quarta-feira, 27 de abril de 2011

EUA e Reino Unido dizem ver limites para ação na Síria


Os chefes de Defesa dos Estados Unidos e do Reino Unido minimizaram na terça-feira a possibilidade de uma intervenção estrangeira na Síria, como a que já acontece na Líbia. O britânico Liam Fox diz que há "limitações práticas" para o poderio militar ocidental.

Forças leais ao ditador sírio, Bashar al Assad, são acusadas de terem matado centenas de manifestantes na repressão aos protestos por democracia no país. Apesar disso, Assad tem sido poupado da ameaça de bombardeios da Otan, como os que ocorrem nas últimas semanas com aval da ONU contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi, que também reprime com violência a revolta contra o seu regime.

Fox e o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, condenaram as mortes na Síria. Mas Fox deixou claro que as forças militares de ambos os países, já sobrecarregadas com as missões no Afeganistão e Líbia, não têm muito a fazer.

"Não podemos fazer tudo o tempo todo, e temos de reconhecer que existem limitações práticas para aquilo que os nossos países podem fazer", declarou Fox ao ser questionado, junto com Gates, sobre a falta de intervenção ocidental na Síria.

Gates disse concordar "com tudo o que o doutor Fox afirmou".

Admitindo que há diferenças na reação do governo de Barack Obama às diversas rebeliões dos últimos meses no mundo árabe, Gates declarou que os Estados Unidos aplicam seus valores a todos os países da região, apoiando o direito das populações a protestarem pacificamente. Mas ele disse que as ações dos EUA não serão sempre as mesmas.

"A nossa resposta em cada país terá de ser adaptada a esse país e às circunstâncias peculiares desse país", disse Gates a jornalistas.

As declarações ocorrem num momento em que os EUA e Reino Unido cogitam sanções contra a Síria, depois de Assad ter enviado tanques para esmagar a revolta na cidade de Deraa, berço da rebelião no país.

LÍBIA

Os secretários de Defesa discutiram também maneiras de aumentar a pressão sobre Gaddafi na Líbia, onde há temor de um impasse prolongado. Mas Gates negou que haja planos para matar o líder líbio, mesmo depois de a Otan ter destruído na segunda-feira um prédio no complexo governamental de Bab al Aziziyah, em Trípoli.

O governo da Líbia disse que se tratou de um atentado contra a vida de Gaddafi, e o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou na terça-feira alguns governos do Ocidente de tentarem "executar" o líder líbio, no poder há 41 anos.

"Não estamos tratando-o especificamente como um alvo, mas consideramos que os alvos de comando e controle são alvos legítimos --onde quer que os encontremos", disse Gates.

Fox se disse animado com a retirada das forças de Gaddafi do centro da cidade portuária de Misrata, e citou "progressos significativos alcançados nas últimas 72 horas".

Mas a retirada pode ser apenas uma tática, permitindo que as forças pró-Gaddafi se posicionem nos arredores da cidade e usem artilharia pesada para bombardear o porto e as áreas vizinhas.

Fonte: Reuters
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