A repressão brutal no Bahrein representa um dos maiores dilemas de democracia no Oriente Médio até o momento para o governo do presidente americano, Barack Obama, aprofundando uma divisão entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, seu mais importante aliado árabe, enquanto potencialmente reforça a influência de seu maior inimigo, o Irã.
As relações entre EUA e Arábia Saudita estão no seu momento mais frio desde a invasão americana do Iraque em 2003. Autoridades sauditas, ainda irritadas que Obama abandonou o ex-presidente Hosni Mubarak do Egito em face das manifestações populares, ignoraram os pedidos americanos de não enviar tropas ao Bahrein para ajudar a acabar com os protestos da população xiita do país.
Um telefonema tenso entre Obama e o rei Abdullah, segundo oficiais árabes, não ajudou a aliviar as tensões. "O rei Abdullah deixou claro que a Arábia Saudita nunca permitirá o controle xiita no Bahrein. Nunca", disse um oficial árabe informado sobre as negociações. Ele disse que a disposição do rei Abdullah em ouvir o governo Obama "evaporou" depois que Mubarak foi derrubado do cargo.
A posição da Arábia Saudita está enraizada na crença da família real de que uma rebelião xiita no Bahrein poderia se espalhar e fortalecer a minoria xiita de seu reino, além de aumentar a influência iraniana na região, um medo compartilhado pelo governo americano.
Mas, segundo oficiais do governo, Obama e o Rei Abdullah divergem sobre como lidar com a crise.
As autoridades americanas querem que a Arábia Saudita e o Bahrein permitam as reformas políticas que poderiam conduzir a uma maior representação dos xiitas que vivem sob domínio sunita.
Durante sua conversa telefônica com o rei saudita, Obama pediu fim à violência que tem tomado o Bahrein nos últimos dias. Mas "não não há muito diálogo acontecendo", disse um oficial sênior do governo, observando que o secretário da Defesa Robert M. Gates e a secretária de Estado Hillary Rodham Clinton foram forçados a cancelar uma visita à Arábia Saudita nos últimos dias porque o rei não estava disposto a hospedá-los. (A razão oficial era que ele estava doente). "Ainda parece haver uma grande dose de aborrecimento", acrescentou o oficial, falando sob condição de anonimato.
Para o governo, as apostas são mais altas no Bahrein e na Arábia Saudita. A Arábia Saudita é o segundo maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, o Bahrein é o lar da Quinta Frota da Marinha dos EUA.
Mesmo se os Estados Unidos conseguissem deixar de lado sua dependência do petróleo da Arábia Saudita, o reino, lar das maiores reservas mundiais de petróleo, ainda poderia oscilar os mercados globais e desacelerar a recuperação econômica nos EUA e ao redor do mundo.
Diálogo
O governo Obama tem investido suas esperanças de resolver o conflito no Bahrein no príncipe herdeiro, o xeque Salman Bin Hamad Al Khalifa, que está liderando os esforços do governo para iniciar um diálogo com os manifestantes.
O príncipe, um graduado da turma de 1992 da Universidade Americana de Washington, foi descrito em um dossiê diplomático de 2009, tornado público pelo WikiLeaks, como "muito ocidental em sua abordagem".
Fonte: Último Segundo
As relações entre EUA e Arábia Saudita estão no seu momento mais frio desde a invasão americana do Iraque em 2003. Autoridades sauditas, ainda irritadas que Obama abandonou o ex-presidente Hosni Mubarak do Egito em face das manifestações populares, ignoraram os pedidos americanos de não enviar tropas ao Bahrein para ajudar a acabar com os protestos da população xiita do país.
Um telefonema tenso entre Obama e o rei Abdullah, segundo oficiais árabes, não ajudou a aliviar as tensões. "O rei Abdullah deixou claro que a Arábia Saudita nunca permitirá o controle xiita no Bahrein. Nunca", disse um oficial árabe informado sobre as negociações. Ele disse que a disposição do rei Abdullah em ouvir o governo Obama "evaporou" depois que Mubarak foi derrubado do cargo.
A posição da Arábia Saudita está enraizada na crença da família real de que uma rebelião xiita no Bahrein poderia se espalhar e fortalecer a minoria xiita de seu reino, além de aumentar a influência iraniana na região, um medo compartilhado pelo governo americano.
Mas, segundo oficiais do governo, Obama e o Rei Abdullah divergem sobre como lidar com a crise.
As autoridades americanas querem que a Arábia Saudita e o Bahrein permitam as reformas políticas que poderiam conduzir a uma maior representação dos xiitas que vivem sob domínio sunita.
Durante sua conversa telefônica com o rei saudita, Obama pediu fim à violência que tem tomado o Bahrein nos últimos dias. Mas "não não há muito diálogo acontecendo", disse um oficial sênior do governo, observando que o secretário da Defesa Robert M. Gates e a secretária de Estado Hillary Rodham Clinton foram forçados a cancelar uma visita à Arábia Saudita nos últimos dias porque o rei não estava disposto a hospedá-los. (A razão oficial era que ele estava doente). "Ainda parece haver uma grande dose de aborrecimento", acrescentou o oficial, falando sob condição de anonimato.
Para o governo, as apostas são mais altas no Bahrein e na Arábia Saudita. A Arábia Saudita é o segundo maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, o Bahrein é o lar da Quinta Frota da Marinha dos EUA.
Mesmo se os Estados Unidos conseguissem deixar de lado sua dependência do petróleo da Arábia Saudita, o reino, lar das maiores reservas mundiais de petróleo, ainda poderia oscilar os mercados globais e desacelerar a recuperação econômica nos EUA e ao redor do mundo.
Diálogo
O governo Obama tem investido suas esperanças de resolver o conflito no Bahrein no príncipe herdeiro, o xeque Salman Bin Hamad Al Khalifa, que está liderando os esforços do governo para iniciar um diálogo com os manifestantes.
O príncipe, um graduado da turma de 1992 da Universidade Americana de Washington, foi descrito em um dossiê diplomático de 2009, tornado público pelo WikiLeaks, como "muito ocidental em sua abordagem".
Fonte: Último Segundo
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