domingo, 17 de abril de 2011

Achada peça vital do Airbus


O Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil da França (BEA) encontrou, entre os destroços do Airbus A330 da Air France que fazia o voo 447, a peça onde ficam as caixas-pretas. A informação foi repassada pelo órgão que investiga o acidente ao presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 (AFVV447), Nelson Marinho, em reunião, anteontem, em Paris. Novos pedaços da aeronave e restos mortais de vítimas foram localizados no dia 3, durante a quarta fase de buscas.

De acordo com Marinho, as caixas-pretas não foram visualizadas pelos submarinos-robôs. O que o BEA achou foi a cauda do avião, local que abriga as caixas-pretas por ser a parte mais resistente da aeronave. O brasileiro, cujo filho foi uma das 228 vítimas do acidente em 31 de maio de 2009, está otimista de que, com o resgate da cauda, as caixas-pretas estejam lá. “Tem 99% de chance de os gravadores serem retirados junto com a cauda, pois ela fica presa lá. Foram palavras de Jean-Paul Troadec, diretor do BEA”, confirmou ele, em entrevista por telefone, de Paris. O BEA negou que elas tenham sido encontradas.

As caixas-pretas têm capacidade de gravar até as 100 últimas horas de voo. Mensagens automáticas enviadas pelo avião pouco antes da queda relataram 11 problemas. Também se sabe que houve falha nos sensores de velocidade, as sondas pitot.

A luta de Nelson Marinho e da AFVV447, agora, é para que as caixas-pretas, caso resgatadas, sejam levadas aos Estados Unidos. O BEA, no entanto, quer encaminhá-las à França. “Estamos questionando isso. Não estou nem falando em trazer ao Brasil. Mas que levem aos EUA, que são um país neutro, são mais avançados em leitura de caixas-pretas e estão interessados no assunto”, afirmou. Dezenove empresas fabricantes de peças que compõem o Airbus A330 da Air France são americanas.

No Jornal do Commercio de ontem, Marinho já havia dito que rejeitou o pleito dos parentes brasileiros para que os restos mortais encontrados durante a quarta fase de buscas fossem encaminhados ao Brasil e periciados no Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. O governo francês avisou que os corpos e destroços da aeronave serão levados a Paris.

Também ontem, o BEA e o Ministério dos Transportes da França informaram que a retirada das peças e corpos localizados começará no dia 21, quando o navio Ile-de-Sein, de propriedade da companhia Alcatel-Lucent, deixará o Cabo Verde em direção ao local onde foram achados os restos do avião. Eles estão a uma profundidade de 3.900 metros no Oceano Atlântico. As caixas-pretas suportam até 6 mil metros.

Fonte: Jornal do Commercio
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