29 de junho será realizada em Brasília a Conferência "Vigilância de Fronteiras", organizada pelo IQPC e com apoio do GeoPolítica Brasil. Lembrando que nossos leitores terão um desconto especial. Clique aqui e saiba mais.
Faltam recursos, dizem os policiais, até para a manutenção de veículos. O efetivo empregado nas fronteiras teria sido reduzido, da Amazônia ao Rio Grande do Sul. Mesmo que se desconte a tendência das corporações a resistir contra qualquer tipo de corte de verbas, o assunto tem gravidade suficiente para merecer exame atento.
O cenário expõe o dilema do Estado brasileiro e de todo governo que precise reduzir gastos para garantir a manutenção da estabilidade econômica. Ao mesmo tempo em que buscam a inadiável austeridade fiscal, não podem negligenciar a atuação em áreas prioritárias, como a segurança.
É sobretudo pela extensa fronteira do país com seus vizinhos sul-americanos que entram no Brasil as armas e a droga que alimentam a violência nas principais cidades brasileiras. A fiscalização de fronteiras e o combate ao narcotráfico, no entanto, já se encontravam em situação no mínimo insatisfatória, antes de qualquer esforço fiscal ser anunciado.
Aprimorar essas tarefas essenciais depende não só de novos investimentos, mas também do uso eficaz dos recursos já disponíveis. Considere-se o caso das dificuldades de pôr de pé a tão mencionada cooperação entre polícias e Forças Armadas na fiscalização das fronteiras.
A distribuição do contingente do Exército pelo território nacional, por exemplo, não corresponde à prioridade que deveria ser conferida a essas tarefas. Quase um quarto de suas tropas estão estacionadas na área do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
Seria o caso de perguntar se a realocação dos efetivos das Forças Armadas e da própria Polícia Federal não contribuiria para uma vigilância mais eficiente das fronteiras do país, sobretudo com a atual restrição de recursos.
Dilma Rousseff e seus ministros têm a espinhosa missão de proteger os serviços públicos prioritários dos necessários cortes de gastos. Tais escolhas fazem parte do que se chama de governar -como bem sumariou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, trata-se de fazer mais com menos.
Fonte: Folha
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